sábado, 30 de novembro de 2013

ANTONIO CELSO MENDES

A obra "Considerações históricas e geográficas sobre o município de Almirante Tamandaré - PR" disponível no endereço:  http://issuu.com/kotovski/docs/considera__oeshistoricasdetamandare    (PARTE 1, 000-483)
http://issuu.com/kotovski/docs/consideracoeshistoricasdetamandarer      (PARTE 2, 483-567) foi prefaciada pelo intelectual paranaense Antonio Celso Mendes que atualmente é o segundo ocupante da Cadeira 34 da Academia Paranaense de Letras.

Em referência as informações do site da Academia Paranaense de Letras http://www.academiapr.org.br/academicos/cadeira-34/ temos que: "Seu gosto pela filosofia não é de agora. Desde adolescente deixava-se dominar por reflexões espirituais na busca de explicação para as leis da sociedade e da natureza. Aprofundou-se na análise das teorias científicas modernas e apurou o senso crítico para defrontar-se com os paradoxos de experiências amadurecidas no estudo das realidades imanentes e transcendentes. Certa vez, em visita ao então presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Lacerda Pinto, na companhia de um diplomata, este ficou impressionado com a intervenção em temas filosóficos desse jovem oficial da Polícia Militar do Estado, investido no cargo de ajudante-de-ordens. Desde que chegou ao Paraná, vindo das Minas Gerais, de onde é natural, nasceu na cidade de Elói Mendes, em 18 de fevereiro de 1934, seu itinerário tem sido marcado por abrangente atividade no campo das idéias. Ingressou na Polícia Militar em 1953 com o galardão de primeiro classificado por força de uma precoce preparação intelectual que o distinguia entre os demais.


Com tais predicamentos, despertou a atenção do saudoso coronel Amílcar de Medeiros Crespo, que o designou para servir na Casa Militar do então governador Moisés Lupion, para a qual se recrutava a elite da tropa. Depois, galgando rapidamente todos os postos da hierarquia da corporação, serviu, na condição de chefe do Gabinete Militar, ao governo Ney Braga, no segundo período de governo, em cujo convívio aprendeu a admirar a forte personalidade daquele líder popular. Mesmo no exercício dessa atividade burocrática, nunca disfarçou seu pendor pedagógico, literário e filosófico. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba, mestre em Direito Público pela Universidade Federal do Paraná, é professor de Filosofia do Direito e de Hermenêutica Jurídica da PUCPR, membro do Centro de Letras do Paraná, do Círculo de Estudos Bandeirantes e da Academia Brasileira de Ciências Morais e Políticas (RJ), está sempre a publicar artigos e a realizar palestras em entidades culturais. Vem contribuindo com sucessivas diretorias da Academia, revelando despreendimento e contribuindo para sua divulgação em todas as áreas.

Obras publicadas: Anotações Filosóficas (1982); Ciência, Filosofia e Política (1990): Caminhos do Espírito (1991); Filosofia Jurídica no Brasil (1992); Direito, Linguagem e Estrutura Simbólica (1994) Filosofia em Forma de Poesia, três volumes (2004, 2005 e 2008); Dimensões Conceituais do Direito (2005 e 2008, 2a edição); Introdução ao Universo dos Símbolos (2009) e Veredas Espirituais (2011). Em sua posse na APL, foi saudado, em 29 de novembro de 1993, pelo acadêmico Noel Nascimento. (TV) Mantém o site Filosofia para Todos".

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O "VULCÃO" DE TAMANDARÉ!

EXTRAÍDO DO LIVRO "CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR". 

Existem muitas estórias que se misturam com superstições relacionadas com ocorrências oriundas das referidas características do relevo cárstico, as quais tiveram gênese em ocorrências verídicas. Independentemente do grau de distorção que estes fatos sofreram até chegarem ao presente tempo, é necessário a contemplação que os fenômenos cársticos são reais e merecem atenção técnico-científico para possibilitar uma organização espacial da cidade no sentido de evitar prejuízos materiais e perdas de vidas.
No começo da década de 1930 foi relatado um acidente cárstico por Hermenegildo de Lara em um texto denominado “Histórico: Fenômeno em Almirante Tamandaré”, publicado na “Folha de Tamandaré, agosto de 1988, nº 66” com o seguinte teor:
“Este fato estranho e surpreendente ocorreu mais ou menos em 1934, em dia e mês que no momento não podemos precisar, em um terreno de propriedade do Cel. João Candido de Oliveira, localizado no fundo de sua residência, na sede de Almirante Tamandaré.
Eram mais ou menos quinze horas de um dia ensolarado de céu azul, quando inopinadamente o solo naquele local cedeu e começou a formar uma cratera, que chegou a atingir 6 a 8 metros de diâmetro e uma profundidade incalculável. Ao mesmo tempo desta abertura, começou a aparecer um jorro de água muito forte, que subiu a uma altura de 30 metros aproximadamente. Este fluxo se manteve por umas sessenta horas, até diminuir e cessar completamente.
Esse fenômeno surpreendente atraiu para o local não só habitantes de Tamandaré, mas inúmeras pessoas vindas de localidades e municípios vizinhos, especialmente da cidade de Curitiba, sendo a ocorrência muito bem divulgada pelos jornais da época, “Gazeta do Povo”, “O Dia” e outros jornais que reportaram o acontecimento, que também foi divulgado nacionalmente pela “Noite Ilustrada”, do Rio de Janeiro, jornal bastante popular na época – que fez ampla reportagem sobre “O Fenômeno” ocorrido em Tamandaré”.
Apesar da cidade possuír uma baixa ocupação demográfica na época, estes acidentes cársticos não causavam prejuízos, porém existem relatos de “histeria popular” o qual segundo Noêmia Kotoviski “ocorreu que um imigrante que morava na região, ao saber do acontecimento, achou que o fim do mundo havia chegado e por este motivo começou a se desfazer e destruir os seus bens”. Porém, foi um caso raro. Já os fenômenos seguiam o curso natural de seu processo, sem contar que havia um desconhecimento científico sobre o assunto entre a população local.

Os relatos de Hermenegildo de Lara e de Noêmia Kotoviski ganham plausibilidade na reportagem do periódico “Correio do Paraná de 14 de agosto de 1933 capa e p.04” que explica que o fenômeno inicialmente foi interpretado pelo povo leigo como sendo a erupção de um vulcão devido aos estrondos e a água que jorrava. Tanto é que foi destacado 15 bombeiros sob o comando do Tenente Luiz Motta e do sargento Custódio Netto para socorrer os populares caso se confirmasse o fato. O buraco possuía um raio de 120 metros e aproximadamente 12 metros de profundidade. Quanto a história de que fosse um vulcão, alguns moradores acreditaram a ponto de alguns tentarem se suicidar se jogando no buraco, segundo a reportagem presente na página 04 do referido periódico.    

