quarta-feira, 3 de julho de 2013

FOLHA DE TAMANDARÉ, nº 745, 01 a 08/10/2012.

Os Ibéricos

Com a oficialização da descoberta do Brasil em 22 de abril de 1500, ficaram oficializadas as expedições de reconhecimento e busca de metais preciosos ou outra coisa que desce lucro em território colonial. Já em 1524 entradas portuguesas pesquisavam o primeiro planalto.
Independente da data, já era notória a presença do “homem europeu ibérico” no litoral próximo as atuais terras paranaenses. No entanto, mesmo nas regiões onde não havia traços de povoamentos, já era sabido que uma das atividades principais dos habitantes da Capitania, era a busca por índios e metais preciosos.
Pois, o que motivava o português vir para a colônia, não era o sonho de uma vida nova no Brasil, mas sim, o enriquecimento, fama e reconhecimento, pelas suas façanhas. As quais lhes trariam o respeito e a honra perdida em Portugal. Ou seja, os  colonos que vieram para o Brasil, e ficaram até a sua independência, não vieram para ficar. Mas para um dia voltarem para Portugal, agraciados de fama e fortuna, como relata Frei Vicente do Salvador, (1965).
No entanto, o problema é que uma grande maioria não voltou, e aqui ficou alimentando o sonho de um dia voltar, e agindo como se fosse um dia voltar, pois, nada faziam para melhorar ou facilitar sua “estadia” em terras brasileira.
Talvez este comportamento explique, porque hoje, muitos dos que passam e em pouco tempo se vão de Almirante Tamandaré para outros locais, nada deixam de colaboração para melhorar a cidade. Pois, “porque fazer se daqui a algum tempo não vou mais morar aqui!” Esta atitude de outrora, hoje ainda é repetida.
Porém, foi este comportamento ingrato, que mais motivou e deu coragem aos pioneiros colonos, a desbravar as terras paranaenses e consequentemente, deixar suas marcas pelos caminhos. Sendo que, na ânsia pela fortuna e fama, muitos esqueceram o tempo, e foram absorvidos e acorrentados pelo chão que vieram “parasitar”.
Muitos arraiais se formaram e caminhos foram abertos, tendo como guia os rios que cortavam o planalto. No entanto, o surgimento dos arraiais (acampamentos de expedições bandeirantes), não visava o povoamento da região. O fato, dos arraiais se tornarem permanente e gerarem pequenos povoados foi uma consequência desencadeada pelos os aventureiros frustrados, que não tinham mais para onde ir, diante do impacto do fracasso.
Porém, se destaca o bandeirante capitão Salvador Jorge Velho que por mais de vinte anos explorou a região, a qual lhe proporcionou a “Descoberta da Conceição” em 1680. Porém, para se descobrir algo, tem que se procurar primeiro. Diante desta condição já era relatado por Ébano Pereira em 1649 a presença de arraiais na região norte de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais com mais de vinte anos de existência. Ou seja, mesmo timidamente e especificamente povoado, a região tamandareense já era conhecida.
No entanto, até inicio do século XIX a região de Tamandaré estava presa a muitas concessões e sesmarias o que inviabilizava um povoamento mais intenso.


Antonio Ilson Kotoviski Filho. É professor de História, Bacharel em História, Especialista em História do Brasil, Mestre em Ciências da Educação, Bacharel em Direito, historiador, poeta e colunista da Tribuna da Barreirinha e Tribuna do Centro. 

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