quarta-feira, 31 de julho de 2013

FOLHA DE TAMANDARÉ, nº 768, 9-15/04/2013.

O Patrono Almirante Tamandaré

O gaúcho da localidade de Rio Grande de São Pedro do Sul (atual São José do Norte) oficial da Marinha Imperial Joaquim Marques Lisboa recebeu o apelido de Tamandaré, em virtude do título nobiliárquico dado em 14 de março 1860, que lhe conferia a denominação de Barão de Tamandaré. Sendo esta uma homenagem de D. Pedro II ao Almirante Joaquim Marques de Lisboa, que relembra com esta, o lugar em que com bravura, havia tombado o irmão do Almirante, o Major Manoel Marques de Lisboa, quando este chefiava a defesa do porto de Tamandaré, na costa pernambucana, em 1824.

A história de seu apelido teve gênese quando o Imperador esteve em visita a Pernambuco em 02 de julho de 1857, onde foi acompanhado pelo então Comandante Joaquim Marques Lisboa que comandava a Divisão que acompanharia o Imperador na sua visita às províncias do Nordeste (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba).

Foi na visita à localidade de Tamandaré (Pernambuco), um dos centros da reação contra os holandeses. Que, no cemitério, ao lado da Igreja de Santo Inácio, estava enterrado o irmão do Comandante, o Major Manoel Marques Lisboa. Foi neste instante que o então Comandante Joaquim Marques Lisboa pediu permissão ao Imperador, para transportar os despojos do irmão para a capital imperial. Dom Pedro II não só concedeu, como determinou que a translação fosse feita com as honras militares, correspondente ao posto que o homenageado possuía na revolução. 

Em seu histórico currículo o “Velho Marujo” participou nas lutas da guerra da Independência do Brasil na Bahia, da Confederação do Equador e da repressão às revoltas ocorridas durante o Período Regencial: a Cabanagem, a Sabinada, a  Farroupilha, a Balaiada e a Praieira. No plano externo, participou da Guerra contra Oribe e Rosas e, com a eclosão da Guerra do Paraguai, comandou as forças navais em operação na bacia do Rio da Prata, em apoio à batalha do Passo da Pátria, à batalha de Curuzu e à batalha de Curupaiti.

Nasceu em 13 de dezembro de 1807, e em sua homenagem é comemorada nesta data o Dia do Marinheiro. Foi Barão, Visconde, Conde e por fim Marques. Faleceu aos 89 anos, em 20 de março de 1897. Pelos seus feitos, lhe é prestado homenagens diversas entre elas: Patrono da Marinha do Brasil, nomes de cidades (Almirante Tamandaré-PR; Almirante Tamandaré do Sul-RS e Tamandaré-PE), Biblioteca Municipal Almirante Tamandaré em Marabá-PA. Além de homenagens icnográficas (moedas, livros, estátuas,...). 
O busto do Almirante Tamandaré presente em frente a Prefeitura Municipal, foi doado pela Capitânia dos Portos do Rio Paraná em 15 de setembro de 1986 nas solenidades de inauguração do prédio da Prefeitura/Foto: Antonio Kotoviski Filho, janeiro de 2012.

Antonio Ilson Kotoviski Filho é professor de História, Bacharel em História, Especialista em História do Brasil, Mestre em Ciências da Educação, Bacharel em Direito, historiador e poeta.

terça-feira, 30 de julho de 2013

LEMBRANÇAS DA VILA DE TAMANDARÉ

O presente texto foi extraído da pesquisa "Contos e lendas de um povo" elaborado pela Mestra Josélia Ap. Kotoviski em 2001.


A saudosa Dona Izalita Real Prado estava com noventa e três anos quando relatou algumas lembranças sobre a Velha Tamandaré. Ela contava que a casa onde mora foi à primeira escola do Botiatuba e Inspetoria de Ensino. O professor cujo ela tem lembrança era o senhor Sinfrônio de Andrade. Sendo que esta casa mantém as mesmas características de quando foi construída. 
Lembra que seu esposo já falecido o senhor José Real Prado Sobrinho (conhecido como Seu Zezinho ou Espanholzinho) era neto de José Real Prado Vice-Cônsul da Espanha no Paraná nomeado em 10 de abril de 1915. Morou no Botiatuba na época em que o território tamandareense pertencia a Curitiba.  Da mesma forma, que foi seu José Real Prado o dono do primeiro armazém do Botiatuba.
Nas décadas de 1910 continuava  muito difícil ir até Curitiba. Pois, tinham que atravessar um mato onde é hoje o Haras Tamandaré (Contemporâneo Parque Estadual Ambiental Anibal Cury) e percorrer a Estrada da Cachoeira. Levava quase meio dia para chegar lá.
Como naquela época era muito difícil ir para capital, a avó de seu Zezinho,  Dona Margarida curava muita gente com homeopatia. Já seu Zezinho foi funcionário do posto de  saúde, tendo atendido muito dos filhos de Tamandaré no tempo que ali trabalhou.
A casa onde mora mantém as mesmas características de quando foi construída e espera completar cem anos morando nela.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

HISTORIADORA PARANAENSE: Cecilía Maria Westphalen

Cecilía Maria Westphalen (Lapa, 27 de abril de 1927 - Curitiba, 10 de março de 2004) foi uma historiadora brasileira e professora da Universidade Federal do Paraná.

Filha de Pylades Westphalen e Palmira de Souza Westphalen, após terminar o primário na Lapa, em Irati), mudou-se para Curitiba com seus pais e irmãos (Olympio e Edgar), onde fez o curso normal no Instituto de Educação do Paraná e o curso Clássico no Colégio Estadual do Paraná.

Em 1950, formou-se em Geografia e História pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Paraná, onde também graduou-se em Direito, em 1952. Antes disto, em 1951, já estava dando aulas no Colégio Estadual do Paraná.

Em 1957, tornou-se Professora Catedrática na Universidade Federal do Paraná, após concurso público para a cátedra de História Moderna e Contemporânea. Entre 1958 e 1959 cursou pós-graduação na Faculdade de Filosofia da Universidade de Colônia, Alemanha Oriental, e na 6ª Sessão da École Pratique des Hautes Études, em Paris, especializando-se em História Moderna e História Contemporânea.
Cecília possui mais de 200 trabalhos publicados no Brasil.

