domingo, 7 de julho de 2013

PESQUISA HISTÓRICA.

Pesquisar e escrever história, não importando se de uma cidade cidade ou de um fato não é tão simples como se apresenta. Pois, não basta ler livros e transferir toda as informações que se ache necessário para fundamentar uma pesquisa. É mais que isto, pois toda fonte deve ser tratada e verificada se suas informações são fundamentadas ou se eram especulações da época. Ou seja, um livro não é garantia de informações coerentes, apesar destas informações nortearem caminhos e novas fontes a serem desbravadas.

A princípio a fonte mais segura são as documentais, principalmente as de compra e venda de imóvel e cobrança de tributos. No entanto existem fontes que merecem uma atenção maior que são as oriundas do poder público, igreja e associações. Pois, estes apesar de relatarem com uma grande porcentagem de fidelidade um fato, podem esconder um contexto a ser verificado. Porém, eles são confiáveis. 

Posteriormente outra fonte muito segura para informar fatos e circunstâncias são os jornais de época, que mesmo sendo uma reportagem tendo por base uma informação oral, elas recebem credibilidade porque foram colhidas no momento e não anos depois. No entanto esta fonte possui um problema que merece atenção. Eis que a imparcialidade no que tange a informações politicas sofre distorções, pendendo para quem esta no poder ou contra (depende do jornal). Para interpretar um jornal de época é necessário conhecer a história da época, ou seja, montar um quebra cabeça e entender a ação de cada personagem, para entender o contexto a ser registrado na pesquisa. Pois, existem fatos que são notórios mas contado com diferentes versões. Por este motivo, para se evitar erros de pesquisa é recomendado a se prender ao fato geral e evitar suas particularidades.

Porém, o maior problema que merece muita atenção é a pesquisa oral. Pois, ela só deve servir como norteamento da pesquisa. Ou seja, assunto a serem investigados. E nunca como informação principal. 

Pois, a oralidade carrega um contexto do ponto de vista do interlocutor que se prende a sua realidade. Ou seja, é muito comum, entrevistar pessoas que repetem o que seus avos contavam. Não que seja mentira, mas existem naturais distorções que muitas vezes não se configuram com a realidade apresentada em documentos, noticiários e outras entrevistas, apesar de tecerem comentários sobre um mesmo fato.

A partir desta superficial introdução é notória a interligação das fontes, pois uma trás a informação para complementar a outra, seja apresentando uma informação ou confirmando a mesma.
No entanto existem vezes que lugares, pessoas, elementos geográficos homônimos causam uma falsa ideia de se tratarem de assuntos ligados a pesquisa em questão,...

Para escrever história não basta ter vontade, é necessário dominar técnicas, métodos, e um amplo conhecimento no que tange geografia e outras ciências auxiliares. 

Outro norteamento importante é que o investigador deve separar fatos comuns (que servem para descrever uma realidade padrão) de fatos notórios (que aparecem nas pesquisas). Contar uma mesma realidade por diferentes interlocutores é superficialidade disfarçada. Pois, não acrescenta nada, porque só confirma uma condição. O geral é o povo (que não deixa de ser lembrado), e o especifico é o fato que transcende o cotidiano, que quebra a rotina. Independente se é uma pessoa ou coisa.

Imagem não é prova, mas uma das provas. Pois, ela deve sempre ser periciada e contextualizada. Verificada seu contexto, fonte,...

A partir disso irei tecer uma critica de forma cientifica e com respeito que merece atenção. Existem muitas pesquisas acadêmicas de história que serviram de requisitos para muitos conseguirem o grau de bacharel, mestre, especialista, doutor e até pós-doutor que exploram assuntos sobre o Paraná e por efeito a região e até a cidade de Almirante Tamandaré, que infelizmente apenas transcreveram informações sem a devida pericia das mesma. Ou seja, são textos formalmente perfeitos, mas seu conteúdo imperfeito. Escrevo isto, porque também pesquisei muitas monografias, dissertações e teses. Por efeito, descobri muitas falhas ligado ao que foi supracitado. Nesse contexto alerto para que as fontes de onde se originou as informações sejam sempre pesquisadas e verificadas, pois, elas sempre apresentam um horizonte novo. Só uma questão, que tipo de banca está avaliando e carimbando com status de credibilidade estas questionáveis pesquisa. História é para historiador, não para aventureiro? Por que a turma não vai tentar ser advogado, ou fazer pesquisa jurídica sem diploma ou com a carteirinha da OAB? É para pensar!   

Eu escrevi sobre a história de minha cidade, cometi erro, pois fontes confiáveis me causaram problemas da informação que escrevi, escrevi novas realidades não bem aceitas, pois, como mudar o que uma pessoa já esta acostumada a escutar desde criança? Descobri muito plagio, fonte citadas erradas, imagens que desapareceram de instituições e foram vinculadas a outros figurões para ocultar o roubo (e o pior é saber que a própria instituição sabe quem fez e se cala!). Fui superficial por falta de informações complementares. 

Não escrevi o que me "mandaram" escrever, escrevi o que tinha contexto probatório. Porque fui responsável. O maior problema de meu livro foi a ortografia e a gramática resultada de uma infeliz troca de arquivo mandada para publicação. Mas, entre erros e acertos, um novo livro vai ser lançado sobre a história de Tamandaré, vai confirmar algumas notórias histórias, vai refutar por efeito outras. Corrigir o que teve problema e consolidar o que já foi contado. 

Se tudo correr bem em outubro o livro Considerações Históricas e Geográficas sobre o Município de Almirante Tamandaré-Pr será lançado. Muita lenda vai virar história, muita "verdade" vai ser confirmada como mentira, e tudo com fonte documental de cartório, arquivo público e periódico de época!      
                         

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