O presente texto foi extraído da pesquisa "Contos e lendas de um povo" elaborado pela Mestra Josélia Ap. Kotoviski em 2001.
Desde os treze
anos residente nas proximidades da Sede de Tamandaré, a Senhora Noêmia Cordeiro
Kotoviski, nascida no ano de 1920, sempre conta com grande satisfação histórias
que as páginas dos livros não puderam captar. E são muitas. Pois, esposa de
comerciante em uma época que as mercearias eram os principais centro de
informações das localidades.
Dona Noêmia
como é conhecida conta que em sua época de menina, Tamandaré era pobre. Não
tinha movimento; não existia nada. Lembra dos carreiros por onde as pessoas
passavam que era pelo meio do mato e dos sítios dos moradores. Pois naquela
época, tinha a Rodovia dos Minérios, a Avenida Wadislau Bugalski como ela é
hoje. Já que, a mesma se chamava estrada do Assungui e passava por dentro de
seu sitio e do terreno de outras pessoas. A rodovia dos minérios foi construída
entre 1950 e 1960[1] e se
chamava de Rodovia Estratégica. Existia também o caminho pela Cachoeira que
levava até Curitiba. Mas também passava por vários sítios. O caminho mais
rápido para chegar em Curitiba era feito pela ferrovia.
Nesta época o
nome de Almirante Tamandaré era Timoneira, e na Vila (Sede) existia um armazém
muito grande. Sendo o que precisasse tinha, os donos começaram do nada, era do
Sr. Domingos Scucato.
Um tempo depois
que casou com seu marido Pedro Jorge Kotovski, compraram um moinho de uma
cunhada (Polônia Graboski Goinski e seu marido João Goinski, no Botiatuba em 14
de Janeiro de 1946. Sendo que no mesmo local começaram um armazém. Em agosto de
1960 o Senhor Pedro Jorge Kotoviski vende um terreno e moinho de fubá na
Capivara ao senhor Brazelino de Paula Lourenço.
Nesta época o
prédio da Escola Municipal Rosilda Kowalski não existia. Só existia a antiga
escola chamada de Grupo Escolar que ficava onde hoje esta localizada a casa da família
Tozin. Outra escola que existia na
cidade era o Colégio das Freiras que ficava no Botiatuba onde esta a atual
Igreja Redonda (Capela do Divino Espírito Santo). Era um colégio de
madeira grande, tinha muitos alunos que
vinham de vários lugares da cidade. Porém era lembra que quando tinha quatorze
anos, estudou em uma escola no Córrego Fundo onde faltava professor para dar
aula. Já que tinha que morar lá devido a distancia com a cidade.
Até o cemitério
era feio, não tinha muro, era cerca de madeira, se quisesse podia até
desenterrar os corpos que lá existiam. Depois foi feita uma reforma. Mas
antes desse cemitério, as pessoas eram enterradas no terreno das capelinhas. Porque
antigamente as não existiam cemitérios públicos na região. Inclusive existem
dois filhos dela que nasceram mortos, enterrados onde fica a Capelinha do
Pacotuba.
Antes de vir morar
em Tamandaré, já tinha um primo que foi o primeiro cartorário da região. Sendo
este cartório localizado no Distrito de Pacotuba e funcionava na antiga casa
onde morou Sra. Felicita de Siqueira, seu primo chamava-se Claudino José
Cordeiro.
[1] REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Expedição Cientifica a Serra de Paranapiacaba e ao Alto da Ribeira
(Cel. João de Mello Moraes). Ed. IBGE, Ano XIX, julho - setembro de 1957,
nº 3, p.10.
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