Principais obras publicadas:
·         Pequena História do Paraná - 1953
·         Carlos Quinto, 1500/1558; Seu Império Universal - 1955

·         Porto de Paranaguá, Um Sedutor - 1998

Informações extraídas do Arquivo Publico do Paraná:I


domingo, 28 de julho de 2013

FOLHA DE TAMANDARÉ, nº 766, 22 a 31/03/2013

O último motorneiro

O saudoso tamandareense Benjamin Cailesso entrou para a história do transporte público no Paraná. Pois as 20:00 horas do dia 23 de junho de 1953, na esquina da rua 24 de Maio com Emiliano Perneta em Curitiba, os passageiros ficaram no ponto e o velho bonde disse adeus, dando lugar ao ônibus, mais confortáveis e rápidos.
Em entrevista prestada ao Diário Popular, ele conta: “O último bonde quem recolheu fui eu. De uniforme amarelo-caqui, jaquetão e camisa creme, gravata preta e boné amarelo. O meu boné tinha o numero 21,...”.

Benjamin Cailesso (grafia do nome e sobrenome de acordo com a assinatura do mesmo)/Foto: “Certificado de Reservista de 3ª Categoria nº 60458”.



Só para constar, motorneiro é a denominação dada a quem conduz bonde.
Em referência ao tradicional morador da Vila de Tamandaré Benjamin Cailesso foram coletadas as seguintes informações pessoais disponibilizadas pelo “Certificado de Reservista de 3ª Categoria nº 60458” sob a guarda do professor de História Erico Peres Oliveira filho de Célia Prado (Célia do Benjamin), que cita que ele nasceu em 23 de março de 1910 em Tamandaré. Seus pais eram os imigrantes italianos Pedro Antonio Cailesso e a sra. Maria Angelo Juliani Cailesso. Seu Benjamin em 1934 era funcionário publico estadual. Na década de 1970 trabalhou no Posto Rural Estadual que vendia implementos agrícolas. Foi casado com a sra. Anna P. Cailesso. Faleceu em 21 de fevereiro de 1981.

Antonio Ilson Kotoviski Filho. É professor de História, Bacharel em História, Especialista em História do Brasil, Mestre em Ciências da Educação, Bacharel em Direito, historiador e poeta. 

sábado, 27 de julho de 2013

ROMÁRIO MARTINS, O PAI DO PARANISMO.

A história do Paraná foi pesquisada por muitas pessoas, porém merece destaque pelo a dedicação de Alfredo Romário Martins filho de José Antônio Martins e Florência Severina Ferreira Martins Romário Martins nascido em 8/12/1874. Aos 15 anos iniciou sua intensa atividade como tipógrafo no jornal "Dezenove de Novembro". Sendo homenageado em 1938, posteriormente nas tipografias da "A República", do "15 de Novembro", do "Correio Oficial", da "Folha Nova", da "Federação". Por este motivo que ele é reconhecido como "O Príncipe dos Jornalistas do Paraná".

Romário foi o mais ativo e fecundo historiador do Paraná, Escreveu mais de 70 obras, Ele também organizou congressos e fundou revistas literárias e científicas. Entre seus livros mais famosos estão: “Vozes intimas”, “Noites Alvoradas”, “O que é o Paraná”, “Terra e gente do Paraná”, entre outros.

Foi considerado o maior historiador do Paraná quando publicou “História do Paraná”. Em 1900, convocou e liderou a organização do IHGP.

Ele pontificou, também, nas funções públicas, tanto eletivas como de nomeação. Foi deputado estadual em dez legislaturas, sendo autor das leis que criaram o Código da Erva Mate e o Código Florestal.  Além de criar a bandeira e o brasão do estado; o brasão e as armas de Curitiba e propôs o dia 29 de março de 1693 como a data do nascimento de Curitiba.

Em 1905 foi vereador em Curitiba. Em 1928 assumiu o cargo de secretário da Agricultura do Estado, onde empreendeu o "Cruzada do Trigo", conseguindo aumentar a produção em 585%, entre as safras de 1927 a 1930.

Romário Martins foi um dos grandes defensores da ecologia, com ações em favor das florestas, da fauna e flora. No dia da árvore, em 1928, efetuou um pronunciamento que deveria ser estudado pelos nossos atuais ecologistas.

Ele era fanaticamente defensor do Paraná. No ano de 1927, organizou o Centro Paranista. Na mensagem de fundação, afirmou: "Paranismo é o espírito novo, o enlace e exaltação, idealizador de um Paraná maior e melhor, pelo trabalho, pela ordem, pelo progresso, pela bondade, pela justiça, pela cultura, pela civilização".
Romário foi, também, um idealista, um sonhador, utópico, refletido no seu opúsculo "O socialismo", editado em 1895, onde defende que a propriedade é um roubo e que todos devem se unir, sem classe e sem discriminação.

Ele também organizou congressos e fundou revistas literárias e científicas. Entre seus livros mais famosos estão: “Vozes intimas”, “Noites Alvoradas”, “O que é o Paraná”, “Terra e gente do Paraná”, entre outros.

Romário Martins faleceu em Curitiba, no dia 10 de setembro de 1948.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O COTIDIANO DE TIMONEIRA PARTE II

O presente texto foi extraído da pesquisa "Contos e lendas de um povo" elaborado pela Mestra Josélia Ap. Kotoviski em 2001.

Um ilustre e saudoso morador da Lamenha Grande, que muito colaborou com o "Projeto Contos e Lendas de um Povo", já que, era portador de uma memória histórica foi o Senhor João Bugalski Sobrinho, cujo avô, foi o Professor Ignácio Lipski, que veio da Polônia para o Brasil em 1876, onde se instalou na Freguesia do Pacotuba, buscando melhores condições de vida. Tinha uma boa formação, por este motivo se tornou inicialmente professor auxiliar na escolinha de São Miguel onde por falar duas línguas (português e polonês), foi capaz de ensinar os filhos dos imigrantes que aqui chegavam. Pois, para conseguir ensinar, a professora brasileira necessitava que ele que traduzisse tudo o que ela falava, pois a maioria das crianças só entendia o polonês.
Um fato marcante vivido pelo professor Ignácio Lepski foi quando ele lecionava na Escola Isolada de São Miguel. Eis, que o Intendente Coronel João Candido de Oliveiro,  no que tange o cumprimento legal de uma ordem geral do Governo Central, invadiu a escola com seus homens de confiança e mandou que queimassem todos os livros poloneses da escola.
Porém, apesar do Coronel ter que cumprir ordem assim, ele era uma pessoa generosa, pois foi ele quem construiu a segunda Igreja Matriz. Esta igreja era apenas uma capela simples. No entanto bonita, bem no alto. Possuía um tom de cor amarelo desgastado pelo tempo, com grandes portas de madeira pintadas de marrom. O piso era de lajotas pequenas, com algum colorido em vermelho. O altar era bem alto e o padre rezava de costa para o povo, sendo a missa rezada em latim.
Em 1935 foi inaugurado o Seminário Santo Antonio[1] de Botiatuba que por 44 anos funcionou como sede da Paróquia Nossa Senhora da Conceição. E que até o momento, mantêm as mesmas características da construção original.   Nesta época, era notório o respeito que as pessoas tinham a fé cristã, principalmente entre as famílias polonesas que trabalhavam nos dias de semana e aos domingos reservam para descansar e ir a missa. Porém, outra manifestação religiosa era o costume que os poloneses tinham de construírem capelinhas. Sendo que na Capelinha do Pacotuba, houve a participação direta da família do seu João Bugalski em 1929, através de seu pai Martim Bugalski que cedeu uma parte de seu terreno para que a mesma fosse construída.  
O Senhor João Bugalski nasceu em 1930 e tem mais 3 irmãos. Houve um tempo que os seus pais viveram em uma casa de barro e usavam velas e lampiões, no bairro da Lamenha Grande e quando faltava alguma coisa iam até Curitiba de carroça, a pé ou a cavalo, demoravam três horas e meia para chegarem até a capital. Lembra que o primeiro ônibus dessa região que passava pela Estrada Estratégica foi o que fazia a linha  Rio Branco do Sul a Curitiba. Em 1948 o senhor João Bugaslki estava no quartel. Ele se casou aos 26 anos e se orgulha de ter sido catequista por 5 anos.
Lembra da que em 1953 e 1955, Ambrósio Bini foi prefeito de Timoneira. Nesta época, a localidade do Jardim Paraíso não existia, já que era uma área de cultivo. Sendo que nesta região existiram muitas famílias polonesas.



