A
história geológica da região onde se encontra o território de Almirante
Tamandaré tem gênese em um passado muito longínquo, em tempos onde a vida se
ensaiava a aparecer no planeta Terra e o continente africano
estava há um pouco mais de 130 quilômetros da sede do
município. A partir das informações de Adalberto
Scortegagna, p. 29 foi provavelmente no final da Era Geológica denominada
de Pré-Cambriano no Éon da Proterozoica
que supostamente a base fundamental do relevo do Primeiro Planalto Paranaense onde se encontra o território tamandareense se
formou.
No que tange o informativo da Mineropar “Sítio
Geológico/O Karst e a Formação Capiru/As rochas de Almirante Tamandaré” é informado “que a região de Almirante Tamandaré e do Circuito da Natureza, já foi
mar. Um mar que existiu há 1 bilhão de anos, quando a distribuição dos
continentes era muito diferente da atual. Difícil imaginar como era a paisagem,
porém com certeza havia praias com areias, rios chegando ao mar, sedimentos de
fundo do mar e recifes. Com o passar do tempo estes sedimentos os consolidaram
e viraram rochas, inicialmente sedimentares (as areias viraram arenitos) e
depois com os esforços originados pelos movimentos da Terra elas se
transformaram em rochas metamórficas (o arenito se transformou em quartzito).
Hoje as rochas originadas neste antigo ambiente são colocadas na Formação
Capiru, um termo geológico para agrupar as rochas que tem uma mesma posição no
espaço, no tempo de origem”.
Em relevância a este contexto, as
características físicas que se apresentam em grande parte do seu território se
dispõem sobre um relevo ondulado e montanhoso, com grandes desníveis
altimétricos, pois o mesmo se encontra a 950 metros de altitude em relação ao
Oceano Atlântico, sendo seu ponto culminante localizado no Bairro do Morro Azul
junto às coordenadas 25º16’41.83”S e 49°19’34.72”O alcança 1.217 metros. Ele desenvolveu-se
orientado por uma sucessão de espigões alongados e vales em “V” profundos
(espigões separados por pequenas planícies e vales alongados).
Pelo fato do território tamandareense
estar localizado junto ao Primeiro Planalto Paranaense carrega diversas
semelhanças dele, visto que o mesmo é caracterizado pela presença de relevo
colonizo e pode ser dividido em duas subzonas distintas, uma exibe aspectos de
Mar-de-Morros, relacionados às rochas magmáticas; a outra exibe colinas mais
alongadas, com topos mais suaves.
O terreno da cidade é na maior
totalidade formado por solo de cambissolos, e uma pequena porção é de podzólica
vermelho-amarelada, mais especificadamente, é predominante as seguintes classes
de solo, segundo informa Pedro Martim Kokuszka em sua obra “Nos Rastros dos Imigrantes Poloneses”, p. 155: “Ca5 – Cambissolo Álico Tb A proeminente
textura argilosa; Lva 13 – Associação Latossolo Vermelho Amarelo Álico relevo
ondulado + cambissolo Álico Tb textura argilosa; PE4 – Podzólico
Vermelho-Amarelo Tb textura média argilosa, relevo forte ondulado e montanhoso;
PV6 – Podzólico Vermelho-Amarelo Álico Tb, textura média argilosa, relevo suave
ondulado e ondulado; Led3-Latossolo Vermelho-Distrófico textura argilosa,
relevo suave ondulado.
No contexto das informações presentes no
“Inventário turístico municipal de Almirante Tamandaré – Paraná” elaborado pela Secretaria Municipal de
Meio Ambiente e Turismo, p. 16, o terreno da região de Almirante Tamandaré está
assentado predominantemente sobre rochas calcárias com alto poder de
dissolução, sendo comum nessas áreas notória presença de dolinas (depressões por
subsistência de solo), sumidouros, ressurgências e cavernas típicas de terrenos
cársticos. Ocorrem muitas lavras (pedreiras) que exploram as rochas calcárias
(dolomíticas e calcíticas).
Relacionado às informações mencionadas,
o “Inventário turístico municipal de Almirante Tamandaré – Paraná” cita que em Almirante Tamandaré são
encontradas duas unidades geológicas: Complexo Atuba ou Embasamento Cristalino,
que abrange 7,17% do município, encontrado em sua parte sul; e o Grupo Açungui,
que abrange 92,83% da área formando o aquífero karst (carste).
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