quinta-feira, 18 de julho de 2013

FOLHA DE TAMANDARÉ, n° 760, 01-15/02/2013

C. E. Ambrósio Bini, dez anos de agonizante estado terminal.

O contemporâneo Colégio Estadual Ambrósio Bini, possui gênese no contexto evolutivo da Educação Pública na Sede, já em 1892. Não como “Ambrósio Bini”, mas como instituição de ensino. Ou seja, casa de professores, posteriormente um prédio específico estadual que conforme o aumento da demanda de alunos eram remanejados para prédios maiores como ocorreu em 1913. Porém, a identidade da escola Ambrósio esta ligado ao histórico prédio construído na década de 1950 utilizado pelas Escolas Municipal Rosilda Aparecida Kowalski em compartilhamento com o CEEBJA Ayrton Senna da Silva como é possível perceber no contexto do documento “Síntese Histórica do Colégio Estadual Ambrósio Bini”, elaborado pela Diretora Célia Maria Bini Lugarini fundada em informações pontuais de Hermenegildo de Lara: “Eis que no ano de 1960, no prédio onde se localizava o Grupo Escolar Almirante Tamandaré teve inicio a Escola Normal Regional Alvarenga Peixoto que habilitava professoras a lecionar no antigo primário. A diretora responsável inicialmente pela escola foi Álda Dóris Siqueira. O patronato da escola foi uma homenagem ao advogado, poeta e inconfidente (Inconfidência Mineira) Inácio José de Alvarenga Peixoto”.
Em 1967 a Escola Normal Regional Alvarenga Peixoto, passou a denominar-se de Ginásio Estadual Alvarenga Peixoto por força do Decreto nº 8078 de 22 de dezembro de 1967, publicado no D.O, n. 246 de mesma data, funcionando no mesmo prédio do Grupo Escolar no período vespertino (12:50 às 17:10). Em 1970 o Ginásio possuía 103 alunos distribuídos em: 1º série, 48 alunos; 2º série, 22 alunos; 3ª série 23 alunos e 4ª série, 10 alunos. O diretor era o Professor Lory Desley Ribeiro.   
Em referência ao documento “Síntese Histórica do Colégio Estadual Ambrósio Bini”, em 1972 a instituição de ensino mudou novamente de nome, sendo que desta vez recebeu o nome do ex-deputado estadual e prefeito Ambrósio Bini. Neste contexto, a professora Roza Bini de Oliveira, se tornava a primeira Diretora da Escola Estadual Ambrósio Bini o qual posteriormente foi denominado de “Colégio” através da criação e autorização de funcionamento dada por força do Decreto nº 4562 de 11 de janeiro de 1978. O qual em 1980 implantou o ensino de 2º Grau com o Curso Profissionalizante Básico em Comércio sendo reconhecido pela Resolução 239 de 28 de janeiro de 1982. Em 1991 o Colégio passa a gerir sobre a luz da Educação Geral.
A escola era referência de ensino no município até o final da década de 1990 quando ocorreu o advento de mudança para um prédio moderno. Esta mudança não lhe fez bem, pois começaram ocorrer diversos problemas até hoje não solucionados, que a cada dia que passa vai destruindo uma história bonita construída por décadas. Sendo seu ápice de decadência marcada pela interdição do prédio recém-inaugurado em fevereiro de 2003.
Hoje a instituição não possui sede própria, sofre o efeito negativo da falta de infraestrutura e para agravar esta morrendo no contexto de um doloroso processo.
Para os leigos desconhecedores da história, já em 1995 já existiam pessoas conscientes que alertavam sobre o derradeiro destino do “novo prédio” se fosse construído no banhado margeado por um rio e vizinho do local onde se extraia água do subsolo. Mas na época os “interessados” pela obra não ouviram, pois, um porque não tinha diploma; outro era baderneiro e agitador; outro era oposição; outro era um simples maquinista; outro era ambientalista,... “Infelizmente” o tempo mostrou que os valorados como “leigos e inaptos” estavam certos!
Dai surge a grande questão: por que até hoje a engenheira municipal que assinou o laudo de liberação da área não sofreu o devido processo legal do Estado e administrativo do CREA? Por que os engenheiros a serviço do Estado que elaboraram a obra não sofreram nenhum processo civil e do CREA?

Sei que o objetivo é “recuperar a verdadeira escola Ambrósio Bini”, torcer para que exista uma solução para esta situação. Porém, em contrapartida se deve cobrar paralelamente ações do Ministério Público, do Estado e Crea junto aos responsáveis pela obra e liberação do terreno. Pois, imaginemos se essas pessoas são contratadas para elaborar um projeto de um prédio de vários andares, ou um estádio, ginásio, ou seja, observando o histórico delas, fica em duvida a segurança da obra. Mas...  
Ruínas do Colégio Estadual Ambrósio Bini interditado em 2003, contemporânea construção símbolo dos efeitos de construções feitas sobre áreas sensíveis do aquífero. Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, abril de 2011. 

Antonio Ilson Kotoviski Filho é professor de História, Bacharel em História, Especialista em História do Brasil, Mestre em Ciências da Educação, Bacharel em Direito, historiador e poeta.

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