[1] BONAMIGO, Euclides. Histórico da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Almirante Tamandaré. 1998. 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O COTIDIANO DE TIMONEIRA

O presente texto foi extraído da pesquisa "Contos e lendas de um povo" elaborado pela Mestra Josélia Ap. Kotoviski em 2001.

                  Desde os treze anos residente nas proximidades da Sede de Tamandaré, a Senhora Noêmia Cordeiro Kotoviski, nascida no ano de 1920, sempre conta com grande satisfação histórias que as páginas dos livros não puderam captar. E são muitas. Pois, esposa de comerciante em uma época que as mercearias eram os principais centro de informações das localidades.
Dona Noêmia como é conhecida conta que em sua época de menina, Tamandaré era pobre. Não tinha movimento; não existia nada. Lembra dos carreiros por onde as pessoas passavam que era pelo meio do mato e dos sítios dos moradores. Pois naquela época, tinha a Rodovia dos Minérios, a Avenida Wadislau Bugalski como ela é hoje. Já que, a mesma se chamava estrada do Assungui e passava por dentro de seu sitio e do terreno de outras pessoas. A rodovia dos minérios foi construída entre 1950 e 1960[1] e se chamava de Rodovia Estratégica. Existia também o caminho pela Cachoeira que levava até Curitiba. Mas também passava por vários sítios. O caminho mais rápido para chegar em Curitiba era feito pela ferrovia. 
Nesta época o nome de Almirante Tamandaré era Timoneira, e na Vila (Sede) existia um armazém muito grande. Sendo o que precisasse tinha, os donos começaram do nada, era do Sr. Domingos Scucato.
Um tempo depois que casou com seu marido Pedro Jorge Kotovski, compraram um moinho de uma cunhada (Polônia Graboski Goinski e seu marido João Goinski, no Botiatuba em 14 de Janeiro de 1946. Sendo que no mesmo local começaram um armazém. Em agosto de 1960 o Senhor Pedro Jorge Kotoviski vende um terreno e moinho de fubá na Capivara ao senhor Brazelino de Paula Lourenço.   
Nesta época o prédio da Escola Municipal Rosilda Kowalski não existia. Só existia a antiga escola chamada de Grupo Escolar que ficava onde hoje esta localizada a casa da família Tozin.  Outra escola que existia na cidade era o Colégio das Freiras que ficava no Botiatuba onde esta a atual Igreja Redonda (Capela do Divino Espírito Santo). Era um colégio de madeira  grande, tinha muitos alunos que vinham de vários lugares da cidade. Porém era lembra que quando tinha quatorze anos, estudou em uma escola no Córrego Fundo onde faltava professor para dar aula. Já que tinha que morar lá devido a distancia com a cidade.                                        
Até o cemitério era feio, não tinha muro, era cerca de madeira, se quisesse  podia até  desenterrar os corpos que lá existiam. Depois foi feita uma reforma. Mas antes desse cemitério, as pessoas eram enterradas no terreno das capelinhas. Porque antigamente as não existiam cemitérios públicos na região. Inclusive existem dois filhos dela que nasceram mortos, enterrados onde fica a Capelinha do Pacotuba.
Antes de vir morar em Tamandaré, já tinha um primo que foi o primeiro cartorário da região. Sendo este cartório localizado no Distrito de Pacotuba e funcionava na antiga casa onde morou Sra. Felicita de Siqueira, seu primo chamava-se Claudino José Cordeiro.



[1] REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Expedição Cientifica a Serra de Paranapiacaba e ao Alto da Ribeira (Cel. João de Mello Moraes). Ed. IBGE, Ano XIX, julho - setembro de 1957, nº 3, p.10.  

quarta-feira, 24 de julho de 2013

UM JOGADOR HISTÓRICO QUE JOGOU NO ESTADO DO PARANÁ

Djalma Santos
Fonte: Revista Placar Atlético/Maiores Torcidas do Brasil/1984.

Página 48.
Futebol também é história, principalmente no Brasil onde ele é uma marca cultural do povo. Apesar do blog ser sobre história regional (Almirante Tamandaré e Paraná), hoje vai merecer destaque um atleta que vestiu a camisa do Clube Atlético Paranaense no ano de 1968 até 1972 onde encerrou a carreira. Pois, enquanto jogador do Furacão escreveu com seu dom uma parte da história do futebol em campos paranaenses.

Djalma Santos, nascido em São Paulo em 27/02/1929 foi uns dos melhores laterais direitos do mundo, campeão mundial pela Seleção do Brasil em 1958 e 1962 sendo seu último titulo o de campeão paranaense de 1970 pelo Atlético Paranaense. Sua despedida do futebol ocorreu no dia 21 de janeiro de 1971 em jogo contra o Grêmio.Depois de deixar os gramados, tornou-se técnico, com passagem pelo próprio Atlético, mas desistiu da carreira.  Faleceu em Uberaba aos 23 dias do mês de julho de 2013.
Revista Placar Atlético/Maiores Torcidas do Brasil/1984, p.21.   
  