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR é um novo livro que tenta contar um pouco sobre a história do município de Almirante Tamandaré, foi lançado em 27/11/2013, o qual tem o seguinte prefácio:

"O povo de Almirante Tamandaré deve se sentir orgulhoso por poder contar, entre seus conterrâneos, com o destaque de um jovem escritor, Antonio Ilson, cujo lançamento da presente obra, de sua autoria, reflete bem o esforço e a dedicação que ele teve de despender, para concretizar tão significativo relato das condições históricas e geográficas da pequena comunidade próxima à região de Curitiba, sofrendo, portanto, das benesses e das mazelas de sua proximidade com nossa capital.


A pesquisa, como se poderá constatar, foi intensa nos detalhes da evolução das condições geográficas e históricas que permearam a transformação de tão significativa coletividade, de variada origem étnica, o que, não obstante, não impediu a formação de uma consciência própria, permeada de momentos críticos.

A presente obra desenvolve e completa sua obra anterior “Relatos de um Tamandareense”, desta vez com uma visão menos pessoal e mais abrangente da realidade antropológica e política que permearam a evolução de nossos vizinhos metropolitanos.

Como diria Sólon, famoso líder grego das leis sábias, se a glória de uma cidade repousa no valor de seus filhos, o exemplo que nosso Antonio Ilson, dá de sua dedicação ao desenvolvimento da cultura e da história de seu ecúmeno está a merecer o reconhecimento de todos seus conterrâneos.

Na qualidade de integrante da Academia Paranaense de Letras, quero ser o porta-voz, por ocasião de nossas reuniões periódicas, da divulgação e de comentários sobre tão significativo trabalho literário, que vem enriquecer as pesquisas antropológicas dentro de nosso Estado.

Que o exemplo dado por este jovem escritor possa se refletir em outras comunidades, incentivando-as a cultivar pesquisas sobre suas condições antropológicas, históricas e geográficas, o que seria uma conquista considerável em termos culturais.

Por isso, com o lançamento desta obra, estamos todos de parabéns!

Antonio Celso Mendes, da Academia Paranaense de Letras e do Círculo de Estudos Bandeirantes."


Antonio Celso Mendes recebendo a obra "Considerações Históricas e Geográfica do município de Almirante Tamandaré-PR" das mão do autor Antonio Ilson Kotoviski Filho/Foto: Família Kotoviski, 2013.

CONHEÇA O LIVRO ACESSANDO O ENDEREÇO: 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O ÚLTIMO AGENTE ADMINISTRATIVO DO DISTRITO DE TIMONEIRA


Agente Administrativo Silvio de Lara
                           Foto: Família de Silvio de Lara, 2011.
O Decreto Lei de nº 199 de 30 de dezembro de 1943, além de redenominar a extinta Sede territorial tamandareense com o nome de Timoneira, a fazia integrar ao território do município de Colombo, o qual foi administrado pelo Agente Administrativo Silvio de Lara no período de 1943 até outubro de 1947, quando a localidade de Timoneira, voltou a ser autônoma.
O Agente Administrativo Silvio de Lara nasceu na data de 16 de fevereiro de 1921,  no Sitio Campina, em Tamandaré, era filho do Sr. João Antunes de Lara com Annanias de Cristo Lara. Irmão do Senhor Hermenegildo de Lara. Estudou no Grupo Escolar. Casou-se com Glacir Rosi Berno com quem teve a filha Vera Lúcia de Lara, casada com Carlos Roberto Porto, os quais têm três netos: João Carlos, Carlos Alexandre e Vanessa. Atualmente (2012) mora com a filha em Cornélio Procópio-PR. Foi funcionário público a serviço de Colombo, onde assumiu com 22 anos o posto de Agente Administrativo do Distrito de Timoneira por quatro anos. Além de atuar na Secretaria da Agricultura no Departamento de Produção Vegetal de 1947 a 1966, onde se aposentou.



terça-feira, 26 de novembro de 2013

BAIRRO COLÔNIA SANTA GABRIELA


Na data de 07 de fevereiro de 1886, 180 imigrantes (sendo maioria italianos e poloneses) foram assentados legalmente no antigo Sitio Ressaca às margens do Rio Barigui, para fundarem a Colônia Santa Gabriela, que possuía inicialmente 40 lotes com tamanhos que variava de 7 a 8 (ha)  distribuídos em uma área de 216,00 (ha). O engenheiro responsável pelo projeto foi o Sr. Manoel Francisco T. Correia. Já a denominação da localidade se vincula a uma homenagem a Senhora Gabriela d´Escrangnolle Taunay, mãe do Presidente da Província do Paraná Alfredo Taunay. A qual se anexou a expressão Santa para enfatizar o aspecto religioso.
Neste bairro, junto a Estrada das Laranjeiras esta localizado o primeiro Patrimônio Histórico Cultural do Paraná tombado em Almirante Tamandaré de acordo com o Processo nº 071/79, Inscrição nº 70, Livro do Tombo Histórico. Data: 13/03/1979.
Oratório São Carlos Boromeu localizado no Bairro Colônia Santa Gabriela/Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, abril 2011.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O SAIBRO TAMANDAREENSE


Quem chega pela primeira vez na cidade, e observa a imagem do topo do morro central que notoriamente existe na Sede, já percebe que a aqui é uma terra onde se explora minério. Talvez pela fama da cidade, muitos devam pensar que aquela alteração naquele morro seja fruto da exploração do calcário. Porém, o morro só ficou daquela forma devido à exploração do saibro ocorrido no início da década de 1980, para atender exclusivamente as necessidades de construção de uma base solida que sustentasse a pista de pouso do Cindacta II (Base Aérea do Bacacheri em Curitiba).  
Talvez, depois do forninho continuo da cal, o símbolo que melhor represente a história econômica de Almirante Tamandaré, esteja na imagem daquele morro. 
(Morro da Saibreira / Foto – Antonio Kotoviski, janeiro de 2011)

domingo, 24 de novembro de 2013

As tamandareenses no poder.


