sexta-feira, 30 de agosto de 2013

30 de Agosto de 1988

Por que os professores do Estado do Paraná se manifestam e param suas atividades na data de 30 de Agosto? 

Na data de 30 de agosto de 1988, cerca de 150 professores acampavam em frente à Assembléia Legislativa do Estado, em Curitiba, durante uma greve que completava 15 dias.

Ao grupo se juntaram outros trabalhadores da Educação Pública, que queriam uma audiência com o governo do Estado para discutir uma pauta de reivindicações.


Quando chegaram ao local, foram recebidos pela Polícia Militar, que usou a cavalaria, cães e bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Várias pessoas ficaram feridas. A data ficou marcada na história dos professores do Paraná, que adotaram o dia como símbolo de luta.

Este acontecimento é um fato redigido na História do Paraná! 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Bairro da Cachoeira.

Com 2,89 km² de área temos na divisa com Curitiba o Bairro da Cachoeira, cuja denominação é um hidrotopônimo inspirado nos acidentes físicos existentes no Rio Belém (cachoeira), o qual resultou da expressão vou para a cachoeira, ou tomar banho na..., que deu origem à denominação. Sua história já explicitada em capítulos anteriores começa no final do século XVIII, com Capitão Antônio Rodrigues Seixas e sua esposa Maria Soares Paes, que se estabeleceram na região. Como território tamandareense, a área foi resultado de um desmembramento da Cachoeira original em 1899. Sendo assim, é por este motivo que existe bairro homônimo vizinho. Porém, devido à exploração imobiliária e a concentração intensa existente na região e bairros próximos, a localidade aparenta ser muito maior. Por este motivo que contemporaneamente recebe o nome de Grande Cachoeira. 
(Replica da antiga Estação Ferroviária da Cachoeira, atual Biblioteca Municipal Santos Dumont/ Foto: Luiz Bassetti, maio de 2008).

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Escola Isolada Lamenha Pequena/Escola Rural Municipal Helena Witoslawski.

A existência desta de uma escola na Colonia Lamenha Pequena só foi possível, porque os pioneiros colonos formadores da Colônia Nova Romastak, decidiram adquirir um terreno para fins recreativos. Sendo que o mesmo possuía uma área de três mil metros quadrados, com uma casa de madeira, (localizado na contemporânea Rua Justo Manfron, nº 250 e conhecida como Casa Romastak que data do inicio do século XX). O qual nos sábados e domingos a casa era ocupada para fins recreativos. No entanto, pelo fato da instituição de ensino mais próxima estar localizado no Bairro do Tanguá, a casa recreativa foi cedida para fins educacionais[1].
No ano de 1987, ocorreu a união Escola Isolada Lamenha Pequena com a Escola Rural Municipal Helena Witoslawski. Manteve-se a denominação de escola Helena, que inicialmente funcionava como escola primaria. No ano de 1994, a partir dos esforços da Diretora Divanir Lucia Sandri Meguer, implantou-se o ensino de forma gradativa de 5ª a 8ª séries, fazendo nascer a Escola Estadual Lamenha Pequena no período vespertino, autorizada pela Resolução nº 1054/94 de 25 de março de 1994 e reconhecida pela Resolução nº 4725/2010 – DOE: 23 de dezembro de 2010. A qual compartilha o prédio com a escola municipal que se manteve com o status de escola municipal tendo competência de ensino de pré-escola a 4ª série e funciona com aluno no período diurno[2]
Porém, com o consequente aumento de alunos matriculados, foi inaugurada em 1988 a nova sede da escola no mesmo endereço contemporâneo na Gestão do Prefeito Ariel Buzato.  Que foi uma reforma da escola construida na gestão do sr. Antonio Jonhson.

Escola Isolada Nova Romastak/Foto: Arquivo da Escola Estadual Lamenha Pequena, década de 1960.  



[1]              Idem.
[2]              Idem.

domingo, 25 de agosto de 2013

BAIRRO LAMENHA

O centenário bairro da Lamenha Grande surgiu do programa de assentamento e povoamento do Paraná com imigrantes. Inicialmente foi criada com a denominação de Colônia Lamenha cujo antropotopônimia se liga a homenagem prestada ao fundador da colônia em 1876 que foi o Presidente Lamenha Lins. Sua área atual é de 6,31 km².
A alteração do nome para Lamenha Grande ocorreu devido à divisão da Colônia logo em seguida. A nova parte que surgiu foi a Lamenha Pequena,  a qual faz divisa com a região homônima de Curitiba. Sendo que o Bairro Lamenha Pequena tamandareense possui 2,25 km², e seu nome deriva da parte territorial inicial antes da separação[1]. Sua separação se deu em virtude de uma nova leva de colonos na região. Sendo estes italianos e poloneses, que formaram inicialmente a Colônia Nova Romastak[2]. Cuja, a denominação não oficial da região surgiu de um fato curioso: os primeiros italianos que se estalaram se referiam à localidade como “Nova Roma” e reconheciam a localidade com esta versão. Porém, quando no processo da distribuição de lotes para os eslavos, os funcionários do governo perguntavam se eles queriam as terras que ficavam na região da Lamenha conhecida como Nova Roma. Sendo que a resposta era: “tak” e repetiam “Roma tak” (Roma sim, em polonês). E para não sair do costume, o povo mais simples, popularmente começou a expressar involuntariamente de forma aportuguesada a palavra “Romastak”, por causa da curiosa história e em um contexto cômico.
Ou seja, a área da Lamenha teve que ser ampliada devido à chegada de novos imigrantes. Mas oficialmente a região era definida como Lamenha Pequena, (uma analogia a filho grande (mais velho) e filho pequeno (mais novo) no caso Lamenha “Pequena”. Que por ser homologa a região de Curitiba na divisão, começou a ser redenominada oficialmente a partir de como era popularmente conhecidas algumas partes de seu território em Tamandaré (Tanguá, São Miguel, Romastak (que possui uma parte em Curitiba).  
    Oratório Santo Izidoro construído em 1899, localizado as margens da Av. Wadislau Bugalski na Lamenha Grande/Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, abril 2011



[1]              PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA. Guia de Bairros/Lamenha Pequena. 1980.
[2]              PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. Escola Estadual Lamenha Pequena/histórico da comunidade escolar e da Instituição. 2009, p. 11.

sábado, 24 de agosto de 2013

O CINEMA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ.

