quinta-feira, 27 de março de 2014

A CARTA DE RENUNCIA DO PREFEITO TAMANDAREENSE SERZEDELLO DE SIQUEIRA.

O Prefeito, a partir da Constituição de 1934, passa a ser escolhido pelo povo, mas na prática o cargo continuou a ser preenchido por apontamento dos governos federal ou estadual. Pois, a política administrativa tamandareense na década de 1930 sofria os efeitos diretos da realidade nacional agitada por revoluções.
O município de Tamandaré neste período teve dois Prefeitos. O primeiro foi o Sr. Serzedello Siqueira, nomeado pelo Interventor do Estado do Paraná Mario Tourinho através do art. 2º do Decreto nº 13, em 07 de outubro de 1930 publicado no Diário Oficial do Paraná, nº 1, Ano I, de uma terça-feira datada de 14 de outubro de 1930. Após, pedido de renuncia feito pelo próprio Prefeito Serzedello e publicado no jornal “Correio do Paraná de 13 de abril de 1932, p.03” com o seguinte teor:
“Ao sr. Manoel Ribas, Interventor Federal, foi endereçado o seguinte oficio pelo sr. Serzedelo Siqueira que até agora exerceu a contento o cargo de prefeito do vizinho Município de Tamandaré: Tenho a honra de comunicar-lhe que renuncio nesta data as funções de Prefeito do Município de Tamandaré, para cujo cargo fui nomeado pelo Exmº. Snr. General Mario Tourinho, digno antecessor de Vª. Exª.
Tenho reiteradamente pedido a V.Exa. a minha exoneração, e embora honrado com a sua confiança, insistindo pela minha continuidade naquele cargo, declino dessa honra pelos motivos que pessoalmente já lhe expus.
Deixo, portanto de exercer de hoje em diante as funções de Prefeito daquele Município, conservando fechado o edifício da Prefeitura, cuja chaves entregarei ao sucessor que V. Exa. Me designar.
Saúde e Fraternidade”.     

Foi exonerado do cargo em 13 de abril de 1932 por força do Decreto nº 851. Em seu lugar foi indicado o Funcionário Público Estadual Joaquim Age nomeado pelo Decreto nº 858, de 13 de abril de 1932, publicado no Diário Oficial do Paraná, de 16 de abril de 1932, o qual administrou o município até o advento do Decreto Estadual nº 1.702, de 14 de julho de 1932, que suprimiu Tamandaré.


TEXTO EXTRAÍDO DA OBRA CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR que pode ser visualizado nos links:

quarta-feira, 12 de março de 2014

Seminário Seráfico Santo Antônio de Padua


Em referência as comemorações dos 85 anos da presença dos freis capuchinhos no município, será tecido um resumo sobre a sua histórica “casa” estabelecida no Botiatuba desde 1935.
A história dos capuchinhos segundo o Informativo da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Almirante Tamandaré, “Brasinha, setembro 2012, nº 142”, p. 8, informa que em 1º de janeiro de 1927 os freis capuchinhos das Mercês receberam a incumbência de zelar pastoralmente pelas capelas da Vila de Tamandaré, Votuverava (Rio Branco do Sul) e Assungui de Cima. Enquanto a sede dos freis permanecia em Curitiba (Mercês), alguns deles percorriam toda essa região a cavalo.
Em decorrência das necessidades de atender a demanda de formações de novos sacerdotes e continuar promovendo o trabalho capuchinho foi idealizado a construção de um seminário. Segundo Frei Dionysio Destéfani (Secretário Provincial) o local da construção da nova instituição foi inicialmente escolhido pelo Frei Inácio de Ribeirão Preto e seus conselheiros. Com a visita do Ministro Provincial dos Capuchinhos de Veneza o Frei Jacinto Ambrosi de Trieste em fevereiro de 1933, o Custódio Provincial Frei Inácio aproveitou a oportunidade para levá-lo conhecer o possível local (Botiatuba) para a construção de um seminário. O Ministro Provincial ficou impressionado com que viu e aprovou a escolha. Posteriormente a visita, Frei Jacinto ao participar da reunião do Conselho da Custódia em Jaguariaíva em 23 de fevereiro de 1933 expôs a possibilidade de se construir um seminário no Botiatuba, o qual teve resposta favorável. Principalmente porque o terreno a ser comprado foi ofertado pela metade do que valia pela senhora Aida Teixeira de Freitas (benfeitora dos Capuchinhos), o que venho a ocorrer com a carta de autorização de 04 de maio de 1933.
Com a aprovação do projeto apresentado por Frei Inácio de Ribeirão Preto junto aos superiores maiores de Roma e de Veneza tem inicio na data de 02 de outubro de 1933 a obra sem maiores problemas ou dificuldades, pois, a mesma só foi possível graças aos recursos advindo da Itália e de doações de famílias ricas curitibanas e tamandareenses mais a colaboração da comunidade local que ajudava de acordo com suas possibilidades.
Na data de 15 de janeiro de 1935 é inaugurado o Seminário Santo Antônio, sendo o celebrante da missa inaugura o Arcebispo D. João Francisco Braga com posterior benção do prédio.
Inicialmente foram responsável pelo Seminário os srs: Diretor: Frei Tarcísio Mastena de Bovolone; Vice-Diretor Frei Beda Toffanello de Gavello; professor Frei Teófilo de Thiene e dois “irmãos” leigos: Frei Galdino Miotto de Vigorovea (cozinheiro) e o brasileiro Frei Ângelo de Rozulem de Santo Antonio da Platina (porteiro).
Por efeito da grandiosidade da obra, o prédio até 1979 funcionou como centro administrativo da Paróquia. Atualmente, funciona como casa de retiro.