Em janeiro de 1995 Jane Gonçalves entra para a história do município e da Câmara Municipal de Almirante Tamandaré ao tomar posse como a primeira vereadora do município, oficializada pelo Presidente da Câmara o Vereador Tadeu Edison Boza. Ela exerceu a vereança em substituição ao Vereador João Carlos Bugalski que na data de 26 de janeiro assumia a Secretaria de Obras Públicas e Urbanismo da cidade.
Já no final do século XX, a cabeleireira Sra. Matilde Leite Czorne com o fato de assumir através da suplência o cargo de vereadora se tornou a segunda mulher na história do município a realizar tal façanha.
Porém, o pleito de 01 de outubro de 2000, trazia novidades em seu resultado final. Pois, de forma direta foram pioneiramente eleitas para assumir o cargo de vereadoras três mulheres: Maria Bernadete Afornali Pavoni (candidata mais votada no referido pleito para vereadores); Matilde Leite Czorne e Clarice Gulin.
Já o pleito eleitoral de 03 de outubro de 2004 para o executivo foi marcado pelo fato de pela primeira vez na história do município, uma mulher ter atingido o cargo de vice-prefeito. A detentora desta marca é a Sra. Maria Bernadete Afornali Pavoni.
Jane Gonçalves/Foto: Formandos do Ginásio Estadual Alvarenga Peixoto – Turma Professora Roza Bini de Oliveira 1975.


sábado, 23 de novembro de 2013

O ÚLTIMO PREFEITO INTERVENTOR


Em 01 de março de 1938 era designado pelo Interventor/Governador do Estado do Paraná Manoel Ribas o jovem Pedro Moacyr de Gracia Gasparello para assumir o posto de autoridade máxima do Município de Tamandaré. Sendo que sua gestão durou até 30 de dezembro de 1938 já que em virtude do Decreto Lei nº. 7573, de 20 de dezembro de 1938, o município era extinto e seu território foi integrado ao Município de Curitiba.
Apesar desta efêmera passagem pelo município, o saudoso filho do Funcionário Público Pedro Gasparello e Mercedes de Gracia Gasparello, deixou uma particularidade histórica interessante e que pela legislação contemporânea não pode ser repetida.
Pois, o nobre Interventor nascido no Distrito do Portão em Curitiba na data de 04 de Abril de 1914. Formou-se Engenheiro Agrônomo em 15 de novembro de 1937 pela antiga Escola Agronômica do Paraná. Sendo posteriormente indicado ao cargo de interventor da cidade de Tamandaré em  01 de março 1938 permanecendo no cargo até 30 de dezembro de 1938. Ou seja, foi o administrador mais novo que a cidade contemplou, já que possuía apenas 23 anos e 11 meses quando assumiu a intervenção.
Talvez pela sua efêmera passagem e pelo fato de não ter laços de parentescos com filhos de Almirante Tamandaré, sua imagem era desconhecida como pode ser percebida na Galeria dos Prefeitos exposta no Prédio da Prefeitura onde o quadro do nobre Interventor aparece vazio.  
(Interventor Pedro Moacyr de Gracia Gasparello/Foto: Arquivo da Coordenação de Agronomia da UFPR).

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

QUAL É A DATA FESTIVA CERTA?


Adesivo alusivo ao Centenário
da cidade de Almirante Tamandaré
Acervo: Família Kotoviski
Há alguns meses atrás em uma época de luto municipal fui questionado sobre qual era a data coerente de criação da cidade de Almirante Tamandaré, ou seja, 28 de outubro de 1889 ou 11 de outubro de 1947.  Rapidamente respondi 28/10 e argumentei que me fundamentava na Lei Municipal nº 31/1989. Porém, não surpreso fui contra argumentado de forma respeitosa, que a presente data estava errada e que a que fazia justiça deveria ser 11/10 como expressava a Lei Estadual n° 02, inciso XXI que criou o município de Timoneira. Inclusive a pessoa que questionou foi um vereador que na época (1989), foi contra a mudança da data festiva.
Uma questão polemica, mas interessante, principalmente se considerar que apesar do território praticamente ser o mesmo considerado pelas respectivas Leis que criaram tanto Tamandaré (1889) quanto Timoneira (1947), existe uma característica bem marcante que difere ambos, pois o Município de Tamandaré (1889-1938) era um reflexo administrativo e político do Império e da República da Espada. Já o Município de Timoneira desde a sua criação sempre foi norteada pelo regime democrático e de separação de poderes (legislativo e executivo).
Mas esta diferença não é suficiente, pois o território era o mesmo, os comerciantes, famílias, estradas, rios, prédios públicos,..., eram os mesmos. Então qual seria a data certa? Uma questão complexa, pois o município de Almirante Tamandaré já possuía uma história autônoma desde 1889, porém seu território desde o século XVII (?). Como não considerar?
Colocando mais lenha na fogueira, por que não considerar a fundação de fato do (s) município (?) ? Ou seja, as respectivas leis (provincial e estadual) apenas criaram o município, pois a instalação do município se deu em 25 de janeiro de 1890 em frente ao Largo da Igreja Matriz como cita a respectiva Ata. Já a Instalação de Timoneira se deu no Prédio da Velha Prefeitura em 06 de novembro de 1947. No entanto se recai na mesma questão, 1889 ou 1947? Se conta pela Vila de Tamandaré ou pelo Município de Timoneira?
Agora vou jogar gasolina! Como não existe uma solução fácil, por que não considerar os esforços de Didio Santos, João Wolf, Coronel João Candido de Oliveira, entre outras personalidades que refletiam o mesmo sentimento popular de repudio ao nome Timoneira por se tratar de uma “erva de chimarrão de segunda classe (Didio Santos)”, e que segundo consta na oralidade foi posta para ridicularizar a cidade,... Ou seja, foram estas personalidades que solicitaram junto ao Governador Moysés Lupion a mudança do nome, que posteriormente sancionou a Lei nº. 2644, em 24 de março de 1956,  que estabelecia a denominação Almirante Tamandaré. Ou seja, um novo nome, para um mesmo lugar com história e características próprias.
Qual é a data comemorativa de aniversário da cidade?
Independente de opinião, feliz é a localidade que possui questões históricas como essas para serem exploradas criativamente nas escolas e entre populares. Pois, isto prova que a nossa cidade tem história! 

Publicado na Folha de Tamandaré nº 799 de 09 a 15/11/2013

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

CONSTRUÇÕES ANTIGAS


Os prédios e construções antigos, muitas vezes expressam melhor a história do que propriamente se esta estivesse escrita. Aguçam a curiosidade e podem ser explorada pelo turismo local. Um exemplo é o velho barracão de mais de 70 anos existente na Sede Campestre dos Comerciários de Curitiba, localizado no Boixininga.
Aquela construção expressa que na cidade a população do inicio do século XX não sobrevivia exclusivamente só da agricultura e do comércio. Mas, que também praticavam outras atividades econômicas como foi o caso do imigrante italiano Angelo Brotto assentado na região, fabricante já antes da década de 1940 de vinho, graspa e cachaça sob a marca Brotto (escrito em rotulo amarelo com as letras pretas), para vender na capital e na cidade, concorrendo com a Pinga Batalhosa do seu Jaime Teixeira Alves.
Este mesmo barracão, já sob posse do SINDICOM foi adaptado no final da década de 1970 como restaurante, o qual serviu como cenário de grandes festas de casamentos, confraternizações e eventos para muitos filhos desta terra. Em seu ápice como restaurante, na época do saudoso e pioneiro encarregado da Sede Campestre, o  Sr. Sebastião Tavares (década de 1980), era parte da decoração rústica do restaurante os gigantes tonéis de vinho, graspa e cachaça. Além de um mini museu com os instrumentos de fabricação dessas bebidas, sendo que o alambique funcionava nessa época, apenas de forma artesanal.
São lembranças e histórias que provavelmente só poderão ser aguçadas nas páginas de livros ou através de fotos. Pois,  segundo informações, este barracão será demolido para dar lugar a uma construção com “arquitetura moderna”.    