Além do rádio, outra forma de lazer sofisticado usufruídos pelos moradores da pacata cidade de Almirante Tamandaré, foi o advento de um cinema na cidade. O  qual consta desde o ano de 1957, onde inicialmente se localizava onde hoje é a Estância do Lago, já que lá se encontrava uma pequena usina de energia elétrica de propriedade do senhor Antônio Gedeão Tosin. Este estabelecimento se chamava Cine Mauá e possuía a capacidade para 70 lugares e funcionava no sábado e domingo. Mas tarde, com o advento da eletrificação da sede tamandareense, em 1965 o senhor João Roque Tosin (seu Joãozinho), transferiu seu empreendimento cinematográfico para sede, em frente ao atual Colégio Ayrton Sena, na atual Avenida Emílio Johnson.    
(Cine Mauá de seu Joãozinho (João Roque Tozin), média anual de 83 sessões e aproximadamente 3479 espectadores. A estrutura do cinema também serviu a comunidade da Sede como Igreja Católica, enquanto se construía a terceira Igreja Matriz. Foto: Arquivo Da Paróquia Nossa senhora da Conceição de Almirante Tamandaré).

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

DIA DO FOLCLORE BRASILEIRO

Hoje, 22 de agosto se comemora o Dia do Folclore.
A cidade de Almirante Tamandaré é muito rica em manifestações folclóricas, principalmente as relacionadas a contos e lendas. Diante disso será exposto uma história que virou estória...

Conto extraído da obra Contos e Lendas de um Povo organizado e pesquisado pela Professora Josélia Ap. Kotoviski. 

O lobisomem da Escola Municipal Vereador Vicente Kochany.

A professora Cintia Pacheco contava que certo dia de inverno na Escola Vereador Vicente Kochany a criançada começou a dizer e a avisar as professoras que tinha um lobisomem no mato atrás da escola. Porém, ninguém acreditou muito naquilo.
Uma semana depois, começou a faltar alunos e por coincidência apareceram mães vindo verificar porque seus filhos estavam com tanto medo de ir para escola. E se já tinham dado jeito no cachorrão estranho que causava medo nas crianças.
A diretora preocupada resolveu verificar a tal “estória” que a criançada contava. Então esperou o locus fusco e pediu para as crianças mostrarem onde estava o tal lobisomem, que sempre ficava no mesmo local na tardinha!
Não demorou muito e as crianças apontaram para o mato. E a diretora e professoras em um primeiro momento levaram um susto. Porém, mais calma e com uma observação mais lógica verificaram que era um cachorro normal. Mas que pelo fato de ser preto, peludo e grande, e estar em um local pouco iluminado dava a impressão de ser um lobisomem!
Então, no outro dia explicaram o fato para as crianças e tudo voltou ao normal.  

O Lobisomem maroto.

Uma senhora ao lembrar de seu tempo de juventude, contava que sempre  voltava para a casa, por uma trilha no cair da noite. Por este caminho que era pelo meio do mato sempre o seu cachorro a acompanhava.
Uma certa tarde noite de inverno, ela estava voltando da roça e sentiu o cachorro se esfregar nas suas pernas. Ela dizia para ele sair. Mas o cachorro continuava até ela sair da escuridão do matagal.
Então na hora que ela chegou em casa, percebeu que o cachorro estava dormindo na varanda. Então refletiu assustada que o que se esfregava não era seu cachorro. Foi quando ela olhou para trás e com tremendo susto viu no quintal de sua casa um lobisomem.
Depois disso, não lembra mais de nada, já que desmaiou e acordou com seus pais lhe prestando socorro. 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

DIA DO HISTORIADOR

Aprovado pelo senado no dia 9 de setembro de 2008, o Dia do Historiador é comemorado no dia 19 de agosto para homenagear Joaquim Nabuco, que, além de diplomata, escritor, político, jornalista, abolicionista e um dos pais da Academia Brasileira de Letras, era historiador.
Mas quem é historiador?
É o profissional que representa a ciência História. Ou seja, não é um mero contador de histórias, mas sim um cientista que investiga utilizando técnicas e conhecimentos que resgatem fatos ocorridos. É o professor que transmite o conhecimento histórico para as futuras gerações. É a pessoa responsável em manter viva a memoria para que as coisas ruins do passado não se repitam.

   

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Parque Ambiental Aníbal Khury

Na cidade de Almirante Tamandaré existe um parque estadual público Trata-se de um dos maiores parques ambientais urbanos do mundo, o parque foi criado através da Lei nº 14233, de 28 de novembro de 2003 e decretado de utilidade pública através do Decreto nº 3003 de 19 de maio 2004, o qual possui uma área de 220 hectares[1]. Devido ao seu passado, esta área ter sido um haras (o Haras Tamandaré), sua estrutura foi aproveitada pelo 4º Esquadrão do Regimento de Polícia Montada, mas também se desenvolvem atividades de equitação terapêutica para deficientes. Ou seja, é um local seguro para qualquer visitante, pois além de ser patrulhado pela policia militar, não se pode beber bebidas alcoólicas no seu interior.
No parque existe ainda um Centro de Educação Ambiental mantido pela Sanepar em parceria com o Município. Além de seu lado sócio/ambiental, o visitante pode desfrutar das trilhas para caminhadas, parquinho temático para a criançada, decks de contemplação do lago, mirante, pista para cavalgada e churrasqueiras.
O parque estadual foi inaugurado em 1º de junho de 2008, na gestão do Prefeito Vilson Goinski, com a presença do então Governador do Estado Roberto Requião, com a benção, missa solene e posterior show do padre cantor Reginaldo Manzotti, que foi transmitido pela TV Educativa, para todo o Brasil[2].

Parque Estadual Ambiental Aníbal Khury/Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, 2010.

[1]  ECOPARANÁ. Parque Ambiental Anibal Khury. Disponível em: <http://www.ecoparana.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=23> Acesso em: 03 dez. 2010.
[2]              Idem.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

ESTRADA DA CACHOEIRA, UMA BREVE CONSIDERAÇÃO.

