quinta-feira, 27 de março de 2014

A CARTA DE RENUNCIA DO PREFEITO TAMANDAREENSE SERZEDELLO DE SIQUEIRA.

O Prefeito, a partir da Constituição de 1934, passa a ser escolhido pelo povo, mas na prática o cargo continuou a ser preenchido por apontamento dos governos federal ou estadual. Pois, a política administrativa tamandareense na década de 1930 sofria os efeitos diretos da realidade nacional agitada por revoluções.
O município de Tamandaré neste período teve dois Prefeitos. O primeiro foi o Sr. Serzedello Siqueira, nomeado pelo Interventor do Estado do Paraná Mario Tourinho através do art. 2º do Decreto nº 13, em 07 de outubro de 1930 publicado no Diário Oficial do Paraná, nº 1, Ano I, de uma terça-feira datada de 14 de outubro de 1930. Após, pedido de renuncia feito pelo próprio Prefeito Serzedello e publicado no jornal “Correio do Paraná de 13 de abril de 1932, p.03” com o seguinte teor:
“Ao sr. Manoel Ribas, Interventor Federal, foi endereçado o seguinte oficio pelo sr. Serzedelo Siqueira que até agora exerceu a contento o cargo de prefeito do vizinho Município de Tamandaré: Tenho a honra de comunicar-lhe que renuncio nesta data as funções de Prefeito do Município de Tamandaré, para cujo cargo fui nomeado pelo Exmº. Snr. General Mario Tourinho, digno antecessor de Vª. Exª.
Tenho reiteradamente pedido a V.Exa. a minha exoneração, e embora honrado com a sua confiança, insistindo pela minha continuidade naquele cargo, declino dessa honra pelos motivos que pessoalmente já lhe expus.
Deixo, portanto de exercer de hoje em diante as funções de Prefeito daquele Município, conservando fechado o edifício da Prefeitura, cuja chaves entregarei ao sucessor que V. Exa. Me designar.
Saúde e Fraternidade”.     

Foi exonerado do cargo em 13 de abril de 1932 por força do Decreto nº 851. Em seu lugar foi indicado o Funcionário Público Estadual Joaquim Age nomeado pelo Decreto nº 858, de 13 de abril de 1932, publicado no Diário Oficial do Paraná, de 16 de abril de 1932, o qual administrou o município até o advento do Decreto Estadual nº 1.702, de 14 de julho de 1932, que suprimiu Tamandaré.


TEXTO EXTRAÍDO DA OBRA CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR que pode ser visualizado nos links:

quarta-feira, 12 de março de 2014

Seminário Seráfico Santo Antônio de Padua


Em referência as comemorações dos 85 anos da presença dos freis capuchinhos no município, será tecido um resumo sobre a sua histórica “casa” estabelecida no Botiatuba desde 1935.
A história dos capuchinhos segundo o Informativo da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Almirante Tamandaré, “Brasinha, setembro 2012, nº 142”, p. 8, informa que em 1º de janeiro de 1927 os freis capuchinhos das Mercês receberam a incumbência de zelar pastoralmente pelas capelas da Vila de Tamandaré, Votuverava (Rio Branco do Sul) e Assungui de Cima. Enquanto a sede dos freis permanecia em Curitiba (Mercês), alguns deles percorriam toda essa região a cavalo.
Em decorrência das necessidades de atender a demanda de formações de novos sacerdotes e continuar promovendo o trabalho capuchinho foi idealizado a construção de um seminário. Segundo Frei Dionysio Destéfani (Secretário Provincial) o local da construção da nova instituição foi inicialmente escolhido pelo Frei Inácio de Ribeirão Preto e seus conselheiros. Com a visita do Ministro Provincial dos Capuchinhos de Veneza o Frei Jacinto Ambrosi de Trieste em fevereiro de 1933, o Custódio Provincial Frei Inácio aproveitou a oportunidade para levá-lo conhecer o possível local (Botiatuba) para a construção de um seminário. O Ministro Provincial ficou impressionado com que viu e aprovou a escolha. Posteriormente a visita, Frei Jacinto ao participar da reunião do Conselho da Custódia em Jaguariaíva em 23 de fevereiro de 1933 expôs a possibilidade de se construir um seminário no Botiatuba, o qual teve resposta favorável. Principalmente porque o terreno a ser comprado foi ofertado pela metade do que valia pela senhora Aida Teixeira de Freitas (benfeitora dos Capuchinhos), o que venho a ocorrer com a carta de autorização de 04 de maio de 1933.
Com a aprovação do projeto apresentado por Frei Inácio de Ribeirão Preto junto aos superiores maiores de Roma e de Veneza tem inicio na data de 02 de outubro de 1933 a obra sem maiores problemas ou dificuldades, pois, a mesma só foi possível graças aos recursos advindo da Itália e de doações de famílias ricas curitibanas e tamandareenses mais a colaboração da comunidade local que ajudava de acordo com suas possibilidades.
Na data de 15 de janeiro de 1935 é inaugurado o Seminário Santo Antônio, sendo o celebrante da missa inaugura o Arcebispo D. João Francisco Braga com posterior benção do prédio.
Inicialmente foram responsável pelo Seminário os srs: Diretor: Frei Tarcísio Mastena de Bovolone; Vice-Diretor Frei Beda Toffanello de Gavello; professor Frei Teófilo de Thiene e dois “irmãos” leigos: Frei Galdino Miotto de Vigorovea (cozinheiro) e o brasileiro Frei Ângelo de Rozulem de Santo Antonio da Platina (porteiro).
Por efeito da grandiosidade da obra, o prédio até 1979 funcionou como centro administrativo da Paróquia. Atualmente, funciona como casa de retiro.