Para conhecer mais sobre a história de Almirante Tamandaré visite o livro: “Relatos de um tamandareense” no endereço eletrônico: http://issuu.com/kotovski/docs/livrokotovisk
Salão rústico do inicio do século XX, que abrigou um restaurante, outrora barracão utilizado para produção e armazenamento de vinho e derivados/Foto:Antonio Ilson Kotoviski Filho, 2011.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O COLÉGIO DAS FREIRAS DO BOTIATUBA

No ano de 1939, é fundado pela Igreja Católica uma escola e internato denominado de  Colégio Nossa Senhora das Graças das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Botiatuba, que se localizava na atual Avenida Wadislau Bugalski, onde se encontra a atual Igreja Redonda do Botiatuba (Capela do Divino Espírito Santo). O qual esteve sob a administração das Irmãs até o ano de 1966, quando o colégio foi fechado.
(Colégio Nossa Senhora das Graças das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Botiatuba, 1939/Fonte: BONAMIGO, Euclides. Histórico da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Almirante Tamandaré. 1998)

Em 1967 o Colégio Nossa Senhora das Graças é desmontado, sendo construída uma escola municipal com a mesma denominação, porém sem “das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Botiatuba”, no terreno ao lado onde mora a professora Ledi Rizolette Straioto (que lecionou no colégio das freiras antes de ser desmontado). Esta escola só contava com uma sala de aula, e dentro deste mesmo espaço, se encontravam alunos, de 1ª a 4ª séries. Esta era a realidade que a professora Rizolete teve que conviver e administrar por muitos anos. Pois, foi à primeira professora lotada no município a dar aula no Botiatuba. Esta casa, assim como a escola não existe mais. Porém, a professora ainda mora no mesmo local.
No ano de 1987 foi construída em alvenaria e inaugurada a Escola Rural Nossa Senhora das Graças, a qual atendia 42 alunos em 2007 de 1ª a  4ª séries. Em 2009 estes alunos foram remanejados para a Escola Municipal Ignácio Lipski, no terreno vizinho. Ocorrendo desta forma o fechamento da “Escolinha da Rizolete”, como era carinhosamente e popularmente conhecida. 
Na sexta-feira do dia 11/11/11, no período da manhã o pequeno prédio da escolinha Nossa Senhora das Graças foi demolido e com ele as ultimas lembranças do Colégio das Freiras e da Escolinha da Rizolette se foram. O que fica são as fotos e as histórias dos muitos alunos que por lá passaram.    

(Demolição do prédio da Escola Rural Nossa Senhora das Graças/Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho 11/11/11)

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O último desmembramento do território tamandareense.


Habitada desde o século XVII a região que compreendia o Distrito de Campo Magro do município de Almirante Tamandaré ganhou autonomia na data de 28 de dezembro de 1995, quando o então Presidente da Assembléia Legislativa, o Deputado Aníbal Khury promulgou a Lei nº. 11.221 com a seguinte súmula: “cria o Município de Campo Magro, desmembrado do Município de Almirante Tamandaré”. Ocorria assim a diminuição de 273 km² do território tamandareense, até então de 523,105 km² . Inicialmente Campo Magro contou com uma população de 16.392 (IBGE).
No dia 03 de outubro de 1996 o município viveu sua primeira eleição como território autônomo. Participaram 7.856 eleitores que escolheram com 3.222 votos a dupla do PDT formada pelo candidato a prefeito Louvanir Joãozinho Menegusso e seu vice Tadeu Boza os primeiros governantes da cidade. Seu concorrente foi o ex-prefeito de Almirante Tamandaré o Sr. Roberto Luiz Perussi do PFL que captou 2.977 votos. 
Formaram a primeira Câmara Municipal de acordo com os dados do (TER) os senhores: Edivaldo Boza do PDT com 424 votos, Lufrido Menegusso do PFL com 424 votos, Rilton Boza do PSDB com 378 votos, Odair de Paula Cordeiro do PDT com 261 votos, Adão Joaquim de Cristo do PPB com 201 votos, Miguel Bueno de Lara do PFL com 196 votos, Amarildo Pase do PSDB com 195 votos, Sergio Luiz Campestrini do PDT com 191 votos e José Santos Raganhan do PPB com 190 votos.
Nesta particular e histórica eleição, o candidato a prefeito derrotado Roberto Luiz Perussi, recorreu do resultado devido a pequena diferença de votos o que resultou em uma nova contagem dos votos. Pois, nessa época ainda se usava cédula de papel para votar.  

Para conhecer mais sobre a história de Almirante Tamandaré visite o livro: “Relatos de um tamandareense” no endereço eletrônico:  http://issuu.com/kotovski/docs/livrokotovisk


(Primeiros administradores do Município de Campo Magro: Da esquerda para a direita: Vereadores: Miguel de Lara, Edil Boza, Vice-Prefeito Tadeu Boza, Prefeito Louvanir Menegusso, vereadores: Sergio Campestrine, Amarildo Pase, Rilton Boza, Lufrido Menegusso/ Fonte: Gazeta Ancorado, 07/01/1997).