A Estrada da Cachoeira ou Estrada do Humaitá começava na contemporânea Rua Campos Sales no Bairro do Ahú. E se prolongava margeando a Ferrovia Curitiba-Rio Branco do Sul, e por alguns trechos da atual Avenida Anita Garibalde, onde seguia através da Rua Belém (década de 1950, atualmente Anita Garibaldi), que se estendia até a Estação Ferroviária da Cachoeira. Sempre margeando a já referida ferrovia, nos trechos das contemporâneas Ruas Francisco Kruger, Antonio Johnson e Domingos Scucato, até a Ponte do Rio Barigui, onde se ligava com a Estrada do Assungui, ambas em Almirante Tamandaré.
Estrada da Cachoeira. Provavelmente, a estrada herdou a denominação que a localidade recebia, já no século XIX, ou seja, anterior a 1853, quando a região já aparecia como uns dos 27 quarteirões de Curitiba[1]. Pois, segundo o que os moradores mais antigos contam, a partir de relatos de seus pais, que a região se tornou conhecida por este nome, porque existiam várias cachoeiras, onde as mulheres iam lavar roupa, pessoas iam se banhar, buscar água,... Ou seja, da expressão, vou para a cachoeira, resultou no hidrotopônimo[2] que atualmente denomina a região, tanto o bairro da Cachoeira em Almirante Tamandaré, quanto o bairro de mesmo nome no município curitibano, os quais estão grudados, a ponto de ser na observação da população local, tudo um lugar só.
É denunciada as margens desta estrada no ano de 1931, pelo requerimento do Sr. Moizés Collodel, que nela existia um terreno de invernada de gado. O qual já era utilizado a mais de vinte anos. Pois, segundo o documento, ele reclama que o terreno teria sido cercado indevidamente, o que prejudicou a passagem de tropas pela estrada e que isto atrapalhou o comércio local[3]



[1]              MARTINS, Romário. Curityba de Outr’ora e de Hoje. Curitiba: Prefeitura Municipal de Curityba,
 Commemorativa do Centenário da Independência do Brasil, 1922.
[2]              Hidrotopônimo de taxionomias de natureza física resultantes de acidentes hidrográficos, (água, córrego, rio, ribeirão, foz, cachoeira). ZAMARIANO, Marcia. Toponímia paranaense do período histórico de 1648 a 1853.  Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Londrina: Londrina, 2006, p. 90.
[3]              Arquivo de Requerimento apresentado a Prefeitura municipal de Tamandaré à contar de 11 de novembro a 30 de dezembro de 1931.

domingo, 18 de agosto de 2013

FOLHA DE TAMANDARÉ n° 784 de 24 a 31/07/2013

UM TAMANDAREENSE NO CERCO DE ITARARÉ EM 1932
 
O trecho da rua que passa pelo Botiatuba que pertence a histórica Estrada do Juruqui na década de 1990 recebeu denominação de um antigo morador da localidade, sendo o homenageado o comerciante Pedro Jorge Kotoviski, nascido na data de 19 de outubro de 1913, filho do casal de imigrante formado pelo ucraniano Damião Kotovicz com a polonesa Francisca Brzezinski. Casou com Noêmia Cordeiro.
Porém, o saudoso comerciante se destacou por ter participado de um importante momento histórico do Brasil, pois, na sua juventude, serviu à Nação lutando na Revolução Constitucionalista de 1932, no período de 12 de julho de 1932 a 21 de outubro de 1932, no Histórico Cerco de Itararé, segundo o documento oficial do Exército Brasileiro denominado de “Caderneta militar do Cabo Artilheiro Pedro Jorge Kotovski. 1932 a 25 de abril de 1933”, p. 47. Estava lotado na 5ª Divisão de Infantaria Quartel da Lapa, Brigada da 5ª Região Militar (atualmente 15º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado), compondo a 2ª Bateria do 5º Grupo de artilharia de montanha.
Cabo artilheiro Pedro Jorge Kotoviski em Campanha em Itararé em julho de 1932.
Foto: Família Kotoviski.

Seu filho mais novo Otavio Kotoviski, lembra que o Sr. Pedro costumava contar detalhes dos acontecimentos mais marcantes enquanto estava em ação em Itararé: “(...) eis que, em uma patrulha que durou dias, começou haver a necessidade de racionalizar alimentos. No entanto, o alimento sempre estava disponível nos suprimentos dos soldados paulistas que eram encontrados mortos e propositalmente abandonados pelo caminho, porém, o Tenente não permitia que Pedro e seus colegas de campanha pegassem o suprimento dos mortos, pois os mesmos poderiam estar envenenados, uma vez que era uma tática de guerra usada pelos paulistas”.

Nesta mesma recordação, contava sobre a troca de tiros que seu pai teve que passar: “(...) estávamos intrincheirados, quando o Tenente se levantou e foi dar a ordem para atacar (...) coitado, quando falou para atacar, foi mortalmente atingido na cabeça. A sorte é que tínhamos coberturas de outros grupos, que avançaram a posição...!”

sábado, 17 de agosto de 2013

RELATOS DE UM TAMANDAREENSE, SEGUNDO ANIVERSÁRIO!

