Os
Ibéricos
Com a oficialização da descoberta do
Brasil em 22 de abril de 1500, ficaram oficializadas as expedições de
reconhecimento e busca de metais preciosos ou outra coisa que desce lucro em
território colonial. Já em 1524 entradas portuguesas pesquisavam o primeiro
planalto.
Independente da data, já era notória a
presença do “homem europeu ibérico” no litoral próximo as atuais terras
paranaenses. No entanto, mesmo nas regiões onde não havia traços de
povoamentos, já era sabido que uma das atividades principais dos habitantes da
Capitania, era a busca por índios e metais preciosos.
Pois, o que motivava o português vir
para a colônia, não era o sonho de uma vida nova no Brasil, mas sim, o
enriquecimento, fama e reconhecimento, pelas suas façanhas. As quais lhes trariam
o respeito e a honra perdida em Portugal. Ou seja, os colonos que vieram para o Brasil, e ficaram
até a sua independência, não vieram para ficar. Mas para um dia voltarem para
Portugal, agraciados de fama e fortuna, como relata Frei Vicente do Salvador, (1965).
No entanto, o problema é que uma grande
maioria não voltou, e aqui ficou alimentando o sonho de um dia voltar, e agindo
como se fosse um dia voltar, pois, nada faziam para melhorar ou facilitar sua
“estadia” em terras brasileira.
Talvez este comportamento explique,
porque hoje, muitos dos que passam e em pouco tempo se vão de Almirante
Tamandaré para outros locais, nada deixam de colaboração para melhorar a
cidade. Pois, “porque fazer se daqui a
algum tempo não vou mais morar aqui!” Esta atitude de outrora, hoje ainda é
repetida.
Porém, foi este comportamento ingrato,
que mais motivou e deu coragem aos pioneiros colonos, a desbravar as terras
paranaenses e consequentemente, deixar suas marcas pelos caminhos. Sendo que,
na ânsia pela fortuna e fama, muitos esqueceram o tempo, e foram absorvidos e
acorrentados pelo chão que vieram “parasitar”.
Muitos arraiais se formaram e caminhos
foram abertos, tendo como guia os rios que cortavam o planalto. No entanto, o
surgimento dos arraiais (acampamentos de expedições bandeirantes), não visava o
povoamento da região. O fato, dos arraiais se tornarem permanente e gerarem
pequenos povoados foi uma consequência desencadeada pelos os aventureiros
frustrados, que não tinham mais para onde ir, diante do impacto do fracasso.
Porém, se destaca o bandeirante capitão
Salvador Jorge Velho que por mais de vinte anos explorou a região, a qual lhe
proporcionou a “Descoberta da Conceição” em 1680. Porém, para se descobrir
algo, tem que se procurar primeiro. Diante desta condição já era relatado por
Ébano Pereira em 1649 a presença de arraiais na região norte de Nossa Senhora
da Luz dos Pinhais com mais de vinte anos de existência. Ou seja, mesmo
timidamente e especificamente povoado, a região tamandareense já era conhecida.
No entanto, até inicio do século XIX a
região de Tamandaré estava presa a muitas concessões e sesmarias o que
inviabilizava um povoamento mais intenso.
Antonio Ilson Kotoviski
Filho. É professor de História, Bacharel em História, Especialista em História
do Brasil, Mestre em Ciências da Educação, Bacharel em Direito, historiador,
poeta e colunista da Tribuna da Barreirinha e Tribuna do Centro.
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