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

A MÃO SANTA DO BOTIATUBA 


Na data de 07 de novembro de 1885, a Gazeta Paranaense publicou um curioso relatório policial e posterior lavratura de Termo de Bem Viver, ou seja: “O Exmo Sr. Dr. Chefe de Polícia conseguiu apreender há dias uma mão de cera que Maria Gomes dos Passos, moradora no quarteirão do Butiatuva, possuía, há mais de 30 anos servindo-se dela para, abusando da credulidade e superstição dos rústicos, obter, não só ela como três filhos, meios se sobrevivência.
Maria Gomes, narrando como veio a possuir essa mão, diz que um santo homem, S. Feliz (um dos muitos especuladores que tem havido e ainda há no centro desta província) lhe dera em uma visita que lhe fizera, recomendando que a guardasse, pois que era santa, nunca se separasse dela; que recebesse esmolas e dividisse-as, sendo metade para ela e a outra metade para a mão, junto a qual devia conservar sempre em um barril de água para lavá-la, servindo a lavagem para distribuir-se com os crentes e fiéis que desejassem curar a si ou a outros de todas as moléstias; que a mão santa era milagrosa tanto que ninguém tinha recorrido a ela sem que obtivesse o que desejava.
Acrescentou mais Maria Gomes que tudo isso é verdade e que quando o santo homem lhe deu a mão era ela de comprimento de 0,05 m, tendo crescido até hoje 0,06 m e que sua continuamente.
Essa especulação da ignorância dos rústicos alimentava, como já dissemos, aos três filhos de Maria Gomes, os quais percorriam quarteirões dos distrito deste termo e de outros recebendo esmolas de todo o valor, principalmente dinheiro e joias. Dois desses filhos de Maria Gomes são ébrios habituais e tuberculosos, pelo que um deles já assinou termo de bem viver, perante a Chefe de Polícia e outro vai ser submetido ao processo que procede esses termos.
Eis a descrição da mão santa: mede 0,11 m de comprimentos até o punho e 0,07 m daí até a parte do antebraço que existe, sendo portanto todo comprimento de 0,18 m. Em sua maior largura tem 0,06 m, sendo a grossura de 0,03 m. O indicador tem 0,04 m e o polegar 0,06 m, tudo de comprimento. Apenas nota-se imperfeitamente sinais de unhas. Os demais dedos são também informes e desproporcionais, parecendo todos serem feitos de faca. Um deles é torto e já foi quebrado como visivelmente mostra a emenda que foi feita com cera virgem. As articulações das falanges são representadas por talhos dados à esmo.
Toda a mão está em estado tal imundície que enoja tocá-la.
Ela está colocada dentro de uma caixinha com porta de vidro e em cima de uma espécie de pedestal com a palma à mostra.
Tanto fora como de dentro da caixa pendem fitas multicores, sujas, ramos de flores artificiais, contas de vidro de aljofre, das quais se acham duas voltas no punho.
Consta que o Chefe de Polícia tem tido muitos pedidos para entregar a mão a Maria Gomes, pois, além dos rústicos, muita gente de gravata lavada se tem apegado à mão santa; mas também consta que o Chefe de Polícia tem resistido aos empenhos e que vai enviá-la para o museu, onde ficara como amostra do valor da ignorância popular o qual chega até o ponto de venerar figura tão repugnante”


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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

A LENDA MAIS FAMOSA DA CIDADE


A cidade de Almirante Tamandaré e Campo Magro compartilham uma lenda de mais de 200 anos que é passada de geração a geração. Esta estória possui ainda traços do tempo da mineração aurífera e não pode ser esquecida. Neste sentido a partir de uma coleta entre os moradores tradicionais temos  ou seguinte:



"...na localidade da Conceição na época Curitiba, hoje Campo Magro, havia um dono de escravos.  E esse comandante tinha o nome de Gaspar, o mesmo tinha muitos escravos e tiravam ouro do rio Conceição.
Quando foi um dia ele resolveu esconder sua riqueza e mandou fazer um buraco próximo a um riozinho e colocou todo o ouro dentro e perguntou para os escravos se havia algum que teria coragem de cuidar de seu tesouro. Mal terminou de perguntar, mais que depressa um dos escravos que estava ali presente se levantou, abanou com a mão dizendo: Eu, cuido!
E o Sr. Gaspar lhe falou, então fique aqui cuidando de meu ouro. Naquele mesmo instante sacou sua arma e atirou na cabeça do escravo o enterrou  junto com o ouro.
Dizem, que hoje em dia ninguém pode se aproximar do local. Pois, é apedrejado e cai uma forte tempestade ou venta demais.

Apesar disso ser provavelmente uma lenda. Existem muitos que vão verificar se é lenda ou não. Porém, pelo que se sabe, nunca encontraram nada”.


Para conhecer mais sobre a história de Almirante Tamandaré visite o livro: "Considerações históricas e geográficas sobre o município de Almirante Tamandaré-PR" no endereço eletrônico:
http://issuu.com/kotovski/docs/considera__oeshistoricasdetamandare(PARTE 1)
http://issuu.com/kotovski/docs/consideracoeshistoricasdetamandarer(PARTE 2)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

HISTÓRIA DA CIDADE DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

UM PATRIMÔNIO CULTURAL

A construção municipal mais importante, que inclusive é um patrimônio histórico e artístico do Estado do Paraná, desde 25 de março 1994, sob o processo nº 001/93. Inscrição nº 119, Livro do Tombo Histórico, é a Prefeitura Velha. A qual foi construída na gestão do Intendente João Candido de Oliveira em um terreno doado por ele ao município. A inauguração ocorrida na mesma gestão contou em seu ato solene em 26 de março de 1916, com a presença do Presidente do Estado do Paraná, Affonso Alves de Camargo e do Senador da Republica Generoso Marques dos Santos.
Porém, após sua desativação em 1986, na gestão do então Prefeito Ariel Adalberto Buzzato, o prédio da Prefeitura Velha, abrigou a Biblioteca Municipal Santos Dumont, a qual foi remanejada para o bairro da Cachoeira, ocupando o prédio da antiga estação ferroviária. Em seu lugar, foi inaugurada no dia 27 de abril de 2006, com um acervo inicial de 1711 livros a Biblioteca Municipal Dr. Harley Clóvis Stocchero. A qual foi assim denominada, como justa homenagem, ao cidadão filho nato da terra de Tamandaré, que carregou sua origem, no contexto honroso de fazer parte da Academia Paranaense de Letras, na qual foi o 5º ocupante da Cadeira Nº 6.

