domingo, 6 de outubro de 2013

UM FATO QUE PODERIA TER SIDO EVITADO

Na década de 1970 foi perfurado o primeiro poço artesiano para abastecimento da pequena população local, pela Sanepar onde hoje fica o escritório de atendimento ao público da estatal no município. Já na década de 1980, na gestão do então Prefeito Municipal Ariel Adalberto Buzzato (1984-1988), a Sanepar, para sanear o crescente abastecimento de água no município, perfurou mais três poços artesianos com vazão de 680 metros cúbicos por hora[1], no centro da cidade. Porém os problemas que assolam a cidade tiveram inicio em 1992. Ano em que Sanepar, buscou tentar sanar o abastecimento de água da Região Metropolitana de Curitiba, explorando a água do subsolo[2].
No entanto lá pelo começo da década de noventa até o inicio do novo século, o centro de Almirante Tamandaré começou a sofrer um pequeno afundamento, mas com graves consequências, justamente causado por uma maior demanda de extração de água do subsolo iniciada timidamente na década de 1970 pela Sanepar. O qual foi marcado, pela interdição[3] em 2003 do prédio recém-construído do Colégio Estadual Ambrósio Bini. Que a propósito, havia sido alertado para a sua engenheira responsável pelo laudo de liberação do terreno onde seria executada a obra, ainda antes do seu período de construção. Que a região destinada a aquele fim, que ficava praticamente vizinho de onde se localizava a extração de água do subsolo feita pela Sanepar. Poderia corromper a estrutura da edificação. E por este motivo não se deveria construir lá.
Mas a engenheira, com ar de arrogância proporcionado pelo status de carregar um diploma. Mandou o diretor de obras municipal da época Antonio Ilson Kotovski (que não possuía competência legal para interditar a obra, já que se tratava de uma construção estadual, como também não era o Secretário de Obras), estudar engenharia. Para depois palpitar em assuntos técnicos. Resumindo, atualmente o tradicional Colégio Estadual Ambrósio Bini, se estabelece em dois prédios provisórios, para atender seus alunos. Aguardando a morosidade burocrática e uma decisão resolutiva  política estadual e municipal, para resolver o problema gerado pela falta de humildade de uma engenheira em admitir um possível erro de escolha de local da obra, que resultou na condenação estrutural de um prédio público, a ponto de inviabilizá-lo.
Ruínas do Colégio Estadual Ambrósio Bini interditado em 2003, contemporânea construção símbolo dos efeitos de construções feitas sobre áreas sensíveis do aquífero. Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, abril de 2011.




[1]              REVISTA PARANAENSE DOS MUNICÍPIOS. Especial Almirante Tamandaré.  Curitiba:  Ed. Revista Paranaense dos Municípios Ltda, Fevereiro de 1986, ano XVIII, p. 11.  
[2]              ARAÚJO. Maria Luiza Malucelli. A influência do Aquífero Carste em Almirante Tamandaré. COMEC, 2006, p. 17.
[3]              Revista Brasileira de Geofísica.  Aplicação dos métodos gravimétrico e eletroresistivimétrico-IP em área de risco geotécnico do sistema aqüífero cárstico em Almirante Tamandaré-PR. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010261X2006000300009&script=sci_arttext> Acesso em: 25 nov. 2010

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