Almirante
Tamandaré desde seus primórdios tempos, sempre dependeu do comércio e da
exploração de minérios. Porém, foram os minérios que atraíram as pessoas para
aqui viverem e em consequência empreender algo que garantisse a sobrevivência.
Alguns optaram pela agricultura, já outro por atividades do terceiro setor da
economia. Já outros, tirando os exploradores da cal, optaram e desenvolver
pequenas fábricas, de produtos básicos.
Um desses
produtos básicos era o tijolo e a telha. Pois, eram produtos, que além de
servirem a população local, poderia ser exportado para a capital. Neste
contexto, existiu no Tanguá a olaria do Sr. Artur Wolf que remonta a década de
1940. Já na região da ponte do Taboão, existia a olaria Paulo C. Shimitz Cia
Johnson, também remontando a década de 1940. A Sede do município, também
contava com a olaria do Sr. Pedro Jorge, que remontava a década de 1940[1].
Em 1950 existia a Irmão Bini Ltda na Sede; Himério Lugarini no Passauna e
Indústrias R. Fredolin Wolf na Lamenha Pequena[2].
Outra forma de
captar recursos foram às serrarias, as quais forneciam tabuas, sarrafos,
vigas,..., ou seja, produziam matéria prima para construções. As principais
espécies vegetais exploradas foram à araucária, imbuia e canela, muito
abundante nesta época as quais eram cortadas na base do machado e transportadas
em carroças.
Como não
existia energia elétrica em quantidade naquela época para alimentar motores, as
serrarias funcionavam através de um sistema hidráulico (rodas da água), com
serras vai e vem. Eram denominadas popularmente de engenho.
No século XIX,
na região do Pacotuba é relatado a existência de uma serraria, movida a roda
de água. Sendo que, no mesmo prédio, existia na parte superior (no sótão), um
moinho. O dono deste moinho era um alemão, o Sr. Zeferino Zenf[3].
Na década de
1940, existia no município na região do Boixininga, a serraria do Sr. Pedro
Broto de Andrade, onde hoje fica contemporaneamente o Restaurante e
Pesque-Pague do Broto. Já na região da Conceição, existia a serraria da família
Wolf; no Marmeleiro existia a serraria da família dos Zem e na Tranqueira as
serrarias pertenciam aos Stocchero; J. Domingos Chimelli (1928-1931)
Tranqueira; Davi Manosso possuía um engenho de serra no Juruqui[4].
Na região da
ponte do Taboão já na década de 1920, existia uma ferraria, onde se fazia
carroça, charrete, carrinho de mão, ferravam cavalo, faziam arado,..., ou seja,
ferramentas agrícolas,..., sendo o proprietário o Sr. Teófilo Sczepanski sendo
que mais tarde passou para o Sr. Paulo Macionki. Ainda existe esta ferraria,
porém na forma de serralheria. Outra ferraria era Vacari Bevirato e Cia no
Juruqui[5]. Em 1950 existia a Francisco Lovato e Irmão na
Tranqueira, Pedro Cavichiolo (Lamenha Pequena e Atílio Stela (Passauna).
Outra atividade
que proporcionou recursos às famílias no município foram as fabricas de
derivados de carnes (fábrica de banha, salame e linguiça). Que funcionaram no
município desde a década de 1940, sendo uma delas localizada na Cachoeira, na
Rua Mauricio Rosemann, que pertencia ao senhor Stanislau Borowski, que posteriormente foi
comprada pelo João Fruhwert (João Peixeiro). Já a outra fabrica se localizava
em Tranqueira, de propriedade do Sr. Istanislau Miclak[6]. As quais eram abastecidas
por gado vindo do Assungui e da região. Em Campo Magro existia a fabrica de
Angelim Pianaro; Himério Lugarini no Passauna e Antonio Alves na Sede[7].
Existiram no município,
desde o século XVIII, os pequenos engenhos de farinha de milho ou biju. Uma
herança indígena. Esta farinha era fabricada com milho umedecido, onde era
socado por um sistema chamado de monjolo, até virar uma pasta, depois torravam
em uma chapa. A maioria das casas possuía esta fabrica artesanal. Quem não
possuía, utilizava o monjolo de quem tinha, pois era comunitário. Existiu em
grande quantidade, na região do Córrego Fundo, Conceição, Marmeleiro, Barra de
Santa Rita e Capivara. Na região da sede, não existia esta atividade.
[1]
PREFEITURA MUNICIPAL DE TIMONEIRA. Livro de Lançamento do Imposto/Imposto de
indústria, profissões de pesos e medidas. 1947-1961.
[2]
Arquivo de Requerimento apresentado a Prefeitura municipal de Tamandaré à
contar de 11 de novembro a 30 de dezembro de 1931.
[3]
Relato de Estanislau Pupia, 1997.
[4] PREFEITURA
MUNICIPAL DE TIMONEIRA. Livro de Lançamento do Imposto/Imposto de indústria,
profissões de pesos e medidas. 1947-1961
[5]
Idem.
[6]
Idem.
[7]
Arquivo de Requerimento apresentado a Prefeitura Municipal de Tamandaré à
contar de 11 de novembro a 30 de dezembro de 1931.
Eu conheci o Sr. Angelim Pianaro proprietário da Fábrica de banha em Campo Magro, Homem empreendedor, o primeiro morador de Campo Magro que teve automóvel, saiu de casa com 18 anos sem ter um sapato para calçar e com 27 anos era empresário. Difícil encontrar Homem assim nos dias de hoje GRANDE ANGELIM PIANARO
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