Até meados do século XX, os moinhos
tiveram grande importância para os moradores de Tamandaré e região, uma vez que
muitos cereais para serem consumidos deveriam ser moídos, como era o caso do
trigo e do milho. Os moinhos também serviam para a produção de energia elétrica
para consumo do proprietário e para carregar baterias para fins diversos.
Até meados do século XIX nem todos os
moradores da região curitibana correspondente ao atual território tamandareense
dispunham dos serviços de um moinho. Esta situação se agravava e era notória na
colônia Lamenha, como é possível perceber no contexto do Livro de Correspondências Oficiais do Governo do Paraná, nº 614, p. 93
e seguintes, pois através de requerimento assinados pelos colonos foi solicitado
junto ao governo estadual “peças e pedras de moinho”. Este requerimento foi
encaminhado após junto a outras solicitações semelhantes de outras colônias através
de um Ofício elaborado pela Província ao Ministério da Agricultura do Império.
No entanto, tal solicitação feita no início de 1880 foi indeferida em 24 de abril
de 1880 por falta de verba devido a mesma não ter sido contemplada no orçamento
de “Terras públicas e colonização” daquele ano.
Mesmo sem o investimento do governo
imperial e estadual para construção de um moinho na colônia os colonos não
deixaram de moer o trigo e o milho, pois alguns moradores visionários da localidade,
percebendo a crescente necessidade do mesmo, resolveram investir em moinhos
particulares para prestar o serviço e, por efeito, garantir uma fonte de renda.
Neste contexto, a reportagem “Caminhos do Desenvolvimento, publicada na
página 29 da Revista Ideias nº 118, de agosto de 2011”, faz referências sobre a existência no Taboão de um centenário
moinho impulsionado pelas águas do Rio Barigui, que além de moer grãos produzia
energia elétrica; pertencente ao imigrante alemão Carlos Weigert, datado de 1892,
próximo à atual ponte do Taboão, na divisa do município às margens da Estrada
do Assunguy.
Este moinho foi referenciado por um
despacho do Secretário de Finança ao Agente Fiscal de Tamandaré em resposta às questões
relacionadas aos tributos feitas pelo contribuinte Carlos Weigert, datado de 30
de julho de 1901, e publicado no jornal “A
República, de 24 de agosto de 1901”.
Segundo consta no livro “Coletoria Federal da Vila de Tamandaré”, oficialmente é registrado
em “Tamandaré” a data de início do empreendimento (moinho de cereais) em 1º de
janeiro de 1933, sendo o dono o Sr. German Weigert Sobrinho. Este moinho foi
desativado por Waldomiro Weigert na década de 1970.
Segundo informações do “Almanak Laemmert, 1910 – Estados Unidos do
Brasil -
Capítulo Paraná”, página 50, o Sr.
Gaspar Cunha era dono de moinho na cidade no final da década de 1910.
Os produtores de trigo da Vila Tamandaré,
na década de 1920, levavam o seu produto para ser moído no moinho de cereais.
Segundo
consta no livro “Coletoria Federal da
Vila de Tamandaré” possuíam moinhos: João Grabovski no Botiatuba datado de
fevereiro de 1928, que ao falecer deixou de herança para Maria Grabovski (viúva),
Izidoro Goinski e esposa Tereza Grabovski, João Goinski e esposa Polonia Grabovski,
Francisco Graboski e Alexandre Grabovski. Após foi vendido a Pedro Jorge
Kotoviski, em 19 de novembro de 1947, que vendeu ao irmão José Francisco
Kotoviski na década de 1950; Antônio Stocchero Sobrinho, na data de 06 de abril
de 1934, em Tranqueira e Jacob Hass, iniciaram um moinho em 03 de abril de 1920,
na Lamenha Pequena.
Em referência ao “Livro de Lançamento do Imposto/Imposto de indústria, profissões de
pesos e medidas. 1947-1961 da Prefeitura de Timoneira”, além dos donos de
moinhos citados anteriormente, foram identificados novos empreendimentos dos Srs.
Antonio Gedeão Tosin no Sumidouro; Tertuliano Raimundo no Pacotuba; Frederico
Manfron na Capivara; no Juruqui (da família Sandri); José Osorio Machado em
Campo Magro; e na Barra de Santa Rita (Bonifácio Cruz). Estes moinhos eram
movidos por tração animal ou pela força hidráulica.
Em 16 de agosto de 1960, o Sr. Pedro
Jorge Kotoviski vende seu moinho de fubá e farinha de milho localizado na
Capivara para o Sr. Brazelino de Paula Lorenço. Em meados da década de 1970 o Sr.
José Ido da Cruz possuía na Sede um moinho elétrico para moer cereais.
TEXTO EXTRAÍDO DA OBRA CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR que pode ser visualizado nos links:
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