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A HISTÓRIA NO CONTEXTO DOS ORATÓRIOS


A História de Almirante Tamandaré possui particularidades especiais registradas em alguns monumentos, que muitas vezes passam despercebidos até para os moradores mais antigos da região. Cito os solitários oratórios que se dispõem nas margens das principais estradas do município. Ou seja: a Capelinha de Santo Izidoro construída em 1899 por imigrantes poloneses as margens da importante Estrada do Assungui (atual Wadislau Bugalski) na antiga Colônia Lamenha (atual Lamenha Grande); a Capelinha São João Batista, construída por integrantes da Sociedade  Tadeusz Kokszko, as margens da Estrada do Pacotuba em 1929, a qual além de ser um Oratório era um marco de um pequeno cemitério, onde crianças e pessoas sem condições financeiras eram enterradas; a Capelinha do Tanguá construída em 1941, no cruzamento da Rua Professor Alberto Krause com a Rua Roberto Drescheler, que simboliza o tempo do Tanguá Colônia; a Capelinha São Carlos Boromeu, datada de 1939, localizada na Colônia Gabriela, numa encruzilhada, nas proximidades da Igreja de São Francisco Xavier. A qual é um Patrimônio Histórico Cultural do Paraná, e o primeiro a ser tombado da cidade em 13 de março de 1979 sob o processo nº 071/79. Inscrição nº 70, Livro do Tombo Histórico. E por fim a desconhecida, mas importante Capelinha do Sumidouro, construída pelo imigrante italiano Domingo Zaniere na década de 1940, no alto do morro de sua propriedade as margens da contemporânea Rodovia do Calcário.  
Cada Oratório possui uma particularidade. Porém, algumas dessas particularidades ganham destaque por relatarem acontecimentos que quebrava a rotina diária dos moradores. Pois, é de desconhecimento de muitos que o Oratório São Carlos Boromeu foi uma forma de agradecimento e um marco de fé do povo da Colônia Santa Gabriela. Eis, que o fato desencadeador de sua construção foi uma praga de gafanhoto que por dois anos causou a destruição das lavouras na região, sendo que esta situação despertou apelos vinculados a fé para a sua solução. Sendo que foi organizada uma procissão para expressar estes apelos pelo Padre Natal, que saia da Igreja São Francisco Xavier, e curiosamente quando a mesma chegou ao final os gafanhotos se dispersaram e nunca mais voltaram.        
Já a Capelinha de São João Batista e a Capelinha do Sumidouro, foram vitimas de depredações motivadas por fanáticos religiosos, que ao invés de se preocuparem com a propagação da boa convivência e a busca pela paz. Contraditoriamente a sua crença e a de qualquer outra doutrina religiosa propagaram o mal através da intolerância. Mais grave é a situação da Capelinha do Sumidouro, cujo, a qual é particular, ou seja, os fanáticos invadiram o terreno para destruir patrimônio particular. Atualmente esta capelinha esta em ruína.     
Mas no município existem oratórios de construção mais recentes, nos quais ainda resiste a tradição da reunião semanal para oração. Cito o Oratório do Marmeleirinho construído na década de 1960 e o Oratório do Bairro da Caximba, de construção recente, mas com história anterior a década de 1950.  

(Ruínas da Capelinha do Morro do Sumidouro/Foto: Antonio Kotoviski Filho, fevereiro de 2011)

domingo, 17 de novembro de 2013

SÍMBOLOS OFICIAIS DE TAMANDARÉ, BREVE RESUMO.

As fontes históricas que permeiam uma análise e a posterior criação de um documento técnico, não necessariamente se prendem a fontes orais ou bibliográficas. Mas tange muitas vezes o contexto de imagens, símbolos e manifestações culturais existente no seio do objeto pesquisado.
Não diferente ocorreu no processo de construção de minha obra histórica sobre o município de Almirante Tamandaré. Pois, muitas das linhas tecidas, foram construídas a partir de norteamentos gerados por marcos contextualizados em símbolos oficiais, que para muitos não passam apenas de desenhos e rimas. 
Foi neste contexto que fui inspirado a criar um capitulo especial para contemplar os símbolos oficiais do município, os quais foram inicialmente definidos pelo artigo 6º da Lei Orgânica Municipal, de 03 de Abril de 1990. Os quais até o ano de 2010 eram três: a Bandeira, o Brasão e o Hino. Sendo que estes ainda deveriam possuir em sua expressão uma mensagem em latu sensu. Ou seja, expressar a cultura, economia,  história  e a autonomia municipal.  Porém, em 28 de setembro de 2010 é instituído pela Lei Ordinária Municipal nº 1538 a Timoneira (Ilex theezans martius) como árvore símbolo da cidade.
Porém, o símbolo que ganha mais destaque por seu corpo metafórico possuir uma extrema capacidade de resumir os três elementos tipificados no 6º artigo  da Lei Orgânica, em latu sensu (sentido amplo). Sem perder a qualidade formal é o Hino de Almirante Tamandaré, estabelecido  junto à comemoração ao centésimo quarto aniversário do município em 28 de outubro de 1993, pela Lei Ordinária nº 246 de 1993.
Sendo que a letra deste hino foi elaborada pelo filho nato desta terra, pertencente a família pioneira que desbravou a cidade. Cito o escritor, historiador, advogado e artista plástico diplomado pela Escola de Musica e Belas Artes Santa Cecília, o Senhor Harley Clóvis Stocchero, que era membro da Academia Sul-Brasileira de Letras, da Academia Paranaense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.   Já a melodia foi composta por outro filho desta terra, também de berço de família desbravadora desta localidade. Cito: o senhor Paulo Rodrigo Tosin, músico diplomado pelo Conservatório de Música e Belas Artes do Paraná que se inspirou na obra Bodas de Fígaro de Wolfgang Amadeus Mozart, para compor a melodia.
Diante desta condição, percebesse que os criadores do hino tamandareense possuíam competência e conhecimentos necessários para elaborar o hino da cidade. Ou seja, bem diferente de algumas cidades que por politicagem recorreram a um concurso cultural escolar, no qual se avalia a literalidade e palavras bonitas. Que se quer atingem a verdadeira função que o hino deve possuir.
Neste contexto, para o leigo ou para as pessoas que migraram para a terra tamandareense e que não possuem o conhecimento sobre a história da cidade o hino possui uma versificação que não é entendida, e por isto muitos criticam. Porém, o hino possui um significado metafórico em contexto latu sensu, o qual irei explicar resumidamente para elucidar a lógica que ele contempla.
Por exemplo: no contexto geográfico e geológico, a versificação inicial, apresenta um ponto de referencia de localização da cidade no planeta, mesmo de forma ampla. Pois quando se refere à constelação do Cruzeiro do Sul, expressa que a cidade se localiza no hemisfério sul do mundo. Ou seja, para quem não sabe esta constelação só é visível em céu austral, ou seja, para os países ao sul da linha do Equador. Nesta mesma versificação se apresentam traços gerais geológicos ao se referir de morros e restingas, além de características gerais da formação vegetal. Sendo que é referenciada ainda duas atividades econômicas inter-ligadas, ou seja, a extração de madeira para a queima que alimenta os fornos da cal, que foi a principal base de sustentação dos filhos dessa terra no passado não muito distante.
Já o estribilho tem uma particularidade metafórica genial. A qual conta a gênese de Tamandaré e a relaciona com o principal elemento forjador da cultura e valores locais que é o cristianismo. Pois, se engana quem superficialmente considera que “Nossa Mãe, Virgem da Conceição”, uma referencia exclusiva a Nossa Senhora. Por quê?
Nossa Mãe se refere à terra original que nasceu a cidade, por este motivo Virgem, ou seja, terra não desbravada, de uma concessão de Mateus Martins Leme. Cuja, expressão Conceição era a utilizada para se referir à concessão. Ou seja, uma doação de terra, a qual era visto como uma dádiva na Colônia, devido a sua extrema qualidade e benefícios. E pelo fato desta terra ter sido perlustrada por portugueses e espanhóis que eram cristãos católicos, a referencia ganhou conotação religiosa. E ficou como Conceição. Que a propósito foi a terceira denominação do município dada pela Lei nº 957 de 28 de outubro de 1889, quando a localidade foi elevada à categoria de Villa. Ou seja, Conceição do Cercado. Que anteriormente  se chamava Nossa Senhora da Conceição, dada pela Lei da Província do Paraná de nº. 924 de 06 de setembro de 1888.
Porém, este verso não carrega só isto em seu contexto, pois, demonstra a presença cristã no município desde tempos que transcendem sua fundação. Pois, para quem não sabe, os missionários da Ordem de Jesus (jesuítas), passaram por estas terras e deixaram suas marcas na região da Varova e de Tranqueira. Da mesma forma que foi graças a influência da igreja Católica e a mão da maçonaria no contexto político que se deu a autonomia da região. Por efeito de curiosidade o Senhor Alberto Munhoz, Vidal Baptista de Siqueira e os outros membros da pioneira Câmara Municipal foram maçom.
Neste sentido, o Hino de Tamandaré é extremamente laico. Mesmo não repassando isto para o leigo e o desconhecedor da história do município. E também se não fosse que diferença iria fazer na ordem do dia. Pois, querendo ou não moramos em um país que possui leis que pregam uma suposta noção laica, sob a luz de uma Constituição Federal que já em seu preâmbulo esboça um contexto contraditório ao que prega e não observa a fé islâmica, xintoísta, bramanista, budista,..., além de possuir impresso em uns de seus símbolos nacionais (a moeda corrente), a expressão “Deus seja Louvado”. Ou seja, em um país predominante  de valores cristãos (que possuem doutrinas que consideram Jesus Cristo). É muito estranho existir pessoas no raiar de um pleito eleitoral preocupadas com o Primeiro Mandamento, enquanto nosso município encontra-se com dificuldades de achar meios para enfrentar as ações proibidas pelo 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º e 10º mandamentos.     
E por fim, existe uma consideração hilária que se faz da versificação do “repolho, o tomate e a cenoura”,... No entanto se faz por desconhecimento, pois estes produtos agrícolas com exceção ao tomate foram diversificados em terras tamandareenses por imigrantes eslavos. Ou seja, no contexto deste verso se expressa à presença do imigrante. Já que estes produtos até podiam, existir aqui antes da chegada deles. Mas deixaram de ser exótico a partir da chegada do imigrante.
Bem, expus minhas considerações, formuladas a partir de técnicas que permeiam as interpretações de fontes históricas abstratas e complexas dentro de um contexto de comparação e vinculação contextualizada. É um processo que deveria ser complexo, mas como tive a oportunidade em minha adolescência de acompanhar indiretamente o processo de concretização do hino, esta analise foi facilitada. Porém, no que tange meu futuro livro, infelizmente o capítulo não contemplará uma explicitação tão detalhada.  
(Dr. Harley (no centro), em solenidade de entrega, do atual Hino de Almirante Tamandaré, em substituição ao antigo Hino de Tamandaré, ao então prefeito Cide Gulin a sua esquerda/ Foto: Folha de Tamandaré/1993).