Coincidência ou não, o poeta, escritor, advogado e funcionário público, seu Harley, faleceu no mesmo dia e mês (26/03/2005) que se inaugurou o prédio em que hoje se localiza a biblioteca que leva seu nome.
Prefeitura Velha década de 1920 /Foto: ESTADO DO PARANÁ. Estado do Paraná, 1923. São Paulo: Capri & Olivero, Empreza Editora Brasil, 1923.

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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ

OS NATIVOS DA TERRA TAMANDAREENSE

Os primeiros seres humanos a povoarem a região tamandareense foram os Tinguis, que significa em nossa língua “nariz afilado”. Os quais se espalhavam por toda a região dos Campos de Coritiba que hoje corresponde a Curitiba e uma parte da Região Metropolitana.
Por ser um povo da floresta, se diferenciava um pouco do povo nativo encontrado no litoral, mas que possuíam a mesma origem Tupi-Guarani. Apesar, deles possuírem a mesma gênese, o povo da floresta (Tinguis), ainda se comportava dentro de um contexto característico seminômade. Ou seja, caçavam, pescavam, coletavam alimentos da mata e conheciam a agricultura, mas a utilizavam apenas como atividade secundaria de sobrevivência e não como a principal. Por este motivo que eram seminômades. Se organizavam em grupos que se abrigavam nas tindiqueras (buraco de tingui) que na verdade eram covas abertas no chão.
Graças, a observação feita dos hábitos alimentares dos tinguis, foi possível identificar vegetais e animais exóticos (já que certas espécies vegetais e animais eram desconhecidos para os portugueses), e a partir deste fato, o colono conseguiu classificar o que era comestível ou não. Um exemplo, é o habito que a população da nossa região possui de se alimentar com o pinhão, fruto da Araucária, árvore símbolo do Paraná. Neste contexto, também se observou a correta utilização da mandioca e sua posterior utilização pelo colono como alimento.      
Em documentos oficiais da época da colonização da Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais (Curitiba), os Tinguis foram descritos como um povo pacífico, que apesar de andarem nus, não carregavam a malicia do europeu “civilizado”. Eram simpáticos e acessíveis. Tão acessível, que acabaram virando serviçais do colonizador da região.
Em decorrência da exploração de seu trabalho que sofreram no contexto da exploração do ouro e de outras atividades econômicas; do constante contato que tinham com os colonizadores dos povoamentos que iam se formando, devido a sua simpatia, docilidade e inocência, eles aos poucos foram se condicionando civilizado aos moldes dos colonizadores; outros que vagavam foram transformados em escravos pelos bandeirantes; já outros se misturaram a outros grupos indígenas ou até mesmo aos colonizadores, já que eram seminômades; alguns grupos foram catequizados por jesuítas, já que existem marcas da passagem desses sacerdotes no município (Recanto Marista ou Parque Santa Maria) e por fim, a doença trazida pelo europeu trouxe a morte aos grupos mais retirados. Ou seja, os tinguis foram supostamente absorvidos e não exterminados, pela nova realidade que raiva na região.
Neste contexto, o que sobrou dos tinguis foi seu legado genético que muitos moradores da região carregam em seu sangue e a expressam em características físicas e até em costumes e comportamentos herdados deles. Como também é possível perceber de forma notória, o que sobrou de sua língua, nas expressões que denominam coisas, comidas e lugares. Um exemplo é a denominação que recebem alguns bairros tamandareenses: Botiatuba, Pacotuba, Boixininga, Tanguá, Juruqui, Humaitá, Barigui,... No entanto, infelizmente, não existe mais uma cultura pura que represente o Povo Tingui.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ_PR

O SAIBRO TAMANDAREENSE

Quem chega pela primeira vez na cidade, e observa a imagem do topo do morro central que notoriamente existe na Sede, já percebe que a aqui é uma terra onde se explora minério. Talvez pela fama da cidade, muitos devam pensar que aquela alteração naquele morro seja fruto da exploração do calcário. Porém, o morro só ficou daquela forma devido à exploração do saibro ocorrido no início da década de 1980, para atender exclusivamente as necessidades de construção de uma base solida que sustentasse a pista de pouso do Cindacta II (Base Aérea do Bacacheri em Curitiba).  
Talvez, depois do forninho continuo da cal, o símbolo que melhor represente a história econômica de Almirante Tamandaré, esteja na imagem daquele morro. 
(Morro da Saibreira / Foto – Antonio Kotoviski, janeiro de 2011)

domingo, 2 de fevereiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

BAIRRO COLÔNIA SANTA GABRIELA

Na data de 07 de fevereiro de 1886, 180 imigrantes (sendo maioria italianos e poloneses) foram assentados legalmente no antigo Sitio Ressaca às margens do Rio Barigui, para fundarem a Colônia Santa Gabriela, que possuía inicialmente 40 lotes com tamanhos que variava de 7 a 8 (ha)  distribuídos em uma área de 216,00 (ha). O engenheiro responsável pelo projeto foi o Sr. Manoel Francisco T. Correia. Já a denominação da localidade se vincula a uma homenagem a Senhora Gabriela d´Escrangnolle Taunay, mãe do Presidente da Província do Paraná Alfredo Taunay. A qual se anexou a expressão Santa para enfatizar o aspecto religioso.
Neste bairro, junto a Estrada das Laranjeiras esta localizado o primeiro Patrimônio Histórico Cultural do Paraná tombado em Almirante Tamandaré de acordo com o Processo nº 071/79, Inscrição nº 70, Livro do Tombo Histórico. Data: 13/03/1979.
Oratório São Carlos Boromeu localizado no Bairro Colônia Santa Gabriela/Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, abril 2011.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

A ÚLTIMA LEMBRANÇA DO COLÉGIO DAS FREIRAS DO BOTIATUBA.