Hoje fazem 2 anos que foi lançada a obra histórica Relatos de um tamandareense. História do município de Almirante Tamandaré.
A história do livro que na data de 17/08/2011 foi lançado, nasceu de um constante questionamento que faço intimamente a mim mesmo. Ou seja, como ser realmente útil ao mundo?
Foi no contexto deste raciocínio que no locus focus do dia 20 de novembro de 2010, estava passando com minha bicicleta pela rua Rachel Candido de Oliveira que me ascendeu a vontade de escrever um livro sobre a história do município. Ou melhor, proteger do esquecimento e da distorção causada pela colheita irresponsável da oralidade, a história da cidade que com carinho sempre me acolheu.
Pois, independente de motivação quanto mais a história vai se perdendo, mais condicionadas a sofrerem interpretações falhas ela fica. E por consequência o que era fato real vira lenda. E o que era lenda se torna fato real dentro de um contexto de contradições terríveis e daninhas no que tange o legado histórico deixado para as futuras gerações.
Foi norteado por este raciocínio que percebi que poderia realmente ser útil nesse mundo. Pois, mesmo dentro de minhas limitações e da falibilidade humana, eu estaria no mínimo criando um marco referencial. Um ponto de partida e incentivo a futuras pesquisas sobre o cotidiano do município.
Porém, como eu iria fazer este resgate histórico de informações?
Um dia escutei, que quando moramos muito tempo em um lugar, acabamos sendo o próprio lugar. Talvez eu não more tanto tempo em Almirante Tamandaré, a ponto de assim ser. Mas o simples fato de conviver com quem já é o lugar, já me faz também ser uma pequena parte da cidade.
Por sorte, lembrei-me que possuo trinta e quatro anos de pesquisa de campo colhida no seio dessa terra, e uma vasta biblioteca viva que me cerca, ou seja: meus familiares, amigos e pessoas conhecidas desta sociedade, que assim como eu, são filhos de filhos de pessoas que pioneiramente desbravaram estas hostis terras. E mesmo na adversidade dos primeiros tempos nunca fugiram dos desafios. Busquei guardar as ações perseverantes de muitos anônimos e não-anônimos que contribuíram com seu jeito e em diferentes setores da vida, para um cotidiano melhor que por efeito se concretizou em beneficio a um grupo maior.
Mas a questão então não era mais o que escrever, mais o de comprovar que tudo que se teceu, possui veracidade. Pois, esta obra que apresento a sociedade agora e que por efeito vai ficar para as próximas gerações, é uma pesquisa científica. E por este motivo deve carregar a credibilidade em cada relato, desenvolvido dentro de um processo de técnicas e metodologias científicas que permeiam a pesquisa histórica.
Por sorte ou destino, possuo estes conhecimentos, pois sou formado em História e carrego o título de Especialistas de História Do Brasil. Além de conhecimentos no campo jurídico, já que sou Bacharel em Direito. Outra experiência em pesquisa que possuo, diz respeito ao período que tive que elaborar minha dissertação para alcançar o Grau de Mestre em Ciência da Educação, além de eu ter participado do projeto Contos e Lendas de um Povo Coordenado por minha mãe, a professora mestra Josélia Kotoviski que foi uma pesquisa de campo que colheu relatos do cotidiano do Tamandaré Antigo, do Tamandaré-Curitiba, Tamandaré-Rio Branco, Timoneira-Colombo, Timoneira autônoma, até aos contemporâneos dias,...
Foi então, que com ares sanhudos de façanha, desbravei e explorei os meus conhecimentos e informações sobre o município; norteados e fundados em um arquivo de materiais sobre Tamanadaré colhidos e guardado durante anos por minha mãe.
Também me norteie em alguns fatos existentes no trabalho do professor Pedro Kokuzska no contexto de seu livro: Nos rastros dos imigrantes poloneses, além dos legados dos senhores Harley Stocchero, Didio Santos e de seu Hermenegildo de Lara;
Outras fontes que possibilitaram dar chão aos meus textos, foram: o jornal Folha de Tamandaré fundado pelo senhor Antonio Rodrigues Dias de propriedade de seu Leônidas Dias. A de destacar a colaboração também do Jornal Tribuna dos Minérios, desde 1967.  É lógico que muita documentação oficial e legislação dispersa colaboraram também para dar fundamento a esta obra.
Porém, é de consciência que o que escrevi tem falhas.
Mas alguém deveria guardar a história do município, pois são mais de 120 anos de uma trajetória que não pode ser dispersada nas areias do tempo.
Os Relatos de um Tamandareense é uma obra cientifica histórica com linguagem adaptada a atender aos anseios de uma plateia heterogênea, cujo, a finalidade é não deixar estes feitos serem apagados com o tempo e fornecer subsídios situacionais para futuras pesquisas. Nesse sentido, busca funcionar também como um documento de contraposição a qualquer alteração estabelecida sobre fatos notórios e de conhecimento público. Feitas por possíveis interpretações doutrinárias ou ideológicas, que ao invés de preservar a história de um povo, a apagam, mantendo apenas o que lhe interessa e possa ser utilizado para um propósito que lhe traga algum retorno.
Diante deste exposto inicial, este livro é a preservação da pequena parte da história municipal expressando-se como uma homenagem a todos aqueles que no contexto desta obra serão citados, e também aos que não serão, mas que mesmo assim deixaram sua marca nessa terra. Sei que muitos não mais estão entre nós em vida. Mas estão na forma de seus empreendimentos em diversas áreas que ajudaram a construir o município que aprendi admirar desde cedo. Está obra também relata ações de pessoas, que ainda estão firme e forte, colaborando do seu jeito, para dar rumo ao progresso da cidade.

Pois, o grande mérito de se colaborar com a história do município, não esta no reconhecimento, mas na satisfação de se ter melhorado o lugar em que se vive. Pois, quem faz para a comunidade está fazendo para si próprio, já que todos nós fazemos parte de um grupo, entrelaçada em um contexto de ação e reação.

Visite e conheça o livro no site:http://issuu.com/kotovski/docs/livrokotovisk

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

ESTRADA DO CERNE

Foi pelo antigo território tamandareense que passou a principal estrada que ligava a Capital do Estado ao Norte ao Norte do Paraná. Ou seja, a Estrada do Cerne, construída na gestão de Manoel Ribas em 1929 a qual oficialmente se chama Rodovia Engenheiro Angelo Ferrario Lopes denominada apenas 53 anos depois de sua construção pelo Decreto Estadual nº 5.546 em 18 de outubro de 1982. No entanto, a denominação popular é Estrada do Cerne, o qual é um hidrotopônimo de taxionomia de natureza física resultante de acidente hidrográfico. Pois, a denominação provém do Rio Cerne. Sendo que o Cerne (localidade de Campo Largo) é o lugar onde existe um rio localizado no Km 35[1]. A partir da conclusão do trecho Santa Felicidade-Cerne, foi determinada a liberação da rodovia ao tráfego, o qual popularmente se originou da expressão “vou pela Estrada do Cerne”, já que o trecho terminava no Cerne[2]. Sua construção aproveitou alguns trechos já existentes, traçados sobre os pioneiros caminhos que levavam até antigos povoados, que surgiram no contexto da busca pelo ouro, desde antes de 1680.
Sua inauguração ocorreu em setembro de 1940, a qual se tornou um importante ponto de escoamento da safra agrícola do Norte do Paraná por mais de 20 anos. A qual agora seguia para o Porto de Paranaguá e não mais para o de Santos como era em outros tempos por falta de estradas no Paraná[3]
Atualmente esta estrada corta o município de Campo Magro-PR.
(Construção da Estrada do Cerne/Fonte: DER-Paraná)



[1]              TV SINAL. Documentário Estrada do Cerne. Disponível em:< http://tvsinal.wordpress.com/2010/08/13/documentario-estrada-do-cerne/>Acesso em: 20 Fev. 2011.
[2]              DEPARTAMENTO DE ESTRADA E RODAGEM – PARANÁ. PR-090 - Rodovia do Cerne. Disponível em: < http://www.der.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=21> Acesso em: 20 Fev. 2011.
[3]              Idem.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