FOLHA DE TAMANDARÉ nº 764, 09-15/03/2013

Cinco anos da instalação da Paróquia de São João Batista – Lamenha Grande


Em virtude do crescimento da comunidade católica da Lamenha Grande ocorreu a necessidade de se criar uma paróquia. Sendo que em 23 de março de 2008, em um Domingo de Páscoa, o arcebispo de Curitiba, Dom Moacyr José Vitti, na celebração Eucarística, instala a Paróquia de São João Batista – Lamenha Grande a qual foi desmembrada do território da Paróquia Sant’Ana de Abranches. Sendo que sua jurisdição abrange as capelas: Capela São Sebastião (Bonfim), Capela São Francisco Xavier (Colônia Gabriela), Capela Sagrada Família  (Gianini), Capela Nossa Senhora das Graças (Monterrey), Capela São Miguel (Lamenha Grande) e Capela Nossa Senhora Aparecida (Tanguá). Seu primeiro pároco foi o Edilson de Lima (2008/2009) e o segundo e atual é o Padre Valdecir Dávila (2009-até a presente data desta pesquisa).
Capela Matriz da Paróquia, junto a Av. Wadislau Bugalski, prédio do final da década de 1950/Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, 2012.

Antonio Ilson Kotoviski Filho é professor de História, Bacharel em História, Especialista em História do Brasil, Mestre em Ciências da Educação, Bacharel em Direito, historiador e poeta.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Folha de Tamandaré, “Histórico”, de 30 de agosto de 1989, nº 82, p. 2

O saudoso cidadão Hermenegildo de Lara também colaborava com seus textos históricos sobre a cidade de Almirante Tamandaré, os quais eram publicados na Tribuna dos Minérios e na Folha de Tamandaré.

Relatos do período em que Tamandaré era um Distrito de Colombo, e seu Hermenegildo era o Agente Administrativo:

             "Por volta do ano de 1939, logo que assumi a administração da chefia da ex-Agência Distrital de Tamandaré, época em que o território do município de Almirante Tamandaré foi anexado ao município de Curitiba, com a colaboração do inesquecível Frei Barnabé de Maria, de saudosa memória, o qual naquela época era Diretor do Colégio Seráfico Santo Antônio de Butiatuba, tendo sido constatado que no Cemitério Municipal da sede de Tamandaré, não existia nenhuma arborização, foram ali, plantadas tecnicamente, aproximadamente trinta mudas de ciprestes, árvores de grande tamanho e de forma cônica, própria para ornamento de Cemitério, cujas árvores cresceram rapidamente e lá pelo ano de 1944, época em que a referida Agência foi extinta, aquelas árvores estavam bem crescidas e eram bastante admiradas por todos.
Mas, infelizmente aconteceu o que não devia ter acontecido, foi lá pela década de 1960, não sabendo até hoje porque razão, a administração municipal daquele tempo, determinou que as mencionadas árvores fossem derrubadas e incineradas, o que muito surpreendeu a todos os habitantes da antiga Vila de Tamandaré. Pois, na verdade foi um desrespeito para aquele Campo Santo.
O que é muito estranhável também é que decorridos tantos anos daquela ocorrência, nenhuma outra administração municipal determinou que fossem plantadas outras árvores no mencionado Campo Santo.
Tudo de bem e de bom que é feito por uma administração, de forma nenhuma deve ser destruída por outras administrações, pois tudo o que é feito custa dinheiro que o povo trabalha para ganhar”. 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

HINO DO PARANÁ

A história da cidade de Almirante Tamandaré é uma pequena peça de um grande quebra-cabeça que quando juntado formam a História do Estado do Paraná.
Hoje, eu irei falar um pouco sobre um símbolo do Estado que começou a ser conhecido através da obrigatoriedade de cantá-lo antes dos eventos esportivos e cívicos (das partidas de futebol).
O Hino do Paraná é um dos símbolo oficiais do Estado, ao lado da bandeira e do brasão, símbolos adotados em 1947. Foi criado no ano de 1903. Tem como autores Domingos Nascimento nascido em Guaraqueçaba,  compondo a letra, e Bento Mossurunga nascido em Castro, responsável pela (música) O hino foi oficializado pelo decreto-lei estadual nº 2.457, de 31 de março de 1947.

LETRA:

Estribilho
Entre os astros do Cruzeiro,
És o mais belo a fulgir
Paraná! Serás luzeiro!
Avante! Para o porvir!

I
O teu fulgor de mocidade,
Terra! Tens brilho de alvorada
Rumores de felicidade!
Canções e flores pela estrada.

Entre os astros do Cruzeiro,
És o mais belo a fulgir
Paraná! Serás luzeiro!
Avante! Para o porvir!

II
Outrora apenas panorama
De campos ermos e florestas
Vibras agora a tua fama
Pelos clarins das grandes festas!

Entre os astros do Cruzeiro,
És o mais belo a fulgir
Paraná! Serás luzeiro!
Avante! Para o porvir!

III
A glória... A glória... Santuário!
Que o povo aspire e que idolatre-a
E brilharás com brilho vário,
Estrela rútila da Pátria!

Entre os astros do Cruzeiro,
És o mais belo a fulgir
Paraná! Serás luzeiro!
Avante! Para o porvir!

IV
Pela vitória da mais forte,
Lutar! Lutar! Chegada é a hora.
Para o Zenith! Eis o teu norte!
Terra! Já vem rompendo a aurora!

Entre os astros do Cruzeiro,
És o mais belo a fulgir
Paraná! Serás luzeiro!
Avante! Para o porvir!

domingo, 21 de julho de 2013

APMI - (Associação de Proteção a Maternidade e a Infância)

A preocupação em melhorar as condições do parto e promover um melhor acompanhamento ao desenvolvimento das crianças, foi expressada na gestão do Prefeito João Wolf em 8 de julho de 1949 com o advento da criação da APMI (Associação de Proteção a Maternidade e a Infância)[1]. A qual se aperfeiçoou em sua trajetória de 63 anos. Sendo que contemporaneamente abrange um universo mais amplo no contexto de assistência social. Inicialmente a APMI compartilhava o espaço junto ao Posto de Puericultura, localizado nas proximidades da atual Escola Alvarenga Peixoto. No entanto por não ter sede própria, era constantemente remanejada de local. Esta situação só foi solucionada na data de 18 de setembro de 1998, quando é inaugurada a sede própria desta importante instituição social, junto a Rua José Carlos Colodel.   
A pioneira presidência ficou a cargo da Primeira Dama a Senhora Ildemar Irene Wolf.

(Sede da APMI inaugurada em 1998, a qual compartilhou suas dependências com a Secretaria da Educação de 2005 a 2010/Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, abril de 2011).