sábado, 16 de novembro de 2013

“CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR”

É com grande satisfação que em breve será marcada a data para o lançamento do livro “CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR”. Diante do exposto é necessário tecer algumas considerações sobre esta nova pesquisa científica.

No ano de 2011 lancei a obra “Relatos de um tamandareense: A história do município de Almirante Tamandaré”, que se tratava de uma pesquisa científica, porém com uma linguagem para atender o universo leigo. Por este motivo que a forma que foi apresentada se dava em forma de relatos, mas fundamentada em um contexto documental probatório. Apesar de ser uma obra que teve propositalmente suas informações limitadas e lastreadas para aquele momento histórico, atendeu seu objetivo. Já que, serviu de ferramenta para nortear a construção da obra a ser lançada, que começou a ser construída em 30 de outubro de 2011. Neste contexto criticas já eram esperadas, inclusive as construtivas e colaborativas. Da mesma forma foi possível analisar e refletir sobre as criticas destrutivas movidas por interesses curiosos, as quais forneceram as pedras para construir o novo castelo, e não serem jogadas de volta.

A partir da breve introdução a obra “CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR” irá se apresentar de forma científica e extremamente política, já que tem como fonte histórica documentos oficiais de caráter civil, penal, administrativo e científico. A obra supracitada trata da história do município de Almirante Tamandaré, ou seja, um conjunto de fatos de notoriedade pública devidamente divulgadas em periódicos de época, ou relatadas em documentos oficiais diversos. Isto significa que a obra não é de apresentação de famílias, exposição e repetição de fatos cotidianos comuns, oralidades expostas sem devidas confrontações com outras fontes de plausibilidade mais coerentes e tão pouco de lobby social (agradar fulano, ciclanos, instituição,grupo,...).

A pesquisa por ser de caráter científico não agradará a muitos, pois trará informações que afrontarão informações existentes sobre o passado. Da mesma forma, que muitas informações se apresentarão superficiais devido a falta de fatos devidamente comprovados com fontes históricas de credibilidade. Ou seja, não serão criadas suposições em cima de fatos que não se possui complementação plausível.         
Quanto a ortografia e gramatica foram tomados todos os cuidados para não existir a possibilidade de troca de arquivo no contexto da impressão do livro, da mesma forma foi fiscalizada a montagem do mesmo para que diminuísse a possibilidade do livro aparecer com páginas duplicadas ou faltando. Ou seja, problemas que infelizmente comprometeram a reputação da obra “Relatos de um tamandareense: A história do município de Almirante Tamandaré”.  

A presente obra se apresentará com 568 páginas em um formato 12X30cm (A4). Ou seja, é quatro vezes maior se comparado com a pesquisa antiga que contava em Word com apenas 125 páginas no tamanho 12X30cm. Está organizada em capítulos e subcapítulos.  98% das informações pesquisadas foram conseguidas em instituições fora da cidade, sendo as mais distantes em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Tibagi (Pr), Paranaguá (Pr), Cerro Azul (Pr),... a outra porcentagem foi conseguida através de coleta de imagens dentro da cidade, e informações que promoveram novas investigações.

