A
GÊNESE E DESENVOLVIMENTO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ
Como professor,
é meu dever manter meus conhecimentos sempre atualizados. Principalmente se
levar em conta, que os assuntos da ciência que leciono estão sempre passando
por um processo de metamorfose. Já que a Ciência História evolui na mesma
velocidade, que se renova e despertam as racionalizações humanas.
Diante desta
condição, resolvi conhecer um pouco mais da história do município que eu moro.
Pelo pouco que consegui observar, as informações prestadas pelos autores
alienígenas sobre a região se caracterizam resumidas e superficiais. Mas isto,
não é culpa dessas bem aventuradas pessoas. Mas sim de nós historiadores e
cidadãos filhos da terra, que pouco se interessamos para desvendar e enriquecer
com mais informações, a trajetória do município que nos acolhe. No entanto,
para não ser injusto, existem pessoas que estão fazendo isto no município. Os
quais se destacam o escritor e professor Pedro Martim Kokuszka com suas obras sobre
os imigrantes poloneses na cidade; e um importante legado não terminado sobre o
Município, iniciado pelo seu Harley Clóvis Stocchero; a professora Mestra
Josélia Aparecida Kotoviski, a qual iniciou em 2000 um trabalho de coleta de
lendas e histórias cotidianas do município. Além de outras pessoas, que dedicam
uma parte de seu tempo, em resgatar o que o tempo tentou apagar, mas que por
falta de divulgação e de informações de seus trabalhos até este momento,
infelizmente não puderam ser lembradas.
É lógico
também, que existe um pessoal que atrapalha. Pois, colhem informações, tenta
comercializá-la, além de se promoverem com isto. O que acaba fechando a porta
para as pesquisas sérias.
Buscando novas
informações, percebi que muitos autores e pesquisadores paranaenses, iniciam
seus breves comentários sobre o município tamandareense, com a expressão, “que
a história de Almirante Tamandaré, se perde no tempo e no espaço”. Tal
expressão, na minha humilde e interpretação ainda pouco sábia, está equivocada.
Isto se dá ao fato que a gênese da cidade, não começou em um lugar que não
existe e tão pouco do nada.
Mas a grande
questão é: onde e quando tudo começou?
Tudo índica,
baseado pela atual posição geográfica aonde o município se encontra, (25° 18’
de latitude sul, 49° 18’ de longitude Oeste), que o território antes se chamava
de Campos de Coritiba. Pois este fazia parte da abrangente região que
compreende a região Metropolitana Norte. Cruzadas e deslumbradas tanto por
expedições espanholas comandadas por Álvaro Nuñez Cabeza de Vaca, que vieram do
oeste entre 1541 a 1542[1].
Quanto pela pioneira bandeira comandada pelo português Aleixo Garcia em 1524 e
mais tarde (1531) pelas entradas portuguesas de Pero Lôbo e Francisco Chaves.
As quais, ao desbravarem a Floresta Tropical Atlântica e contornar as serras,
vindas do leste, transcenderam os limites imaginários do então Tratado de
Tordesilhas, cujas coordenadas plausíveis, segundo RIBEIRO, em 1519 eram de 49°
45' w de Greenwich[2].
Eis que,
independente de qual reino Ibérico era o dono do território. Pelo tratado, a
região do Primeiro Planalto Paranaense, nos quais se localizava os Campos de
Coritiba, (Curitiba, Almirante Tamandaré, Rio Branco, Colombo, Bocaiúva do Sul,
Campina Grande do Sul,...), pertenciam tudo ao Reino da Espanha. Pois, pelo
tratado, todo território a oeste do meridiano imaginário de Tordesilhas,
pertenciam à Espanha, porém isto não foi muito observado pelos espanhóis e tão
pouco respeitado pelos portugueses, já que a partir de 1580, ocorreu o episodio
histórico da União Ibérica, que durou até 1640. Ou seja, o dono do território,
foi quem chegou e tomou posse dele. No caso, foram os portugueses.
Diante destes
fatos, porém com certas restrições de períodos, o começo da história do
município tamandareense, se vincula com a própria história da capital
paranaense, porém, a de ressaltar, que existem certas particularidades, que
criaram um divisor bem claro em suas origens como cidades.
Estas
particularidades se referem ao fato, que quando o então capitão povoador
Gabriel de Lara chegou aos Campos de Coritiba, já encontrou portugueses
habitando a região e proximidades. Pois, muitos arraiais já existiam.
Provavelmente formadas por Bandeiras (expedições não oficiais, mas sim
particulares, com o objetivo de prear nativos e buscar metais e pedras
preciosas). Ou seja, aqui no primeiro Planalto Paranaense, já existiam pessoas
“civilizadas”, compartilhando a região com os nativos tinguis.
Texto extraído da obra Relatos de um tamandareense. A história de Almirante Tamandaré disponível gratuitamente no endereço: http://issuu.com/exceuni/docs/relatosdeumtamandareense
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