[1]              Ata de fundação da Associação de Proteção a Maternidade e a Infância. 

sábado, 20 de julho de 2013

NOSSA GENTE - HERMENEGILDO DE LARA

A Folha de Tamandaré, possui um espaço interessante onde ela homenageia saudosos cidadãos tamandareenses que com suas ações colaboraram com a história da cidade. No contexto de minhas pesquisas, muitas foram as vezes que a Coluna Nossa Gente me inspirou ou norteou novos assuntos a serem investigados. Um dos personagem desta coluna foi o saudoso Hermenegildo de Lara, que provavelmente foi um dos primeiros ou o primeiro filho da Villa de Tamandaré a se preocupar em registrar a história do município. Pois, sua própria história profissional o credenciavam e o inspirava a isto. Pois, já aos em 1926 (aos dezessete anos), começou a trabalhar no Cartório Civil de Registro de Nascimento, Casamento e Notas da cidade. Foi escrivão da delegacia de policia em 1928, e foi lhe concedido o titulo de tabelião como o oficial maior do cartório em 1935. Tornou-se delegado em 1938 e Agente Administrativo do Distrito de Tamandaré. Faleceu com 87 anos, em 24 de março de 1997[1]. Porém, deixando um legado muito importante, que hoje serve para ajudar a contar uma parte da história do município. Porém, este legado poderia ser muito maior se as autoridades que entraram em contato com ele antes de seu falecimento, tivessem realizado seu cívico desejo. O de ser criado um museu na cidade para guardar o material coletado por ele sobre a cidade durante a sua gloriosa vida. No entanto, não ocorreu o interesse por parte dos governantes. E por este fato, muito deste valioso material se perdeu com a sua morte. 
   (Agente Administrativo Hermenegildo de Lara/pioneiro historiador tamandareense)
Foto publicada Folha de Tamandaré. Nossa Gente. Novembro de 1985.




[1]              FOLHA DE TAMANDARÉ. Nossa Gente/Hermenegildo de Lara. Ano I, nº 32, primeira quinzena de novembro de 1985.
    

sexta-feira, 19 de julho de 2013

FOLHA DE TAMANDARÉ, nº 762, 23 a 28/02/2013

Estrada de Ferro Norte do Paraná, 104 anos de história.

O “Relatório apresentado ao Exmo. Sr. Dr. Francisco Xavier da Silva Presidente do Estado do Paraná em 31 de dezembro de 1909 pelo bacharel Claudino Rogoberto Ferreira dos Santos Secretario d’Estado dos negócios de obras publicas e colonização” traz em suas páginas 69-89 o histórico da Estrada de Ferro Norte do Paraná, o qual será relatado resumido e parcialmente na integra já que se trata de um texto fundado em legislações com adaptações a algumas particularidades locais.
A gênese da Estrada de Ferro Norte do Paraná foi uma resposta as dificuldades que permeavam o transporte terrestre entre a capital e a Colônia Açungui.  Sendo, que no inicio do século XX isto iria mudar com o advento da passagem do trem. Principalmente porque se expressou através do Decreto Estadual n° 35, publicado em 03 de fevereiro de 1890, assinado pelo Presidente do Estado José Marques Guimarães.
Devido a onerosidade da obra já que o trajeto da ferrovia se fazia por trechos de complexa engenharia, a vontade do governo não se concretizou naquele momento, tão pouco depois nas outras tentativas.
Somente 16 anos depois com o advento da Lei 631, de 14 de março de 1906, finalzinho do governo de Vicente Machado da Silva Lima, que possibilitou que fosse consignada a verba Fretes e Passagens no orçamento da Receita do Estado do Paraná, ocorreu a necessária garantia de juros do capital a ser empregado na obra ferroviária. Com esse dispositivo legal, foi baixado o Decreto nº 298, de 27 de julho de 1906, assinado pelo então presidente do Estado, o Sr. João Candido Ferreira, que concedia a Gaston de Cerjat, ou a empresa que o mesmo organizasse. Os privilégios para a construção, uso e gozo da ferrovia. O início da construção foi em 19 de dezembro de 1906 junto às comemorações do 53º aniversario da emancipação política da Província do Paraná
Em janeiro de 1907 chegava a Vila de Tamandaré as obras da linha férrea, sendo que segundo o jornal “A Republica de 14 fevereiro de 1907” os obreiros da estrada de ferro foram recepcionados com grande alegria pelo povo e lhe foram oferecidos bebidas finas patrocinada por conceituados comerciantes da localidade.
Nos Relatos do saudoso sr. Generoso Candido de Oliveira, ao “Projeto Contos e Lendas de um povo” em 2002, já com o advento da construção da ferrovia adentrando em território tamandareense, o Sr. João Candido de Oliveira teve a oportunidade de fornecer os dormentes para a empresa que construía este trecho (divisa Curitiba até os limites com Rio Branco do Sul).
Porém, no que tange as informações da “Paroquia Nossa Senhora da Conceição de Almirante Tamandaré registradas no Livro Tombo, 1909, p. 20” o local onde ela estava sendo construída, era muito próximo, de uma capelinha ali existente desde 1863 (local onde se encontra a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição de Almirante Tamandaré). Diante deste problema, já que com o advento da passagem do trem poderia ocorrer o comprometimento da estrutura da frágil edificação de estuque (uma mistura de barro com cal que cobre uma estrutura de varas entrelaçadas). O qual vem ocorrer já com a passagem do trem de serviço (trem que transportava o material para a construção da ferrovia) em 24 de agosto de 1908 segundo a publicação do prefeito João Candido de Oliveira disposta no jornal a “Republica de 27 de Agosto de 1908”.
O termino da ferrovia se deu em fevereiro de 1909 no segundo governo do presidente estadual Francisco Xavier da Silva, quando a obra alcançou a Vila Rio Branco. Sendo que o primeiro trecho totalizou 43.397 metros. O que permitiu ser inaugurada em 28 de fevereiro de 1909 como expressa a “Ata de inauguração do trafego da Estrada de Ferro Norte do Paraná”.  Em 2 de março de 1909 foi aberta ao público.
Na antiga plataforma de embarque na Sede, ocorreu a recepção da comitiva inaugural que solenemente abriu o trafego oficialmente através da pessoa de Carlos Ritz Teixeira de Freitas em 28 de fevereiro de 1909 no ramal Tamandaré. Posteriormente o comboio inaugural seguiu para Rio Branco para solenemente inaugurar a Estrada de Ferro. Curiosamente o prefeito de Tamandaré Frederico de Souza e Vasconcellos não estava presente na solenidade tão pouco o Presidente da Província.

Estação de Tamandaré, em 1910, a pioneira locomotiva tipo Mogul (que se encontra atualmente em um museu na cidade de Caçador), ao chão do pátio, toras de pinheiro-do-Paraná/Foto tirada por Benedicto Severiano e publicada no periódico carioca “O Malho, 14 de maio de 1910, nº 400”.