Este paragrafo é exclusivamente para os “críticos destrutivos”, ou seja, esta obra foi 100% financiada pelo autor, ou seja, não teve recurso estatal no contexto da pesquisa e produção da obra. Foi-me sugerido bater lata na Prefeitura, porém a situação financeira do município não anda muito bem, devido a queda dos recursos oriundos da União.  
A presente obra, por ter tido um custo elevado em relação a primeira, foi produzida em menor tiragem. No entanto, da mesma forma que o primeiro livro, este será disponibilizado gratuitamente na net assim que for lançado a sua edição física. Da mesma forma que estará disponível para empréstimos em algumas respeitáveis instituições de pesquisa e cultura da capital.    

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PRÉDIO QUE ABRIGA O CEEBJA AYRTON SENNA.

Grupo Escolar Almirante Tamandaré/Fonte: Acervo Família Kotoviski - década de 1960 

Escrever e pesquisar sobre o município não é uma tarefa fácil. Pois, não raro é correr o risco de cometer erros, simplesmente por não perceber nomes e lugares homônimos.
No contexto de colheita e analise das fontes históricas que fundamentaram minha pesquisa, me deparei com ocasiões supracitadas. Pois, um exemplo desta infeliz situação diz respeito ao mais tradicional prédio escolar do nosso município onde se localiza a Escola Municipal Rosilda Aparecida Kowalski e o CEEBJA Ayrton Senna. Eis, que segundo o professor Ronel Corsi, cujo qual, expôs de forma publica em seu Blog estabelecido no endereço: http://ronelcorsi.blogspot.com/2009/10/revelando-memoria-na-medida-e-na_27.html visitado na data de 29 de janeiro de 2011, que o prédio estadual que abriga estas duas instituições foi construído em 1911 (“fotos da fachada da Escola Estadual Cebeja Ayrton Senna, em Almirante Tamandaré, Edificação de 1911, o espaço desta escola é dividido com a Escola Municipal Rosilda Kowalski - Ensino Infantil e Fundamental”). Ou seja, se isto correspondesse com a veracidade das informações, estaríamos este ano comemorando o centenário e até entrando com processo de tombamento desta obra arquitetônica.
Porém, por que não se está?
Simplesmente porque o referido prédio possui 61 anos. Ou seja, segundo os relatórios “A concretização do plano de obras do Governador Moyzés Lupion 1947-1950”. O prédio foi construído e entregue em 1950, com o nome de “Grupo Escolar”. Porém, este não é o único fato que comprova a idade do prédio, já que na observação de fotos panorâmicas da década de 1920 e 1940, a citada obra não se faz presente no local onde esta estabelecido contemporaneamente. Da mesma forma, que nesta foto já se encontra a prefeitura velha que data de 1916. Ou seja, se ele fosse de 1911 deveria estar compartilhando um espaço na imagem com a velha sede.
Mas então, porque ocorreu o erro?
Primeiramente é que já existia um Grupo Escolar na “Sede”, porém localizado junto a Rua Coronel João Candido de Oliveira (onde fica a Eletrônica Tosin). Que a principio foi erguido de madeira em 1911. Ou seja, o erro ocorre supostamente dentro de um contexto homônimo. Como também de conhecimento geográfico, pois apesar de próximas os prédios nunca estiveram no mesmo local. Mesmo na época não existindo a Avenida Emilio Johnson (ou rua um). Ou seja, as escolas sempre se localizaram em lugares diferentes, apesar de próximas.
Porém, a gênese da Educação na Sede do município começou pelo prédio de 1911 e se estendeu para o prédio de alvenaria de 1950. Talvez esta foi a armadilha que incitou o erro na pesquisa do professor supracitado.
Neste contexto em caráter de curiosidade, a primeira diretora estabelecida no novo prédio foi: Noeli Buzato Ayub. No ano de 1960, neste mesmo prédio onde se localizava o Grupo Escolar Almirante Tamandaré, teve inicio a Escola Norma Regional Alvarenga Peixoto que habilitava professoras a lecionar no antigo primário. A diretora responsável inicialmente pela escola foi Álda Dóris Siqueira. O patronato da escola foi uma homenagem ao advogado, poeta e inconfidente (Inconfidência Mineira) Inácio José de Alvarenga Peixoto.
Em 1972 a Escola Normal Regional Alvarenga Peixoto, passou a denominar-se de Ginásio Estadual Alvarenga Peixoto. Porém, em 1972, a instituição de ensino mudou novamente de nome, sendo que desta vez recebeu o nome do ex-deputado estadual e prefeito Ambrósio Bini. Neste contexto, a professora Rosa Bini de Oliveira, se tornava a primeira Diretora do Colégio Estadual Ambrósio Bini. O qual em 1980 implantou o ensino de 2º Grau com o Curso Profissionalizante Básico em Comércio. Em 1991 o Colégio passa a gerir sobre a luz da Educação Geral. No ano de 1998 o Colégio Estadual Ambrósio Bini muda de endereço. Sendo que em seu lugar é criada a Escola Municipal Rosilda Aparecida Kowalski que compartilha o espaço com o Colégio estadual Ayrton Senna que em 2000 se tornaria CEEBJA Ayrton Senna.

Meu pioneiro artigo “Considerações sobre o prédio que abriga o Ceebja Ayrton Senna” publicado na p. 13 da edição 681 da quinzena de 1º a 15 de maio de 2011.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