BAIRRO PACOTUBA

Uma das áreas de povoado mais importante para a História do Município é o Pacotuba, pois, depois da Conceição (atual Campo Magro), Campo Magro (a Sede daquele município), o Pacotuba já era habitado estrategicamente desde o início de século XVIII. Seu nome foi inspirado no Rio que nasce e corta a região e que foi encontrado uma efêmera quantia de ouro. A palavra “pacotuva” possui varias interpretações. Pacotuba na forma como se expressa se refere à região de muita banana, ou sitio de banana. Porém, “atualmente” isto não cabe para a região. Talvez a localidade onde o rio nasce, possuísse uma concentração notória de bananeira a ponto de receber este nome, para servir de ponto de referencia. No entanto, se levar em consideração que em trezentos anos o nome pode ter sido distorcido até chegar à forma como os conhecemos. Poderia ser Pacotuba igual à Pacotuva que teve origem na palavra “pacatuva” que significa região de pacas. Atualmente esta literalidade tem mais sentido, pois não raro é ver pequenas pacas atravessarem o rio. Atualmente o bairro possui uma área de 9,27 km².
(Antiga Capela do Pacotuba/Foto: Paróquia Nossa senhora da Conceição de Almirante Tamandaré, de 15 de julho de 1962).

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Resumo da Educação na cidade de Almirante Tamandaré.

TRECHO EXTRAÍDO DA OBRA RELATOS DE UM TAMANDAREENSE/HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ (p. 264-267).

Historicamente o contexto da Educação de Almirante Tamandaré que é uma consequência do desenvolvimento tardio da educação no Brasil. Comecei a apresentar um quadro histórico resumido da história da Educação Brasileira forjada aos moldes da civilização europeia dominante no Brasil que foi introduzida em 1549 com a chegada da pioneira Companhia de Jesus (Jesuítas), com o objetivo principal de catequizar os “selvagens nativos” para torná-los cristãos. Ou seja, inicialmente a Educação não era para atender o colono. É lógico que por efeito, esta primeira manifestação do ensino abrangeu os poucos filhos de colonos existentes no território. 
A partir deste fato o ensino em território brasileiro começou sofrer a sorte das varias ações governamentais históricas. Entre elas as que mais tiveram influência foram: a ordem de saída da Companhia de Jesus do Território Português (na época isto valia para o Brasil), a qual deixou muitas consequências negativas por mais de dois séculos principalmente na colônia; o remanejamento da Capital Portuguesa e a vinda da Corte para o Brasil, o que obrigou o governo a investir em um sistema educacional para atender as necessidades da nobreza e burguesia deslocada para o Rio de Janeiro e Salvador; o processo de Independência do Brasil, onde a primeira Constituição já mostrou uma tímida preocupação com a Educação; o advento da transferência de competência de responsabilidade do desenvolvimento do ensino básico para as províncias, a qual para muitos cientistas da Educação ocorreu em período e forma não compatível com a realidade brasileira; o desenvolvimento da mentalidade de se repensar a cultura brasileira e manifestações em outros setores sociais na década de 1920; fundação das primeiras universidades nos principais centros urbanos do país; surgimento de tendências nacionais de tentativa de aplicação da teoria da Nova Escola; alteração de regime político e consequente alteração dos projetos educacionais; preocupação com o fim do analfabetismo e a alfabetização de adulto; desenvolvimento industrial brasileiro que norteou a política de ensino no Regime Militar que visava atender as novas necessidades da sociedade naquele momento. E por fim o novo norte ditado pela Constituição de 1988, promulgada após amplo movimento pela redemocratização do País, procurou introduzir inovações e compromissos, com destaque para a universalização do ensino fundamental e erradicação do analfabetismo.
Resumindo, a Educação existente no Município, sempre foi um reflexo deste contexto. Mas com um agravante, o extremo aumento populacional que sofreu nos últimos 40 anos. Pois, querendo ou não, teve que se desenvolver uma estrutura para abraçar os anseios da população, que eram e ainda é ditado pelas necessidades imposta pelo sistema capitalista.
Diante deste exposto, os relatos mais antigos do desenvolvimento da educação oficialmente em Almirante Tamandaré, se dão pelo texto da Lei nº 731 de 19 de outubro de 1883[1], assinada pelo Presidente da Província do Paraná, o Sr. Luis Alves de Oliveira Bello. O qual em seu artigo único dispunha da criação de uma cadeira de instrução primária do sexo masculino, na localidade de Botiatuba, distrito de Pacotuba. Porém, a relatos documentais, que já em 1872, se fazia presente uma escola na localidade. Pois, o Sr. João Cândido de Oliveira foi aluno de Antônio Pires Rocha Pombo e Antônio Joaquim Padilha.
No período de 1892 a 1893 o Município de Tamandaré apenas contava com uma escola pública promiscua de ensino primário na Sede cujas professoras foram a Dona Floripa de Siqueira Macedo e posteriormente Dona Gertrudes Domitila da Cunha Martins[2].
Ainda no século, XIX é relatado à significativa colaboração dos recém-chegados imigrantes europeus estabelecidos nas imediações de Curitiba, entre elas se destaca a Colônia Lamenha. Que futuramente faria parte da Villa de Tamandaré, como principais propagadoras de escolas particulares, com o intuito de desenvolver conhecimento e condições de adaptação do imigrante a cultura local, isto foi observado em 1868[3], mesmo existindo na região da Lamenha uma Escola Primaria Colonial[4].
Na região da Colônia Antonio Prado já se fazia existente uma escola já no ano de 1860, tendo como primeiro professor o imigrante alemão Augusto Hecke, que foi professor do Exército Alemão e Missionário da Igreja Luterana. A escola recebeu varias denominações até se instalar no prédio inaugurado em 1986 e denominado em 1991, como Escola Rural Municipal Antonio Prado. Em 2007 possuía apenas 47 alunos matriculados no ensino de 1ª a 4ª série. Em 2009 contava com 40 alunos e 4 funcionários, o que resultou no seu fechamento que gerou muitos protestos[5]
Também no Relatório do Superintendente Geral do Ensino Publico do Paraná, o Dr. Victor Ferreira do Amaral e Silva elaborado em 01 de novembro de 1894, é acusada a existência de três escolas subvencionadas (particulares) em Tamandaré. Localizadas no Tijuco Preto, Conceição e Pacotuba[6].



