Este foi primeiro artigo oficialmente publicado na coluna nossa história denominado de “A história no contexto das capelinhas” que ocorreu na p. 19 da edição nº 686 da quinzena 16 a 30 de junho de 2011.
A HISTÓRIA NO CONTEXTO DAS CAPELINHAS
A História de Almirante Tamandaré possui particularidades especiais registradas em alguns monumentos, que muitas vezes passam despercebidos até para os moradores mais antigos da região. Cito os solitários oratórios que se dispõem nas margens das principais estradas do município. Ou seja: a Capelinha de Santo Izidoro construída em 1899 por imigrantes poloneses as margens da importante Estrada do Assungui (atual Wadislau Bugalski) na antiga Colônia Lamenha (atual Lamenha Grande); a Capelinha São João Batista, construída por integrantes da Sociedade Tadeusz Kokszko, as margens da Estrada do Pacotuba em 1929, a qual além de ser um Oratório era um marco de um pequeno cemitério, onde crianças e pessoas sem condições financeiras eram enterradas; a Capelinha do Tanguá construída em 1941, no cruzamento da Rua Professor Alberto Krause com a Rua Roberto Drescheler, que simboliza o tempo do Tanguá Colônia; a Capelinha São Carlos Boromeu, datada de 1939, localizada na Colônia Gabriela, numa encruzilhada, nas proximidades da Igreja de São Francisco Xavier. A qual é um Patrimônio Histórico Cultural do Paraná, e o primeiro a ser tombado da cidade em 13 de março de 1979 sob o processo nº 071/79. Inscrição nº 70, Livro do Tombo Histórico. E por fim a desconhecida, mas importante Capelinha do Sumidouro, construída pelo imigrante italiano Domingo Zaniere na década de 1940, no alto do morro de sua propriedade as margens da contemporânea Rodovia do Calcário.
Cada Oratório possui uma particularidade. Porém, algumas dessas particularidades ganham destaque por relatarem acontecimentos que quebrava a rotina diária dos moradores. Pois, é de desconhecimento de muitos que o Oratório São Carlos Boromeu foi uma forma de agradecimento e um marco de fé do povo da Colônia Santa Gabriela. Eis, que o fato desencadeador de sua construção foi uma praga de gafanhoto que por dois anos causou a destruição das lavouras na região, sendo que esta situação despertou apelos vinculados a fé para a sua solução. Sendo que foi organizada uma procissão para expressar estes apelos pelo Padre Natal, que saia da Igreja São Francisco Xavier, e curiosamente quando a mesma chegou ao final os gafanhotos se dispersaram e nunca mais voltaram.
Já a Capelinha de São João Batista e a Capelinha do Sumidouro, foram vitimas de depredações motivadas por fanáticos religiosos, que ao invés de se preocuparem com a propagação da boa convivência e a busca pela paz. Contraditoriamente a sua crença e a de qualquer outra doutrina religiosa propagaram o mal através da intolerância. Mais grave é a situação da Capelinha do Sumidouro, cujo, a qual é particular, ou seja, os fanáticos invadiram o terreno para destruir patrimônio particular. Atualmente esta capelinha esta em ruína.
Mas no município existem oratórios de construção mais recentes, nos quais ainda resiste a tradição da reunião semanal para oração. Cito o Oratório do Marmeleirinho construído na década de 1960 e o Oratório do Bairro da Caximba, de construção recente, mas com história anterior a década de 1950.
(Ruínas da Capelinha do Morro do Sumidouro/Foto: Antonio Kotoviski Filho, fevereiro de 2011)
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