Antonio Ilson Kotoviski Filho é professor de História, Bacharel em História, Especialista em História do Brasil, Mestre em Ciências da Educação, Bacharel em Direito, historiador e poeta. 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

FOLHA DE TAMANDARÉ, n° 760, 01-15/02/2013

C. E. Ambrósio Bini, dez anos de agonizante estado terminal.

O contemporâneo Colégio Estadual Ambrósio Bini, possui gênese no contexto evolutivo da Educação Pública na Sede, já em 1892. Não como “Ambrósio Bini”, mas como instituição de ensino. Ou seja, casa de professores, posteriormente um prédio específico estadual que conforme o aumento da demanda de alunos eram remanejados para prédios maiores como ocorreu em 1913. Porém, a identidade da escola Ambrósio esta ligado ao histórico prédio construído na década de 1950 utilizado pelas Escolas Municipal Rosilda Aparecida Kowalski em compartilhamento com o CEEBJA Ayrton Senna da Silva como é possível perceber no contexto do documento “Síntese Histórica do Colégio Estadual Ambrósio Bini”, elaborado pela Diretora Célia Maria Bini Lugarini fundada em informações pontuais de Hermenegildo de Lara: “Eis que no ano de 1960, no prédio onde se localizava o Grupo Escolar Almirante Tamandaré teve inicio a Escola Normal Regional Alvarenga Peixoto que habilitava professoras a lecionar no antigo primário. A diretora responsável inicialmente pela escola foi Álda Dóris Siqueira. O patronato da escola foi uma homenagem ao advogado, poeta e inconfidente (Inconfidência Mineira) Inácio José de Alvarenga Peixoto”.
Em 1967 a Escola Normal Regional Alvarenga Peixoto, passou a denominar-se de Ginásio Estadual Alvarenga Peixoto por força do Decreto nº 8078 de 22 de dezembro de 1967, publicado no D.O, n. 246 de mesma data, funcionando no mesmo prédio do Grupo Escolar no período vespertino (12:50 às 17:10). Em 1970 o Ginásio possuía 103 alunos distribuídos em: 1º série, 48 alunos; 2º série, 22 alunos; 3ª série 23 alunos e 4ª série, 10 alunos. O diretor era o Professor Lory Desley Ribeiro.   
Em referência ao documento “Síntese Histórica do Colégio Estadual Ambrósio Bini”, em 1972 a instituição de ensino mudou novamente de nome, sendo que desta vez recebeu o nome do ex-deputado estadual e prefeito Ambrósio Bini. Neste contexto, a professora Roza Bini de Oliveira, se tornava a primeira Diretora da Escola Estadual Ambrósio Bini o qual posteriormente foi denominado de “Colégio” através da criação e autorização de funcionamento dada por força do Decreto nº 4562 de 11 de janeiro de 1978. O qual em 1980 implantou o ensino de 2º Grau com o Curso Profissionalizante Básico em Comércio sendo reconhecido pela Resolução 239 de 28 de janeiro de 1982. Em 1991 o Colégio passa a gerir sobre a luz da Educação Geral.
A escola era referência de ensino no município até o final da década de 1990 quando ocorreu o advento de mudança para um prédio moderno. Esta mudança não lhe fez bem, pois começaram ocorrer diversos problemas até hoje não solucionados, que a cada dia que passa vai destruindo uma história bonita construída por décadas. Sendo seu ápice de decadência marcada pela interdição do prédio recém-inaugurado em fevereiro de 2003.
Hoje a instituição não possui sede própria, sofre o efeito negativo da falta de infraestrutura e para agravar esta morrendo no contexto de um doloroso processo.
Para os leigos desconhecedores da história, já em 1995 já existiam pessoas conscientes que alertavam sobre o derradeiro destino do “novo prédio” se fosse construído no banhado margeado por um rio e vizinho do local onde se extraia água do subsolo. Mas na época os “interessados” pela obra não ouviram, pois, um porque não tinha diploma; outro era baderneiro e agitador; outro era oposição; outro era um simples maquinista; outro era ambientalista,... “Infelizmente” o tempo mostrou que os valorados como “leigos e inaptos” estavam certos!
Dai surge a grande questão: por que até hoje a engenheira municipal que assinou o laudo de liberação da área não sofreu o devido processo legal do Estado e administrativo do CREA? Por que os engenheiros a serviço do Estado que elaboraram a obra não sofreram nenhum processo civil e do CREA?

Sei que o objetivo é “recuperar a verdadeira escola Ambrósio Bini”, torcer para que exista uma solução para esta situação. Porém, em contrapartida se deve cobrar paralelamente ações do Ministério Público, do Estado e Crea junto aos responsáveis pela obra e liberação do terreno. Pois, imaginemos se essas pessoas são contratadas para elaborar um projeto de um prédio de vários andares, ou um estádio, ginásio, ou seja, observando o histórico delas, fica em duvida a segurança da obra. Mas...  
Ruínas do Colégio Estadual Ambrósio Bini interditado em 2003, contemporânea construção símbolo dos efeitos de construções feitas sobre áreas sensíveis do aquífero. Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, abril de 2011. 

Antonio Ilson Kotoviski Filho é professor de História, Bacharel em História, Especialista em História do Brasil, Mestre em Ciências da Educação, Bacharel em Direito, historiador e poeta.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

A NEVE - 38 anos - 17 de julho de 1975.

Em uma quinta-feira datada de 17 do mês de julho de 1975, os moradores tamandareenses foram acordados com uma rara e bela surpresa proporcionada pela neve. 

Apesar de nossa região apresentar um inverno bem rigoroso, ele não apresenta as condições propícias para a precipitação da neve. Diante disso, foi uma novidade que dificilmente se veria de novo.

Antes desse histórico dia, a neve só havia aparecido em julho de 1928.
 