No ano de 1939, é fundado pela Igreja Católica uma escola e internato denominado de  Colégio Nossa Senhora das Graças das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Botiatuba, que se localizava na atual Avenida Wadislau Bugalski, onde se encontra a atual Igreja Redonda do Botiatuba (Capela do Divino Espírito Santo). O qual esteve sob a administração das Irmãs até o ano de 1966, quando o colégio foi fechado.
(Colégio Nossa Senhora das Graças das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Botiatuba, 1939/Fonte: BONAMIGO, Euclides. Histórico da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Almirante Tamandaré. 1998)


Em 1967 o Colégio Nossa Senhora das Graças é desmontado, sendo construída uma escola municipal com a mesma denominação, porém sem “das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Botiatuba”, no terreno ao lado onde mora a professora Ledi Rizolette Straioto (que lecionou no colégio das freiras antes de ser desmontado). Esta escola só contava com uma sala de aula, e dentro deste mesmo espaço, se encontravam alunos, de 1ª a 4ª séries. Esta era a realidade que a professora Rizolete teve que conviver e administrar por muitos anos. Pois, foi à primeira professora lotada no município a dar aula no Botiatuba. Esta casa, assim como a escola não existe mais. Porém, a professora ainda mora no mesmo local.
No ano de 1987 foi construída em alvenaria e inaugurada a Escola Rural Nossa Senhora das Graças, a qual atendia 42 alunos em 2007 de 1ª a  4ª séries. Em 2009 estes alunos foram remanejados para a Escola Municipal Ignácio Lipski, no terreno vizinho. Ocorrendo desta forma o fechamento da “Escolinha da Rizolete”, como era carinhosamente e popularmente conhecida. 
Na sexta-feira do dia 11/11/11, no período da manhã o pequeno prédio da escolinha Nossa Senhora das Graças foi demolido e com ele as ultimas lembranças do Colégio das Freiras e da Escolinha da Rizolette se foram. O que fica são as fotos e as histórias dos muitos alunos que por lá passaram.    


(Demolição do prédio da Escola Rural Nossa Senhora das Graças/Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho 11/11/11)

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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR (Pedro Moacyr de Gracia Gasparello)

O ÚLTIMO PREFEITO INTERVENTOR

Em 01 de março de 1938 era designado pelo Interventor/Governador do Estado do Paraná Manoel Ribas o jovem Pedro Moacyr de Gracia Gasparello para assumir o posto de autoridade máxima do Município de Tamandaré. Sendo que sua gestão durou até 30 de dezembro de 1938 já que em virtude do Decreto Lei nº. 7573, de 20 de dezembro de 1938, o município era extinto e seu território foi integrado ao Município de Curitiba.
Apesar desta efêmera passagem pelo município, o saudoso filho do Funcionário Público Pedro Gasparello e Mercedes de Gracia Gasparello, deixou uma particularidade histórica interessante e que pela legislação contemporânea não pode ser repetida.
Pois, o nobre Interventor nascido no Distrito do Portão em Curitiba na data de 04 de Abril de 1914. Formou-se Engenheiro Agrônomo em 15 de novembro de 1937 pela antiga Escola Agronômica do Paraná. Sendo posteriormente indicado ao cargo de interventor da cidade de Tamandaré em  01 de março 1938 permanecendo no cargo até 30 de dezembro de 1938. Ou seja, foi o administrador mais novo que a cidade contemplou, já que possuía apenas 23 anos e 11 meses quando assumiu a intervenção.
Talvez pela sua efêmera passagem e pelo fato de não ter laços de parentescos com filhos de Almirante Tamandaré, sua imagem era desconhecida como pode ser percebida na Galeria dos Prefeitos exposta no Prédio da Prefeitura onde o quadro do nobre Interventor aparece vazio.  
(Interventor Pedro Moacyr de Gracia Gasparello/Foto: Arquivo da Coordenação de Agronomia da UFPR).


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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

CONTEXTO DOS SÍMBOLOS OFICIAIS DE TAMANDARÉ.