ATIVIDADES ECONÔMICAS GERAIS


Almirante Tamandaré desde seus primórdios tempos, sempre dependeu do comércio e da exploração de minérios. Porém, foram os minérios que atraíram as pessoas para aqui viverem e em consequência empreender algo que garantisse a sobrevivência. Alguns optaram pela agricultura, já outro por atividades do terceiro setor da economia. Já outros, tirando os exploradores da cal, optaram e desenvolver pequenas fábricas, de produtos básicos.
Um desses produtos básicos era o tijolo e a telha. Pois, eram produtos, que além de servirem a população local, poderia ser exportado para a capital. Neste contexto, existiu no Tanguá a olaria do Sr. Artur Wolf que remonta a década de 1940. Já na região da ponte do Taboão, existia a olaria Paulo C. Shimitz Cia Johnson, também remontando a década de 1940. A Sede do município, também contava com a olaria do Sr. Pedro Jorge, que remontava a década de 1940[1]. Em 1950 existia a Irmão Bini Ltda na Sede; Himério Lugarini no Passauna e Indústrias R. Fredolin Wolf na Lamenha Pequena[2]
Outra forma de captar recursos foram às serrarias, as quais forneciam tabuas, sarrafos, vigas,..., ou seja, produziam matéria prima para construções. As principais espécies vegetais exploradas foram à araucária, imbuia e canela, muito abundante nesta época as quais eram cortadas na base do machado e transportadas em carroças.
Como não existia energia elétrica em quantidade naquela época para alimentar motores, as serrarias funcionavam através de um sistema hidráulico (rodas da água), com serras vai e vem. Eram denominadas popularmente de engenho.
No século XIX, na região do Pacotuba é relatado a existência de uma serraria, movida a roda de água. Sendo que, no mesmo prédio, existia na parte superior (no sótão), um moinho. O dono deste moinho era um alemão, o Sr. Zeferino Zenf[3].   
Na década de 1940, existia no município na região do Boixininga, a serraria do Sr. Pedro Broto de Andrade, onde hoje fica contemporaneamente o Restaurante e Pesque-Pague do Broto. Já na região da Conceição, existia a serraria da família Wolf; no Marmeleiro existia a serraria da família dos Zem e na Tranqueira as serrarias pertenciam aos Stocchero; J. Domingos Chimelli (1928-1931) Tranqueira; Davi Manosso possuía um engenho de serra no Juruqui[4].      
Na região da ponte do Taboão já na década de 1920, existia uma ferraria, onde se fazia carroça, charrete, carrinho de mão, ferravam cavalo, faziam arado,..., ou seja, ferramentas agrícolas,..., sendo o proprietário o Sr. Teófilo Sczepanski sendo que mais tarde passou para o Sr. Paulo Macionki. Ainda existe esta ferraria, porém na forma de serralheria. Outra ferraria era Vacari Bevirato e Cia no Juruqui[5].  Em 1950 existia a Francisco Lovato e Irmão na Tranqueira, Pedro Cavichiolo (Lamenha Pequena e Atílio Stela (Passauna).               
Outra atividade que proporcionou recursos às famílias no município foram as fabricas de derivados de carnes (fábrica de banha, salame e linguiça). Que funcionaram no município desde a década de 1940, sendo uma delas localizada na Cachoeira, na Rua Mauricio Rosemann, que pertencia ao senhor Stanislau Borowski, que posteriormente foi comprada pelo João Fruhwert (João Peixeiro). Já a outra fabrica se localizava em Tranqueira, de propriedade do Sr. Istanislau Miclak[6]. As quais eram abastecidas por gado vindo do Assungui e da região. Em Campo Magro existia a fabrica de Angelim Pianaro; Himério Lugarini no Passauna e Antonio Alves na Sede[7].
Existiram no município, desde o século XVIII, os pequenos engenhos de farinha de milho ou biju. Uma herança indígena. Esta farinha era fabricada com milho umedecido, onde era socado por um sistema chamado de monjolo, até virar uma pasta, depois torravam em uma chapa. A maioria das casas possuía esta fabrica artesanal. Quem não possuía, utilizava o monjolo de quem tinha, pois era comunitário. Existiu em grande quantidade, na região do Córrego Fundo, Conceição, Marmeleiro, Barra de Santa Rita e Capivara. Na região da sede, não existia esta atividade. 



[1]              PREFEITURA MUNICIPAL DE TIMONEIRA. Livro de Lançamento do Imposto/Imposto de indústria, profissões de pesos e medidas. 1947-1961.
[2]              Arquivo de Requerimento apresentado a Prefeitura municipal de Tamandaré à contar de 11 de novembro a 30 de dezembro de 1931.
[3]              Relato de Estanislau Pupia, 1997.
[4]              PREFEITURA MUNICIPAL DE TIMONEIRA. Livro de Lançamento do Imposto/Imposto de indústria, profissões de pesos e medidas. 1947-1961
[5]              Idem.
[6]              Idem.
[7]              Arquivo de Requerimento apresentado a Prefeitura Municipal de Tamandaré à contar de 11 de novembro a 30 de dezembro de 1931.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O PLEITO MUNICIPAL DE 1959.

No pleito eleitoral municipal de 04 de outubro de 1959, foram registrados 2.598 votantes que compareceram, sendo 2.542 votos válidos. Sendo que para a o cargo de prefeito o Sr. Ambrósio Bini do PDS, recebeu 1009 votos, Hemetério Torres do PSD, captou 947 votos e o Sr. Antonio Johnson do PTB recebeu 589 votos. 

A Câmara Municipal foi composta por Domingos Natal Stocchero com 197 votos; Atílio Bini com 151 votos e o seu Arlindo de França machado com 132 votos, representantes do Partido Democrata Cristão. Já o Partido Social Democrata fez cinco cadeiras na campanha de José Nelepa com 163 votos; Mario Wolf com 161 votos; Fredolin Wolf Junior com 145 votos; Antenor Colodel com 137 votos e seu Camilo Perussi Neto com 132 votos. Já a única vaga do Partido Trabalhista Brasileiro, ficou com Antonio Dalazuana que alcançou 87 votos.

Foram presidentes da Câmara: 1960 - Fredolin Wolf Junior; 1961 -Domingos Natal Stocchero; 1962 - Arlindo França Machado e em 1963 - Atílio Bini. Já os suplentes que exerceram mandato: Reinaldo Buzatto com 105 votos, Galdino Arruda com 91 votos e Carlos Zem com 84 votos, ambos do PDS.

Esta gestão foi marcada pelo falecimento do Prefeito Ambrósio Bini em 14 de novembro de 1963. Este fato fez com que o Presidente da Câmara Municipal assumisse o cargo de prefeito, que por coincidência era o irmão do prefeito o saudoso Atílio Bini.

 Na primeira foto o Deputado Estadual e Prefeito Ambrósio Bini. Na segunda foto o Prefeito e Vereador Atílio Bini/Foto: Galeria dos Prefeitos.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Transição das Capelinhas

Uma tradicional manifestação cultural religiosa católica que ainda persiste no município é a Transição das Capelinhas entre moradores da comunidade, os quais recebem Imagem de Santa Maria em casa as 18:00 horas e a repassam no mesmo horário do dia seguinte ao próximo fiel. Estas capelinhas se distri[1]
buem na Sede, Marmeleiro, Botiatuba desde 1955, no São Miguel desde 1949. Porém esta manifestação não é exclusiva destas localidades citadas, pois, em outras regiões do município ela ocorre. Esta manifestação católica cristão começou a ser realizada em 1888 em Guayaquil no Equador, chegando ao Brasil (Minas Gerais) em 1914 e em Curitiba se manifestou em 1937
Além deste movimento de capelinhas, unem os moradores das comunidades tamandareenses as tradicionais novenas, que acontecem a cada semana em um domicílio  diferente da comunidade.


[1]              SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DO CARMO. Movimento das Capelinhas. Disponível em:< http://www.santuariodocarmo.com.br/area_publica/controles/ScriptPublico.php?cmd=verMovimento&codigo=9> Acesso em 04 jan. 2011.