[1]              BLANCK MIGUEL, Maria Elisabeth.  Coletânea da documentação educacional paranaense no período de 1854-89. Campinas: Editora Autores Associados, 2000. 
[2]              MUNHOZ, Caetano Alberto. Relatório da Secretaria dos Negócios Interior, Justiça e Instrucção Publica/Quadro demonstrativo do professorado do Estado do Paraná. Curityba: Typ. e Lith. a vapor da Companhia Impressora Paranaense, 1894, Quadro anexo, p. ( C ).
[3]              CÂMARA DE EXPANSÃO ECONÔMICA DO PARANÁ. 1º Centenário de Emancipação Política do Paraná. Porto Alegre  RS: Livraria do Globo S.A, 1953, p. 30.
[4]              MUNHOZ, Caetano Alberto. Relatório da Secretaria dos Negócios Interior, Justiça e Instrucção Publica/Resumo das Escolas de Instrucção Primaria do Estado do Paraná. Curityba: Typ. e Lith. a vapor da Companhia Impressora Paranaense, 1894, Quadro anexo, p. (D).
[5]              GAZETA DO POVO. Moradores entram com mandado de segurança contra fechamento de escola. 16 de abril de 2009.
[6]              Idem, Anexos de Relatórios, Superintendência Geral do Ensino Publico do estado do Paraná, p. 40.  

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

FOLHA DE TAMANDARÉ, nº 780, 23 a 30 de junho de 2013

A turística capela de Santo Antônio

A capela de madeira em que foi anunciada a inauguração da Colônia Antonio Prado em 15 de agosto de 1886, não existe mais, pois em seu lugar foi construída uma de alvenaria como explica o texto do  “Inventário turístico municipal de Almirante Tamandaré – Paraná”, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo, 2005, p. 30. Complementando as informações do referido documento temos que a Igreja de Santo Antônio conhecida também como Igreja do Prado foi estabelecida junto ao Lote 24.

No ano de 1930, a pequena Igreja foi ampliada passando por uma reforma, dando início a construção em alvenaria tendo seu término em 29 de setembro de 1933 (atual Igreja). Nela foram preservados o teto e o assoalho sem a presença de pregos. Em seu interior encontram-se preservados os altares, as imagens, os castiçais de madeira, o coro e o sino. O cemitério ao lado da igreja também existe desde a fundação da comunidade, com túmulos e muros de pedras em forma de blocos.
Igreja de Santo Antônio. Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, abril de 2011.


domingo, 11 de agosto de 2013

CAMINHOS QUE LEVAM A ALMIRANTE TAMANDARÉ

TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO RELATOS DE UM TAMANDAREENSE/HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ, p. 83-86.

De férias, duas semanas para o Natal, aproveitei meu tempo livre para comprar alguns presentes mais sofisticados em Curitiba. Percebendo que eu iria sair, meu pai resolveu ir junto, para levar sua câmera fotográfica digital para arrumar.
Como de costume, peguei a Rodovia dos Minérios (PR-92, trecho Curitiba - Rio Branco do Sul, cujo, o nome oficial é: Rodovia "Conselheiro Kielse Crisóstomo da Silva", denominada apenas em 2007, pela Lei nº 15.439 de 15.01.2007 (D. O. E nº 7400) assinada pelo então Presidente da Câmara Legislativa do Paraná, Hermas Brandão)[1], para chegar até o centro da capital. 
No percurso ele começou a me contar. Que quando ele era piá, a Rodovia dos Minérios era conhecida como Estrada Estratégica, que começava no Cemitério do Abranches em Curitiba e ia até Rio Branco do Sul. A qual foi construída pela CCPRB (Companhia de Cimento Portland Rio Branco), em parceria com o Estado, na época governado pelo Sr. Bento Munhoz da Rocha Neto. Sendo que ela só foi aberta em 1953 e finalizada em abril de 1955[2], pelos funcionários denominados de arigós. Porém, só em 1968, na gestão do Sr. Paulo Cruz Pimentel, que ela foi asfaltada.
Antes disso, o caminho era feito pela Estrada do Assungui (com dois “SS”), que começava no Largo da Ordem, em Curitiba (atual Av. Mateus Leme), que remonta o século XIX. Já dentro do município de Almirante Tamandaré, se prolongava pela atual Av. Wadislau Bugalski. Continuando pela contemporânea Rua Rachel C. Siqueira até a Rua Pedro Teixeira Alves que seguia em direção a Rua Antonio Gedeão Tozin até chegar à região do atual Sindicato dos Comerciários no Boixininga (trecho de estrada que foi asfaltada na gestão do Prefeito Roberto Luiz Perussi: 1989/1992. Mas que se perdeu, devido à má conservação da via pavimentada), onde se ligava a Estrada da Volta Grande margeando a atual ferrovia (atualmente só existe um pedaço dela denominada de Rua Gustavo Joppert). A qual se liga a Rua Antonio Stocchero no Bairro da Tranqueira, (o qual foi assim denominado, devido a um posto de cobrança de tributos, que fechava a estrada com uma cancela).  Que se prolongava até a divisa com a contemporânea cidade de Itaperuçu (que na época era Votuverava (Rio Branco do Sul) e seguia seu destino até a Colônia Assungui (atual município de Cerro Azul). 
Até 1930 a estrada original do Assungui que passava margeando a ferrovia em seu Km 25 na região do Boixininga (conhecida como Volta Grande), que passava pela propriedade de Pedro Brotto de Andrade (atual Sindicato) possuía livre passagem. Porém, com o advento da Revolução este trecho da estrada foi fechado, e nunca mais foi aberto. O qual gerou protesto do comerciante de madeira e lenha Domingos Abdalla da localidade do Itaperuçu no município de Votuverava, que na argumentação de seu requerimento junto à Prefeitura de Tamandaré, cita que por 18 anos utilizou aquele trecho para o transporte de madeira. E que com seu fechamento, necessita fazer uma volta muito grande, o que dificulta seu trabalho[3].   
Por esta estrada, em tempos que o transporte era feito por carroças, a cavalo e a pé. A rotina só era quebrada, quando passava a boiada, vindas do Assungui, com destino ao Frigorífico Blumenau (localizado no contemporâneo Bairro São Lourenço), onde hoje é o Supermercado Mercadorama, ao lado do Parque São Lourenço, que nesta época era um curtume. 
Em mapas de 1890, ganha destaque a localidade de Botiatuba em Curitiba. Pois, a mesma era um importante local estratégico para o pouso dos tropeiros e de suas boiadas, que paravam nos campos de pastagem do senhor Leão Zeigelboim onde hoje é o Recanto Marista (Parque Santa Maria), que ficava as margens da Estrada do Assungui. Também, foram beneficiadas por esta estrada, as localidades de Areias e Tranqueira, que podem já ser identificadas em mapas da década de 1900[4]

(O patrono do trecho da antiga Estrada do Assungui (Taboão-Sede) Vereador Wadislau Bugalski ao centro, neto do professor Ignácio Lipski. Na foto do seu lado direito sua esposa Lucia Sandri Bugalski e os filhos Maria Helena, João Carlos, Martim Afonso, Rogério Fernando e Maria Luiza/Fonte: Jornal do Bugalski (informativo de divulgação de campanha eleitoral), setembro de 1992). 