As fontes históricas que permeiam uma análise e a posterior criação de um documento técnico, não necessariamente se prendem a fontes orais ou bibliográficas. Mas tange muitas vezes o contexto de imagens, símbolos e manifestações culturais existente no seio do objeto pesquisado.
Não diferente ocorreu no processo de construção de minha obra histórica sobre o município de Almirante Tamandaré. Pois, muitas das linhas tecidas, foram construídas a partir de norteamentos gerados por marcos contextualizados em símbolos oficiais, que para muitos não passam apenas de desenhos e rimas. 
Foi neste contexto que fui inspirado a criar um capitulo especial para contemplar os símbolos oficiais do município, os quais foram inicialmente definidos pelo artigo 6º da Lei Orgânica Municipal, de 03 de Abril de 1990. Os quais até o ano de 2010 eram três: a Bandeira, o Brasão e o Hino. Sendo que estes ainda deveriam possuir em sua expressão uma mensagem em latu sensu. Ou seja, expressar a cultura, economia,  história  e a autonomia municipal.  Porém, em 28 de setembro de 2010 é instituído pela Lei Ordinária Municipal nº 1538 a Timoneira (Ilex theezans martius) como árvore símbolo da cidade.
Porém, o símbolo que ganha mais destaque por seu corpo metafórico possuir uma extrema capacidade de resumir os três elementos tipificados no 6º artigo  da Lei Orgânica, em latu sensu (sentido amplo). Sem perder a qualidade formal é o Hino de Almirante Tamandaré, estabelecido  junto à comemoração ao centésimo quarto aniversário do município em 28 de outubro de 1993, pela Lei Ordinária nº 246 de 1993.
Sendo que a letra deste hino foi elaborada pelo filho nato desta terra, pertencente a família pioneira que desbravou a cidade. Cito o escritor, historiador, advogado e artista plástico diplomado pela Escola de Musica e Belas Artes Santa Cecília, o Senhor Harley Clóvis Stocchero, que era membro da Academia Sul-Brasileira de Letras, da Academia Paranaense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.   Já a melodia foi composta por outro filho desta terra, também de berço de família desbravadora desta localidade. Cito: o senhor Paulo Rodrigo Tosin, músico diplomado pelo Conservatório de Música e Belas Artes do Paraná que se inspirou na obra Bodas de Fígaro de Wolfgang Amadeus Mozart, para compor a melodia.
Diante desta condição, percebesse que os criadores do hino tamandareense possuíam competência e conhecimentos necessários para elaborar o hino da cidade. Ou seja, bem diferente de algumas cidades que por politicagem recorreram a um concurso cultural escolar, no qual se avalia a literalidade e palavras bonitas. Que se quer atingem a verdadeira função que o hino deve possuir.
Neste contexto, para o leigo ou para as pessoas que migraram para a terra tamandareense e que não possuem o conhecimento sobre a história da cidade o hino possui uma versificação que não é entendida, e por isto muitos criticam. Porém, o hino possui um significado metafórico em contexto latu sensu, o qual irei explicar resumidamente para elucidar a lógica que ele contempla.
Por exemplo: no contexto geográfico e geológico, a versificação inicial, apresenta um ponto de referencia de localização da cidade no planeta, mesmo de forma ampla. Pois quando se refere à constelação do Cruzeiro do Sul, expressa que a cidade se localiza no hemisfério sul do mundo. Ou seja, para quem não sabe esta constelação só é visível em céu austral, ou seja, para os países ao sul da linha do Equador. Nesta mesma versificação se apresentam traços gerais geológicos ao se referir de morros e restingas, além de características gerais da formação vegetal. Sendo que é referenciada ainda duas atividades econômicas inter-ligadas, ou seja, a extração de madeira para a queima que alimenta os fornos da cal, que foi a principal base de sustentação dos filhos dessa terra no passado não muito distante.
Já o estribilho tem uma particularidade metafórica genial. A qual conta a gênese de Tamandaré e a relaciona com o principal elemento forjador da cultura e valores locais que é o cristianismo. Pois, se engana quem superficialmente considera que “Nossa Mãe, Virgem da Conceição”, uma referencia exclusiva a Nossa Senhora. Por quê?
Nossa Mãe se refere à terra original que nasceu a cidade, por este motivo Virgem, ou seja, terra não desbravada, de uma concessão de Mateus Martins Leme. Cuja, expressão Conceição era a utilizada para se referir à concessão. Ou seja, uma doação de terra, a qual era visto como uma dádiva na Colônia, devido a sua extrema qualidade e benefícios. E pelo fato desta terra ter sido perlustrada por portugueses e espanhóis que eram cristãos católicos, a referencia ganhou conotação religiosa. E ficou como Conceição. Que a propósito foi a terceira denominação do município dada pela Lei nº 957 de 28 de outubro de 1889, quando a localidade foi elevada à categoria de Villa. Ou seja, Conceição do Cercado. Que anteriormente  se chamava Nossa Senhora da Conceição, dada pela Lei da Província do Paraná de nº. 924 de 06 de setembro de 1888.
Porém, este verso não carrega só isto em seu contexto, pois, demonstra a presença cristã no município desde tempos que transcendem sua fundação. Pois, para quem não sabe, os missionários da Ordem de Jesus (jesuítas), passaram por estas terras e deixaram suas marcas na região da Varova e de Tranqueira. Da mesma forma que foi graças a influência da igreja Católica e a mão da maçonaria no contexto político que se deu a autonomia da região. Por efeito de curiosidade o Senhor Alberto Munhoz, Vidal Baptista de Siqueira e os outros membros da pioneira Câmara Municipal foram maçom.
Neste sentido, o Hino de Tamandaré é extremamente laico. Mesmo não repassando isto para o leigo e o desconhecedor da história do município. E também se não fosse que diferença iria fazer na ordem do dia. Pois, querendo ou não moramos em um país que possui leis que pregam uma suposta noção laica, sob a luz de uma Constituição Federal que já em seu preâmbulo esboça um contexto contraditório ao que prega e não observa a fé islâmica, xintoísta, bramanista, budista,..., além de possuir impresso em uns de seus símbolos nacionais (a moeda corrente), a expressão “Deus seja Louvado”. Ou seja, em um país predominante  de valores cristãos (que possuem doutrinas que consideram Jesus Cristo). É muito estranho existir pessoas no raiar de um pleito eleitoral preocupadas com o Primeiro Mandamento, enquanto nosso município encontra-se com dificuldades de achar meios para enfrentar as ações proibidas pelo 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º e 10º mandamentos.     
E por fim, existe uma consideração hilária que se faz da versificação do “repolho, o tomate e a cenoura”,... No entanto se faz por desconhecimento, pois estes produtos agrícolas com exceção ao tomate foram diversificados em terras tamandareenses por imigrantes eslavos. Ou seja, no contexto deste verso se expressa à presença do imigrante. Já que estes produtos até podiam, existir aqui antes da chegada deles. Mas deixaram de ser exótico a partir da chegada do imigrante.
Bem, expus minhas considerações, formuladas a partir de técnicas que permeiam as interpretações de fontes históricas abstratas e complexas dentro de um contexto de comparação e vinculação contextualizada. É um processo que deveria ser complexo, mas como tive a oportunidade em minha adolescência de acompanhar indiretamente o processo de concretização do hino, esta analise foi facilitada. Porém, no que tange meu futuro livro, infelizmente o capítulo não contemplará uma explicitação tão detalhada.  


A OBRA CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR pode ser visualizado nos links:


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PRÉDIO QUE ABRIGA O CEEBJA AYRTON SENNA.