Casa de seu José Ido da Cruz, Rua Didio Santos, esquina com Emilio Johnson. Nesta histórica foto se observa a neve sobre os carros, no chão e telhados; o morro do saudoso Pedro Jorge ainda sem as marcas da extração do saibro, e a rua Didio Santos ainda não asfaltada e o moinho de cereais do seu Zé Ido, ao lado de sua casa.
Foto: Álbum de fotos da Família Kotoviski, 17 de julho de 1975.

terça-feira, 16 de julho de 2013

FOLHA DE TAMANDARÉ nº 759, 23 a 31/01/2013

O CARACOL

Ligado intimamente a vegetação típica, as características do relevo, hidrografia e clima tamandareense está a sua fauna terrestre muito rica em espécies, a tal ponto de ser sido um dos lugares prediletos para o desenvolvimento da caça. Porém, esta realidade mudou com a Portaria 117 da Divisão da caça e pesca do Ministério da Agricultura datada de maio de 1951 que proibia a caça em determinadas cidades, entre elas foi citada a cidade de Timoneira no Paraná.
Esta atitude governamental foi fundada principalmente pelo fato das características do município propiciar a existência de espécies em processo de extinção e exclusivas da região como por exemplo o caso do pequeno caracol, que se encontra nas folhas de verduras, em lugares úmidos próximos geralmente a entulhos.
Consta que oficialmente em 1952 o pesquisador da natureza paranaense Frederico Lange de Morretes, p. 109-126 identificou na região compreendida do Pilarzinho (Curitiba) ao Juruqui uma nova espécie de molusco denominada cientificamente de Mirinaba curytibana (popular caracol). A qual apresenta “concha oval-acuminada, dorso-ventrealmente comprimida, delgada, com 4 ¾ voltas, coloração olivácea-amarelada, com estrias espirais microscópicas. O maior exemplar mede 48,0mm de comprimento por 25,0 mm de diâmetro. A massa cefalopediosa é de cor castanho ferruginosa, com tentáculos escuros e opacos. Encontrados em florestas de araucárias da Mata Atlântica, sob vegetação, entre folhas caídas em decomposição”
É um animal que pertence cientificamente ao Filo: Molusca; Classe: Gastropoda; Ordem: Stylommatophora; Família: Strophocheilidae.  
Este típico animal da fauna tamandareense possui o status de ameaçado de extinção pelo Ministério do Meio Ambiente desde março de 2003 segundo o “Livro vermelho da fauna brasileira ameaçadas de extinção”, p. 479.
Outros invertebrados típicos da região que estão ameaçados de extinção são a libélula (Minagrion mecistagastrum) e o piolho-de-cobra (Peridontodesmella alba).


Antonio Ilson Kotoviski Filho é professor de História, Bacharel em História, Especialista em História do Brasil, Mestre em Ciências da Educação, Bacharel em Direito, historiador e poeta. 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

FOLHA DE TAMANDARÉ, nº 757, 01-15/01/2013.

Festa de Nossa Senhora da Conceição

A mais tradicional festa popular da cidade é a em louvor a Nossa Senhora da Conceição vinculada a Paroquia Matriz na Sede, a qual possui mais de 100 anos de tradição. Em seu ápice na década de 1920 era uma festa muito famosa na região, a tal ponto de ter ocorrido tentativas de torná-la uma “festa popular paranaense”. Ou seja, a mesma era anunciada nos diversos periódicos estaduais merecendo destaque o publicado na Gazeta do Povo de 07 de dezembro de 1928, a qual destacou sua programação: missa, procissão, banda de musica, churrasco, leilão de prendas..., sendo que no domingo de 9 de dezembro o trem teria um horário especial em decorrência do festejo para trazer e levar as pessoas da Capital e região.
Além do anuncio também se deslocavam para a região repórteres para acompanhar a festa. Um exemplo de tal fato é a publicação destacada (com atraso em relação a dezembro) na Gazeta do Povo de 5 de fevereiro de 1930, que relatava o evento, além de citar que o almoço foi realizado no salão de festa do Coronel João Candido de Oliveira em frente a Matriz (naquela época não existia um salão ou local coberto para realizações de eventos). 
Nesta época o dia de Nossa Senhora da Conceição era um feriado nacional obrigatório. Atualmente o dia 8 de dezembro é um feriado municipal facultativo em louvor a padroeira da cidade.
O evento festivo apesar de ser o maior da cidade, não conseguiu se tornar uma festa popular estadual como ocorre com as festividades de Nossa Senhora do Rosário em Paranaguá.   
Geralmente esta festa inicia-se com as tradicionais missas, com posterior almoço (churrasco, frango, risoto, maionese, salada de tomate e cebola) e bingo.

Antonio Ilson Kotoviski Filho é professor de História, Bacharel em História, Especialista em História do Brasil, Mestre em Ciências da Educação, Bacharel em Direito, historiador e poeta.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

CONTOS E LENDAS DE UM POVO

O presente texto foi extraída da obra "Contos e lendas de um povo", elaborado pela Professora, Mestra Josélia Aparecida Kotoviski em 2001.

