Até final da década de 1960, alguns
moradores da cidade de Almirante Tamandaré também constituíam renda com a Erva-mate
(A Erva do Diabo, na visão dos jesuítas ainda no início da colonização das
terras tinguis).
Independentemente da opinião jesuíta, a
erva-mate, desde o início da colonização Ibérica (Espanha e Portugal), se
tornou uma bebida muito apreciada entre os colonos e naturalmente entre os
índios. No século XIX, ocorreu a industrialização do mate, e os moradores da
região de Curitiba (atual região metropolitana) vendiam sua produção aos
engenhos.
Em referências aos diversos instrumentos
de compra e venda e cadastramento de terrenos de 1850 e posteriores, é clara a
presença de relevantes ervais como “assessório de valorização dos referidos
imóveis” nas localidades do Cercado, Boixininga, Botiatuba, Marmeleiro.
A cultura da erva-mate foi importante
fonte de renda para a recém-criada Vila de Tamandaré, pois segundo o “Almanach Paranaense 1900”, p. 135, a
cidade produzia 2 milhões de quilos anualmente que representavam o valor de
400:000$000 (média feita no ano de 1900).
No contexto das informações presentes na
página 3352 do “Almanak Laemmert, 1919-1920
– República dos Estados Unidos do Brasil - Capítulo Paraná”, eram produtores de erva-mate no município no final da década de
1910, os Srs. Francisco Vaz, Henrique Monteiro, Osorio de Christo, Osorio do
Espírito Santo, Joaquim da Costa Cabral, Joaquim Vaz da Silva, Jorge Viriato,
Laurindo José Cordeiro, Manoel da Costa Moreira, Manuel Vaz Cardoso e Quintino
Ribeiro.
Segundo referência existente na página
572 do “Almanak Laemmer, 1930 – 4º
Volume – Estados do Sul”, os
principais exportadores de erva-mate no final da década de 1920 eram:
Serzedello de Siqueira, João Manoel Siqueira, Antonio Eduardo Trevisam e
Joaquim de Barros Teixeira.
O processamento do mate nos engenhos
funcionava mais ou menos assim: Após a poda das folhas, estas eram levadas a um
sapecador e depois levado ao moedor (feito de madeira cheio de “dentes”),
movido por tração animal. O conjunto onde ocorria o processamento era conhecido
como carijo.
Uma pequena parte da produção era
consumida dentro do município e a maior parte levada para a capital e Açungui.
Com o tempo, a importância econômica da
erva-mate diminuiu e a produção no início da década de 1950 na cidade se
realizava em pequena escala, os poucos ervais tamandareenses que sobraram,
entravam como complementação de renda da população agrícola. Um dos últimos
produtores da cultura no município foi o Sr. Arlindo França Machado, na região
do Marmeleiro.
Visite o livro “Considerações históricas e geográficas sobre o município de Almirante Tamandaré-PR” nos links:
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