Escrever e pesquisar sobre o município não é uma tarefa fácil. Pois, não raro é correr o risco de cometer erros, simplesmente por não perceber nomes e lugares homônimos.
No contexto de colheita e analise das fontes históricas que fundamentaram minha pesquisa, me deparei com ocasiões supracitadas. Pois, um exemplo desta infeliz situação diz respeito ao mais tradicional prédio escolar do nosso município onde se localiza a Escola Municipal Rosilda Aparecida Kowalski e o CEEBJA Ayrton Senna. Eis, que segundo o professor Ronel Corsi, cujo qual, expôs de forma publica em seu Blog estabelecido no endereço: http://ronelcorsi.blogspot.com/2009/10/revelando-memoria-na-medida-e-na_27.html visitado na data de 29 de janeiro de 2011, que o prédio estadual que abriga estas duas instituições foi construído em 1911 (“fotos da fachada da Escola Estadual Cebeja Ayrton Senna, em Almirante Tamandaré, Edificação de 1911, o espaço desta escola é dividido com a Escola Municipal Rosilda Kowalski - Ensino Infantil e Fundamental”). Ou seja, se isto correspondesse com a veracidade das informações, estaríamos este ano comemorando o centenário e até entrando com processo de tombamento desta obra arquitetônica.
Porém, por que não se está?
Simplesmente porque o referido prédio possui 61 anos. Ou seja, segundo os relatórios “A concretização do plano de obras do Governador Moyzés Lupion 1947-1950”. O prédio foi construído e entregue em 1950, com o nome de “Grupo Escolar”. Porém, este não é o único fato que comprova a idade do prédio, já que na observação de fotos panorâmicas da década de 1920 e 1940, a citada obra não se faz presente no local onde esta estabelecido contemporaneamente. Da mesma forma, que nesta foto já se encontra a prefeitura velha que data de 1916. Ou seja, se ele fosse de 1911 deveria estar compartilhando um espaço na imagem com a velha sede.
Mas então, porque ocorreu o erro?
Primeiramente é que já existia um Grupo Escolar na “Sede”, porém localizado junto a Rua Coronel João Candido de Oliveira (onde fica a Eletrônica Tosin). Que a principio foi erguido de madeira em 1911. Ou seja, o erro ocorre supostamente dentro de um contexto homônimo. Como também de conhecimento geográfico, pois apesar de próximas os prédios nunca estiveram no mesmo local. Mesmo na época não existindo a Avenida Emilio Johnson (ou rua um). Ou seja, as escolas sempre se localizaram em lugares diferentes, apesar de próximas.
Porém, a gênese da Educação na Sede do município começou pelo prédio de 1911 e se estendeu para o prédio de alvenaria de 1950. Talvez esta foi a armadilha que incitou o erro na pesquisa do professor supracitado.
Neste contexto em caráter de curiosidade, a primeira diretora estabelecida no novo prédio foi: Noeli Buzato Ayub. No ano de 1960, neste mesmo prédio onde se localizava o Grupo Escolar Almirante Tamandaré, teve inicio a Escola Norma Regional Alvarenga Peixoto que habilitava professoras a lecionar no antigo primário. A diretora responsável inicialmente pela escola foi Álda Dóris Siqueira. O patronato da escola foi uma homenagem ao advogado, poeta e inconfidente (Inconfidência Mineira) Inácio José de Alvarenga Peixoto.


Em 1972 a Escola Normal Regional Alvarenga Peixoto, passou a denominar-se de Ginásio Estadual Alvarenga Peixoto. Porém, em 1972, a instituição de ensino mudou novamente de nome, sendo que desta vez recebeu o nome do ex-deputado estadual e prefeito Ambrósio Bini. Neste contexto, a professora Rosa Bini de Oliveira, se tornava a primeira Diretora do Colégio Estadual Ambrósio Bini. O qual em 1980 implantou o ensino de 2º Grau com o Curso Profissionalizante Básico em Comércio. Em 1991 o Colégio passa a gerir sobre a luz da Educação Geral. No ano de 1998 o Colégio Estadual Ambrósio Bini muda de endereço. Sendo que em seu lugar é criada a Escola Municipal Rosilda Aparecida Kowalski que compartilha o espaço com o Colégio estadual Ayrton Senna que em 2000 se tornaria CEEBJA Ayrton Senna.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

DOAÇÃO DO LIVRO CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ PARA AS ESCOLAS TAMANDAREENSES

No dia 28 de janeiro de 2014, o Historiador Antonio Ilson Kotoviski Filho promoveu a doação de 2 exemplares da obra   "CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR" para as escolas municipais tamandareenses. 
Professor Antonio apresentando brevemente a obra "CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR"



A OBRA CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR pode ser visualizado nos links:



segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ (Olarias)