[1]              DEPARTAMENTO DE ESTRADA E RODAGEM – PARANÁ. Rodovias Estaduais. Disponível em: < http://www.der.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=21> Acesso em: 12 Dez. 2010.
[2]              REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Expedição Cientifica a Serra de Paranapiacaba e ao Alto da Ribeira (Cel. João de Mello Moraes). Ed. IBGE, Ano XIX, julho - setembro de 1957, nº 3, p.10.  
[3]              Arquivo de Requerimento apresentado a Prefeitura municipal de Tamandaré à contar de 11 de novembro a 30 de dezembro de 1931.
[4]              INSTITUTO DE TERRAS, CARTOGRAFIA e FLORESTAS DO ESTADO DO PARANÁ. Coletânia de mapas históricos do Paraná. 2.ed. Curitiba: ITCF, 2006, p. 11, 15 e 19.   

sábado, 10 de agosto de 2013

A HISTÓRICA CAPELINHA (ORATÓRIO) DO PACOTUBA.

No começo da velha estrada do Pacotuba existe um fragmento que marca a religiosidade dos pioneiros portugueses e imigrantes poloneses, estabelecidos pioneiramente na região que também ajudaram a escrever a história do povoamento da cidade, é a Capelinha do Pacotuba, construída em 1929 por um grupo de poloneses da Sociedade Tadeusz Kokszko. A qual, também serve como um marco, que indica que ali era um pequeno cemitério, onde foram enterrados alguns filhos de moradores pioneiros da região (os recém-nascidos Adão e José Kotovski e o João Antônio Brzezinski). Fora outras crianças e pessoas não identificadas, cuja, segundo informações, se colocava uma cruz azul na sepultura dos meninos, e uma cruz rosa na sepultura das meninas.
Um fato interessante que marcou a Capelinha foi à depredação que ela sofreu por fanáticos religiosos, a qual se deu no furto e destruição de uma imagem de São João, a qual seus pedaços foram jogados no terreno da senhora Doroti Dugonski. Este ato de vandalismo foi motivado pelo fato desses fundamentalistas repudiarem o culto a imagens. Depois de algum tempo, foi doada uma imagem de São João Batista, que permaneceu intacta até a década passada, quando provavelmente um grupo de vândalo, sem motivação alguma consumiram com a imagem. É por este motivo que a Capelinha do Pacotuba, é denominada oficialmente como Oratório São João Batista.
Colaboraram com a construção da histórica capelinha: o Sr. Martin Bugalski, que dou o terreno. Já os Senhores: Itaciano José Siqueira, Pedro Polanisnski, Martin Bugalski, Francisco Postareck, Joaquim de Barros Teixeira, Bernardo Brzezinski e meu bisavô paterno Damião Kotoviski, doaram recursos financeiros, o qual foi utilizado pelo Senhor. Tomas Sopa, no desempenhar de seu trabalho em construí-la e pintá-la  originalmente de amarelo.
A doação do terreno feita pelo senhor Martin Bugalski, e ocorreu em necessidade de pessoas, que por motivos religiosos, pela falta de cemitério ou por não conseguirem pagar o atestado de óbito, lhe geravam o problema de não conseguir sepultar seus entes queridos em um cemitério oficial. Sendo assim, estes eram enterrados nas proximidades, já dentro do terreno de seu Martim, percebendo este fato o generoso cidadão, resolveu ceder um pouco mais o terreno destinado para este fim.
No ano inicial do século XXI (2001), a capelinha foi mudada alguns metros de lugar e cuidada pelo empresário Reinaldo de Mello até a presente data. No entanto, no ano de 2002, minha mãe, a Dra. Mestra Professora Josélia Aparecida Kotoviski, desenvolveu um projeto de pesquisa com seus alunos do Colégio Estadual Jardim Paraíso, onde um dos objetivos era dar fundamentação histórica notória, para o tombamento histórico municipal do Oratório. O qual recebeu o apoio e posteriormente foi pleiteado, junto á Câmara Municipal de Almirante Tamandaré, pela então Vereadora Clarice Gulin (neta de Damião Kotoviski e uma das primeiras mulheres eleitas para o cargo de vereador na história do município, na gestão 2001 até 2004).
Porém, só em 25 de junho de 2005, no primeiro mandato do Prefeito Vilson Rogério Goinski, (que a principio é descendente de poloneses), o Oratório São João Batista foi reconhecidamente e merecidamente restaurado.
(Solenidade de Restauração da Capelinha do Pacotuba/o Sr. Estanislau Pupia, Dona Noêmia Kotoviski, nora do saudoso Damião Kotoviski que ajudou a construir a capelinha, ao fundo alunos da Professora Josélia Kotovski (nora de dona Noêmia), o Prefeito Vilson Goinski, e a ex-vereadora Clarice Gulin (filha de dona Noêmia)/Foto: Ari Dias, Junho 2005).

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A Questão do loteamento São João Batista.

TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO RELATOS DE UM TAMANDAREENSE/A HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ - PR (p. 79-80) 

Após 57 anos passados desde um providencial acordo que a princípio facilitaria a vida dos moradores da localidade do Jardim São João Batista que era administrado pela Prefeitura de Rio Branco do Sul, mas que na delimitação oficial pertencia a Almirante Tamandaré ocorreu que no ano de 2003, o município de Almirante Tamandaré, na gestão do então prefeito Cezar Manfron, reivindicou formalmente junto ao Tribunal Regional Eleitoral, que fossem transferidas para o município tamandareense as respectivas secções eleitorais. Cujo, o principal objetivo era que os votos para o pleito de Prefeito e Vereadores, nas eleições de 2004 já fossem computados para os candidatos daquele município[1].

Em defesa dos interesses do Município de Rio Branco do Sul, que por 57 anos investiram na localidade que não lhe pertencia oficialmente, mas que estava atendendo uma população aproximada de 4.600 pessoas. A Câmara Municipal rio-branquense desenvolveu um estudo, com farta documentação, argumentando que a referida transferência pleiteada pelo município de Almirante Tamandaré, não poderia ser provida sem que fosse ouvida a população (plebiscito). Já que supostamente seriam os que sofreriam a consequência direta daquela mudança.