HISTÓRIAS DOS TEMPOS DOS CORONÉIS PARTE I

A memória histórica da cidade de Almirante Tamandaré, infelizmente possui uma bibliografia muito escassa. Por sorte existem pessoas no município que carregam fragmentos desta história em sua memória e a propagam oralmente de forma espontânea em uma simples conversa.
É neste contexto que muitas vezes no cotidiano diário da cidade se encontra na avenida em rodas de conversas o Sr. Zair José de Oliveira, filho nato da terra desde 25 de fevereiro de 1943. Época que existiam pouco mais de 35 casas na Vila e região onde moravam na Sede as famílias Rose, Bini, Vaz, Cardoso, Siqueira, Cruz, Carlesso,  Buzato...
Estudou no Grupo Escolar Almirante Tamandaré (atual Escola Municipal Rosilda Kowalski) onde fez o primeiro grau tendo como professoras sua mãe dona Jaci Real Prado de Oliveira e sua tia Roza Bini de Oliveira. Este ilustre cidadão da terra carrega em seu sangue a tradição de famílias pioneiras que em meio a diversas adversidades de suas respectivas épocas foram de fundamental importância para o desencadeamento da autonomia municipal.
Pois, seu avô paterno era o ilustre Coronel João Candido de Oliveira, personalidade que com sua influencia política junto com João Alberto Munhoz, Vidal José de Siqueira, Antônio Cândido de Oliveira, Antônio Cândido de Siqueira, Antônio Ennes Bandeira, Antônio Vieira Bittencourt e Eloy Artigas de Christo formaram a primeira Câmara Municipal da História dentro de um contexto autônomo que foi instaurada junto com o município em 25 de Janeiro 1890. Pois, a data de 28 de outubro de 1989, corresponde à edição da Lei Provincial nº 957 que transformou o Distrito de Conceição do Cercado em Villa com o seguinte texto legal: “Fica elevado à categoria de Villa, com a denominação de Villa de Conceição do Cercado, da Paróquia de Pacotuba, com a mesma divisa, e compreendendo as colônias São Venâncio e Antônio Prado e do distrito de Ribeirão da Onça”.  Porém, quando a cidade foi instaurada, a mesma já se chamava Tamandaré por força do Decreto nº 15 de 09 de 1890.   
Nesta época não existia o cargo de prefeito. Ou seja, era o Poder Legislativo que administrava. Por esta particularidade da época o “intendente” mais votado ou designado pelo governo estadual se tornava o presidente da Câmara. Diante disso, o primeiro governante com status de autoridade máxima no município foi o Presidente João Alberto Munhoz.
Foram tempos em que a história da Vila de Tamandaré se confundiram com a própria trajetória de vida do Coronel João Candido de Oliveira. Pois, o mesmo se tornou Intendente da Cidade pela primeira do município no período efêmero de 10 de fevereiro de 1908 a 19 de junho de 1908. Posteriormente indicado pelo Governador Carlos Calvalcanti de Alburquerque, assumiu a intendência da cidade em 20 de junho de 1912 até junho de 1920. Ou seja, por quatro biênios seguidos foi à autoridade mais elevada em solo tamandareense. A ponto de no biênio de 1912/1913[1] se tornar Deputado Estadual pela cidade. Feito que se repetiu na Legislatura Estadual do biênio 1930/1931[2]
Seu Zair José poderia ser suspeito quando traz a tona estas lembranças, pois é neto do Coronel. No entanto, estas são histórias e não estórias. Eis que elas se confirmam documentalmente e notoriamente. Pois, o legado do Coronel se expressa em um dos patrimônios histórico e cultural estadual existente na cidade[3]. Já que foi na gestão do mesmo em 26 de março de 1916, com a presença do Presidente do Estado do Paraná, Affonso Alves de Camargo e do Senador Generoso Marques dos Santos, que ocorreu a inauguração da Prefeitura Velha[4] (atual Biblioteca Harley Clóvis Stocchero estabelecida em 27 de abril de 2006 no lugar da Biblioteca Santos Dumont que foi remanejada para o Bairro da Cachoeira na antiga Estação de Embarque da Ferrovia).  
Outro legado deixado foi a doação do terreno onde atualmente se encontra a Igreja Nossa Senhora da Conceição e o Cemitério Municipal em definitivo a paróquia, feita por ele e sua segunda esposa Bertolina Agnes Kendrick de Oliveira. Pois, no lugar do terreno doado existia uma pioneira capela feita de estuque, que data aproximadamente de 1863, que não resistiu as vibrações causadas pelo trem de apoio ainda no que tange a sua  passagem no período da construção da ferrovia que chegou em Tamandaré em meados de 1907. Onde posteriormente foi construída uma nova, possivelmente com os recursos da indenização recebida pela pelo fato da ferrovia ter passado pelas terras do Coronel. Porém, só em 1914 tem inicio a construção de uma Igreja maior que foi inaugurada em 1918[5].
Com satisfação percebida nestes relatos na própria naturalidade de seu Zair, o mesmo analisa que o Coronel João Candido, talvez tenha sido o único ou um dos políticos que assumiram o poder na cidade, que doaram bens particulares (terras) ao município. Não pelo fato dele ser um homem de posses, já que suas terras se estendiam desde onde está a sua casa (residência de seu Zair) que fica ao lado do terreno onde morava o seu avô e seguiam pelos territórios dos atuais Bairros São Felipe e Humaitá. Mas sim porque queria o melhor para sua terra.
Atitude carregada por sua família demonstrada em ações, principalmente se analisar o histórico da mãe de seu Zair José. Pois, muitos passam pela frente do Colégio estadual Jaci Real Prado de Oliveira, mas se quer questionam porque aquela senhora é patronesse daquela instituição de ensino. No entanto, a mesma também representa uma importante família do município a qual tem origem dentro do município no seu pai, o espanhol José Real Prado, o qual foi Cônsul da Espanha em Curitiba. Residia na região do Botiatuba, onde possuía um armazém. Por sinal o primeiro da região. Também medicava as pessoas através de homeopatia, pois era químico, conhecedor da formula do fósforo sendo o pioneiro a desenvolver esta formula em escala industrial no Paraná.            
Dona Jaci Real Prado, mãe de seu Zair, foi uma importante professora do município do final da década de 1930 e sequentes. Onde lecionou nas Escolas Isoladas de São Miguel e Cercadinho como também no antigo Grupo Escolar na Sede[6], que foi construído na gestão de seu sogro (Coronel João Candido de Oliveira no ano de 1912). Esta escola era de madeira, tinha apenas uma sala onde os alunos estudavam de primeira a quarta série.
Para os leigos e pessoas que a pouco tempo moram na cidade, talvez achem estranho quando seu Zair relatar que nem sempre a cidade teve o nome atual. Pois, segundo ele e fontes oficiais históricas, o primeiro nome da cidade foi Nossa Senhora da Conceição do Cercado; o segundo foi Vila de Tamandaré; o terceiro foi Timoneira e por fim Almirante Tamandaré. Que é uma homenagem ao militar e herói de guerra brasileiro Joaquim Marques de Lisboa, que era o Patrono da Marinha do Brasil que possuía a Hierarquia de Almirante e o titulo nobiliárquico “Tamandaré”.
Contemporaneamente, a família Candido de Oliveira doou para o município, a escrivaninha que pertencia ao Coronel João Candido de Oliveira. A qual era onde ele abria suas correspondências, lia seus livros, e na última gaveta guardava seu dinheiro... Esta escrivaninha se encontra na Biblioteca Municipal Harley Clóvis Stocchero e representa uma importante peça histórica cultural.
Outro legado que se propaga a partir da memória do Coronel João Candido de Oliveira, diz respeito aos contos e lendas que o povo conta. Exemplo: “...devido a sua popularidade, força política e riqueza, os antigos contavam que no tempo do Império, o Coronel João Cândido enterrava moedas de ouro em panelas.  Dizia-se que era para o governo com suas tropas não roubar. Até hoje há gente que procura o dinheiro deixado por ele, segundo seu Zair. Se lenda ou não, existem muitas histórias ou estórias no município que se tornaram folclóricas relativas “as panelas cheias de ouro e riquezas que os antigos enterravam em seus terrenos”.  
Seu Zair José de Oliveira é um grande político da cidade, até este momento foi três vezes vereador e uma vez vice-prefeito na Gestão Cide Gulin.



[1] FERREIRA, João Carlos Vicente. O Paraná e seus municípios. Maringá: Editora Memória Brasileira, 1996, p. 121.
[2] Idem, p. 123.
[3] GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SECRETARIA DO ESTADO E DA CULTURA. Espirais do tempo. Bens tombados do Paraná. Curitiba, 2006,  p.47.
[4] Acta da Sessão Extraordinária de inauguração do edifício destinado a Municipalidade de Tamandaré. 26 de março de 1916.
[5] Livro Tombo, nº 93, 1909, p. 20.
[6] REDE ESCOLA. Escola Jaci Real Prado de Oliveira. Disponível em:< http://www.attjacireal.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=9> Acesso em: 14 mar. 2011.