Olarias

A técnica de produção de blocos de argila (tijolo) para construção de casas e telhas para a cobertura das mesmas chegou com os colonos portugueses na região de Tamandaré. Com o tempo, esta atividade se tornou muito importante para a economia local. Principalmente pela abundância de matéria-prima existente nos rios que cortam a região.
Porém, uma técnica que ficou marcada na cultura local, apesar das novas gerações desconhecerem foi a telha “feita nas coxas”. Ou seja, o molde da telha era a própria coxa de quem a fabricava. Esta atividade estava ligada a um dos muitos serviços feitos por escravos. Porém, após a escravidão, esta técnica continuou sendo empregada por pessoas que não tinham condição de comprar telhas padronizadas.
Apesar de ser uma alternativa barata, a telha feita nas coxas apresentava problemas de encaixe pelo fato de que o serviço não era realizado por uma única pessoa, mas por várias, ocorrendo desta forma a despadronização no tamanho e largura, posto que tinham por base coxas diferentes. O resultado geralmente eram muitas goteiras em dias chuvosos.
No ano de 1900, o município contava com uma olaria segundo informa o “Almanach Paranaense 1900”, p. 135.
No contexto das informações presentes na página 3352 do “Almanak Laemmert, 1919-1920 – República dos Estados Unidos do Brasil - Capítulo Paraná”, eram donos de olarias no final da década de 1910 os Srs. João Melanski e Wadislau Bregenski.
Segundo a obra “Estado do Paraná, 1923 em seu capítulo Tamandaré”, existe referência que em 1923, o Sr. Carlos Macedo estava montando uma fábrica de telhas e tijolos no terreno de sua propriedade no Sumidouro. Eram produtos que, além de servirem a população local, poderiam ser exportados para a capital. Neste contexto, é possível observar na página 572 do “Almanak Laemmer, 1930 – 4º Volume – Estados do Sul”, a existência de uma olaria no final da década de 1920 pertencente a Fredolin Wolf. Na região da ponte do Taboão, existia a olaria Paulo C. Shimitz Cia Johnson, remontando a década de 1940.
Segundo o “Livro de Lançamento do Imposto/Imposto de indústria, profissões de pesos e medidas. 1947-1961 da Prefeitura Municipal de Timoneira”, é identificada existência na sede do município da olaria do Sr. Pedro Jorge, que remontava a década de 1940. O “Arquivo de Requerimento apresentado à Prefeitura municipal de Tamandaré a contar de 11 de novembro a 30 de dezembro de 1931”, faz referência que em 1950 existia a Irmãos Bini Ltda na Sede; Himério Lugarini no Passaúna e Indústrias R. Fredolin Wolf na Lamenha Pequena.

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domingo, 26 de janeiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ (Cento e vinte e quatro anos de fundação!)

Fundação da Vila de Tamandaré

PUBLICAÇÃO NO JORNAL "A REPUBLICA" DE 28/01/1890, p.02, referente a solenidade de fundação da cidade de Tamandaré  (Vila Tamandaré) realizada em 25 de janeiro de 1890.

sábado, 25 de janeiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ

A barreira fiscal

Outra forma de se cobrar tributos foi a barreira fiscal, a qual consistia em colocar uma porteira nas estradas principais do Estado, com o intuito de tributar e cobrar no ato a passagem do gado ou outra mercadoria transportada como madeira, minério e produtos agrícolas.
Em 1883, segundo o “Relatório apresentado pelo Presidente da Província Luiz Alves Leite de Oliveira Bello”, se cogitou a criação de uma Barreira Fiscal na região do Taboão, a qual se concretizou em virtude da Lei nº 710, de 31 de outubro de 1884, que fixou a taxa sobre veículo que passar pela Barreira da Estrada da Capital, a Vila do Assungui.
Segundo a publicação oficial presente no jornal “A República, de 17 abril de 1902”, é criada por Decreto uma barreira fiscal estadual na Estrada do Assunguy na localidade de Sumidouro. O “Decreto de 18 de abril de 1902” nomeou o cidadão João Pereira da Fonseca para exercer a função de agente na mesma.
Em várias reportagem da mesma época é referenciada a Barreira de Tranqueira, a qual cobrava pedágio.
No jornal “A República de 22 de dezembro de 1906”, o administrador da barreira do Sumidouro, ao se defender das acusações feitas pelo correspondente do jornal “Diário da Tarde” expõe a difícil tarefa que é cuidar da barreira, pois segundo o mesmo, não raro é ele pedir reforço de praças para impedir que tocadores de gado passassem a força pela cancela; outros incitados por comerciantes a não pagar voltavam com suas tropas, outros resolvem passar à força de armas, os menos radicais apenas rasgam com raiva o recibo do tributo cobrado.
Existiu também uma barreira fiscal em Campo Magro criada por Ato governamental estadual, de 21 dezembro de 1885, publicado na Gazeta Paranaense, de 23 de dezembro de 1885. Seu pioneiro administrador foi o Sr. Joaquim Carneiro do Amaral Junior, por Ato de 26 de dezembro de 1885.
Segundo notícia publicada pela Gazeta Paranaense, de 30 de dezembro de 1885, a criação desta barreira causou naturais críticas dos jornais do Partido Liberal que era oposição naquele momento, cujo principal argumento foi que a barreira pouco rendimento dava à província chegando até a dar prejuízo. Porém, a Tesouraria Provincial rebateu com a seguinte justificativa: “O objetivo da barreira não era tanto o de cobrança de tributos, mas sim um meio de impedir o desvio de tropas e boiadas da barreira de Timbituva, o que tem provocado queixas e reclamações do fisco”.

Todas as barreiras que existiram no município eram de competência estadual. 

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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ

O surto de malária em 1898

Segundo o “Relatório apresentado ao Sr. Dr. José Pereira de Andrade Governador do Paraná pelo Bacharel Antônio Augusto Chaves Secretário dos Negócios do Interior, Justiça e Instrução Pública em 31 de dezembro de 1898”, ocorreu um número elevado de mortes no Paraná causado pela malária nas específicas cidades: Antonina 11 vítimas, Curitiba 99, Guaratuba 54, Morretes 21, Ipiranga 1, Ponta Grossa 2, Porto de Cima 23, Rio Negro 8, São José dos Pinhais 11, São José da Boa Vista 7, Tibagi 7, Tomazina 7, Cerro Azul 5 e Votuverava (Rio Branco do Sul) 3 vitimas.

A cidade de Tamandaré entrou para esta estatística com 20 vítimas, sendo 9 homens e 11 mulheres segundo o “quadro demonstrativo” presente na página 64 do supracitado relatório. Infelizmente não foi encontrada uma explicação para tal ocorrência. 

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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ

Estradas do Marmeleiro

Portal da Estrada do Marmeleiro, infelizmente depredado por vândalos que furtaram a placa de bronze inaugural/Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, dezembro de 2011.