Mesmo ocorrendo um parecer favorável da Assembleia Legislativa através do relator Deputado Durval Amaral, em referencia ao plebiscito, nada ocorreu, e o pedido pleiteado por Almirante Tamandaré, lhe foi concedido.

Já no ano de 2005, atendendo as antigas reivindicações dos moradores do Jardim São João Batista. Os quais começaram a sofrer com as consequências da disputa territorial, e por este motivo pararam de receber de forma adequada os serviços públicos do município que pertencia, até então território não oficial de Rio Branco do Sul. Diante desta circunstancia, o prefeito tamandareense Vilson Goinski, acolheu aos apelos populares e assumiu a responsabilidade pela localidade.

Mas isto se deu após a assinatura de um acordo de desistência da área em questão. Feito  junto ao Ministério Público das duas Comarcas, e com a presença dos prefeitos das duas cidades (Vilson Goinski e Amauri Johnson). O qual o Município de Rio Branco do Sul, restabelecia a posse do Jardim São João Batista oficialmente a Almirante Tamandaré.

Diante deste histórico fato, se concretiza a efetivação da área do Jardim São João Batista como de responsabilidade legal do município, através da   Lei nº 1342 de 14 de maio de 2008 de Almirante Tamandaré, que estabeleceu nova delimitação dos bairros do município além de dar outras providências[2]. Neste contexto, a  localidade passou a pertencer ao território de Almirante Tamandaré oficialmente. Mas especificamente ao território do Bairro de Areias.


[1] CÂMARA MUNICIPAL DE RIO BRANCO DO SUL. Loteamento São João Batista.

[2] LEIS MUNICIPAIS. Lei nº 1342 de 14 de maio de 2008 de Almirante Tamandaré. Disponível em: < http://www.leismunicipais.com.br/cgi-local/showinglaw.pl > Acesso em: 10 Dez. 2010.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

FOLHA DE TAMANDARÉ, nº 772, 09 a 16/05/2013



Uma última homenagem

Reimundo Prestes de Siqueira popularmente conhecido por Neninho Siqueira, não é apenas o pai do prefeito Aldnei Siqueira. Mas foi uma personalidade da sociedade tamandareense de muito destaque e respeito. Foi pioneiramente eleito vereador com 447 votos no pleito de 15 de novembro de 1976 representando a ARENA e reeleito vereador nas eleições de 15 de novembro de 1982 com 579 votos representando o PDS. Quatorze anos depois em 03 de outubro de 1996 pleiteou a vereança pelo PPB e se elegeu com 529 votos, sendo reeleito ao mesmo cargo nas eleições de 01 de outubro de 2000 com 829 votos, a qual lhe possibilitou o seu último mandato, já que, a eleição seguinte ao cargo legislativo foi disputada e ganha por seu filho Aldnei.

Seu Neninho era um homem simples, mas que carregava a tradição política no sangue, pois ele era neto do Capitão Randolpho de Siqueira (Inspetor de Ensino na década de 1920) com a sra. Brasilia de Siqueira, que por sua vez era irmão do Prefeito e Camarista da velha vila de Tamandaré Serzedello de Siqueira, sendo ambos filho de um total de sete do Capitão Antônio Candido de Siqueira que assinou a Ata de Fundação do Município, Vogal do Conselho de Intendência da recém criada Vila de Tamandaré e Primeiro Prefeito eleito em 1892 que era casado com a sra. Luiza de Oliveira (irmã do Coronel João Candido de Oliveira). 

Tamandareense nato, seu Neninho contraiu matrimonio com a Professora Dolores Siqueira, com quem teve três filhos: Aldnei Siqueira, atual prefeito, Jocimari Siqueira (in memória) e Eduardo Henrique. Escreveu seu último parágrafo de sua história na vida pública ocupando o cargo de Secretário de Obras do Município. 

Antonio Ilson Kotoviski Filho é professor de História, Bacharel em História, Especialista em História do Brasil, Mestre em Ciências da Educação, Bacharel em Direito, historiador e poeta.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A INSTALAÇÃO DA COMARCA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ

Quarenta e três anos depois do restabelecimento da autonomia municipal, a partir da Lei 9309/90 assinada pelo então Governador Álvaro Fernandes Dias, publicada no Diário Oficial do Estado do Paraná, nº 3300, de 05 de julho de 1990, a cidade é elevada a categoria de Comarca.
Inicialmente em homenagem aos 104 anos de aniversário de Almirante Tamandaré, foi entregue ao povo tamandareense, o Fórum da Comarca de Almirante Tamandaré, em 28 de outubro de 1993, na gestão do Prefeito Municipal Cide Gulin (Arcidíneo Félix Gulin).pe outubro de 1993, esndo nadarnse  Porém, pela falta de uma casa destinada ao Juiz, a Comarca não funcionou até resolver este problema burocrático.

Apenas com o Decreto Judiciário nº 598 de 15 de setembro de 1995, assinado pelo Presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, o então Desembargador Claudio Nunes do Nascimento, ocorre de fato à instalação da Comarca no Município. Oficialmente entregue às onze horas da manhã do dia 28 de outubro de 1995 ao então prefeito Cide Gulin (Arcidíneo Félix Gulin) pelos Deputados Estaduais Aníbal Khury e Algaci  Túlio e o Desembargador Claudio Nunes do Nascimento, em comemoração aos 106 anos de Almirante Tamandaré. A qual foi criada para atender a crescente demanda judicial, que afogava a Comarca de Rio Branco do Sul, a qual o município tamandareense estava integrado jurisdicionalmente. Assumia como primeiro juiz da Comarca de Almirante Tamandaré que também abrangia  com jurisdição a cidade de Campo Magro, o Dr. Osvaldo Nallim Duarte, já que a Dra. Ketib Astir José teria apenas sido designada com o status de Juíza Substituta.
O primeiro ato da comarca foi realizado sob o protocolo nº001/95, cujo feito, foi possibilitado ao Dr. Wilson de Paula Cavalheiro, cidadão ilustre tamandareense, advogado de profissão, e vereador da cidade na gestão 1996-2000.  
(Solenidade de Inauguração do Fórum. Rompendo a faixa inaugural: prefeito Cide Gulin, Deputado Aníbal Khury, e Deputado Algaci Túlio/ Foto: Folha de Tamandaré, 28 de novembro de 1995).