Com traçado sinuoso, subidas com grande grau de inclinação e acompanhando serras e rios, a Estrada do Marmeleiro por mais de três séculos serviu de caminho para muitos emigrantes e pioneiros colonos portugueses que buscaram a sorte de encontrar riquezas minerais ou simplesmente ter uma vida tranquila nas concessões que lhes eram doadas.
A princípio, o começo dela era na Conceição, ainda no século XVII. Não surgiu como estrada, mas sim como carreiros que saíam das terras tomadas posse. E conforme iam se formado sítios ao longo desses carreiros, um caminho natural começava a se formar. Principalmente, porque se ligava a outros caminhos que se encontravam com ela.
Por ser uma estrada disposta a partir de carreiros, com o tempo começou a não mais atender as necessidades da população, necessitando ser melhorada, como é possível observar no pedido de 04 de julho de 1862 presente na página 66 do “Relatório do Presidente Gomes Nogueira da Província do Paraná, na data de 15 de fevereiro de 1863”, quando os habitantes do Quarteirão do Marmeleiro “pediram a necessária permissão para proceder aos desvios e melhoramentos nesta estrada, no intuito de encurtar a distância que há a percorrer”, os quais foram atendidos.
Em virtude deste tímido caminho, muitas terras foram distribuídas as suas margens e região, e os principais beneficiados foram os imigrantes italianos, poloneses e alemães. A própria localidade da Conceição da Meia Lua, por onde passa a Estrada foi um primitivo local de assentamento, assim como a região de Santa Rita e Marmeleiro.

No início do século XIX, a Estrada do Marmeleiro se ligava com a Estrada do Assunguy. Atualmente, a Estrada do Marmeleiro é oficialmente conhecida como Antonio Eduardo Trevisan (trecho asfaltado entre 1996-1997), Rodovia dos Minérios até a divisa do Bairro Marmeleiro com o Bairro Alto São Sebastião (estrada de saibro) onde a estrada é denominada de Arlindo de França, seguindo até a divisa do município (Rio da Barra de Santa Rita) com Campo Magro. 

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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ

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Festivais de futebol

Pioneiramente, as competições futebolísticas começaram a ser organizadas na cidade nas décadas de 1960 e 1970, as quais eram denominadas de Festivais de Futebol, que na verdade eram torneios realizados sempre em um domingo de cada mês, em localidades diferentes. Além do futebol, contavam em algumas edições com apresentações de dança ao ar livre. A princípio, os organizadores mandavam um convite (ofício) para os líderes de time de cada localidade de Almirante Tamandaré.
“Segundo relatos de moradores antigos, um desses torneios seria realizado no campo do São Miguel (onde hoje é a garagem da TABA, junto à atual Rua Pedro Jorge Kotoviski). E por indisciplina de sua torcida e jogadores, a localidade do Botiatuba não foi convidada. Torcedores do time da localidade revoltados com tal atitude dos organizadores resolveram se vingar. Eis que, na madrugada de sábado para domingo, eles araram o campo.
No domingo de manhã, quando os organizadores chegaram e viram aquilo, ficaram loucos. Porém, com um pequeno mutirão conseguiram arrumar o campo. No entanto, já passava das duas horas, segundo um dos relatores que era morador da localidade e era piá na época, o qual foi solicitado para ver como estava o clima. Chegando lá, viu todos bravos, mas sequer desconfiavam de quem havia feito tal sacanagem. Voltou até a Igreja do Botiatuba e informou que o festival ia começar e que ninguém desconfiava do autor daquela sacanagem. Diante disso, se reuniram os jovens do Botiatuba e foram ver o festival.

Chegando lá, perceberam que apesar do pessoal não saber quem foi, desconfiavam deles. No tocante desse clima hostil, a turminha do Botiatuba subiu no caminhão e estava indo embora. Foi neste instante que, por destino a bola (a única) passou em frente ao caminhão. Resultado: O motorista ao invés de desviar, passou por cima e fugiu, para evitar confusão. Neste contexto todo, o Festival do São Miguel não teve um campeão naquele dia.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

HISTÓRIA DE ALMIRANTE TAMANDARÉ

Pleito de 03 de outubro de 1955 (Timoneira)

Na eleição de 03 de outubro de 1955 ocorreu o último pleito eleitoral da cidade com o nome de Timoneira. Elegeu-se pela segunda vez o Prefeito o João Wolf do Partido Social Democrata com 1.105 votos. As 9 vagas na Câmara Municipal ficaram assim divididas: 4 vagas para o Partido Social Democrático (991 votos), 2 vagas para o Partido Trabalhista Nacional (577 votos) e 3 vagas para o Partido Democrata Cristão (615 votos); Hemetério Torres com 214 votos; Mario Wolf com 150 votos; Agostinho Túlio com 107 votos e João Batista de Santa com 91 votos, representaram o Partido Social Democrático. As 3 vagas do Partido Democrata Cristão ficaram com Domingos Natal Stocchero com 177 votos; Wadislau Bugalski com 78 votos e José Jarecki com 63 votos. O Partido Trabalhista Nacional teve como seu representante: Atílio Bini com 153 votos e Orlando Bonifácio Colodel com 110 votos.
Foram presidentes da Câmara os vereadores: 1956 e 1959 Hemetério Torres, 1957 - Atílio Bini e em 1958 - Domingos Natal Stocchero. Camilo Perussi Neto do PSD, que pegou 90 votos, assumiu o cargo de vereador, uma vez que estava na suplência.
No que tange as pontuais e históricas informações da “Folha de Tamandaré. Eleição em Almirante Tamandaré. Ano II, 29 de outubro de 1988, p. 2”, nesta eleição ocorreu um fato interessante, a diferença entre João Wolf e seu adversário Frederico Manfrom foi de apenas 17 votos na apuração realizada em Colombo. Devido a pouca diferença, o candidato derrotado pediu a recontagem dos votos, o que resultou na sua vitória. Frente a contradição de resultados, a questão foi parar na Capital da República (Rio de Janeiro) onde a vitória foi dada a João Wolf. 

TEXTO EXTRAÍDO DA OBRA CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR que pode ser visualizado nos links: